Bitcoin ‘importado’ gerou déficit de US$ 7,37 bilhões na balança comercial do Brasil apurada pelo Banco Central
Os criptoativos que chegam aos investidores brasileiros via exchanges internacionais ou operações de mineração de criptomoedas, representaram um déficit de US$ 7,37 bilhões na balança comercial do país
Dados das autoridades financeiras nacionais revelaram que Bitcoin (BTC) e criptomoedas ‘importadas’, ou seja, os criptoativos que chegam aos investidores brasileiros via exchanges internacionais ou operações de mineração de criptomoedas, representaram um déficit de US$ 7,37 bilhões na balança comercial do país.
Além disso, os dados destacam que este tipo de operação com criptoativos está próximo de superar as importações de pequeno valor via comércio eletrônico, ou seja, compras realizadas em marketplaces como Aliexpress, Shoppe, Shen, entre outros. Estas operações responderam por um déficit de US$ 8,13 bilhões.
Somadas, as importações de pequeno valor via comércio eletrônico e as importações de criptomoedas responderam por US$ 20,64 bilhões do fluxo de importações no Brasil no ano passado. O valor representa um aumento de quase US$ 10 bilhões, já que os mesmos itens, em 2021, responderam por US$ 11,67 bilhões de fluxo na balança comercial.
As negociações de Bitcoin vem impactando a balança comercial do Brasil desde 2019, ano em que o BTC e as criptomoedas passaram a constar no cálculo do Banco Central. Desde então, ano a ano, as importações de criptomoedas são apontadas como um dos principais fatores que geram o déficit comercial de ajuste na conciliação entre a balança comercial levantada pela Secex e a calculada pelo BC.
Interessante notar que não é só a negociação de criptomoeda que entra no balanço comercial nacional, a atividade de mineração também é considerada “um processo produtivo”, seguindo recomendações do texto “Treatment of Crypto Assets in Macroeconomic Statistics” portanto, integra a balança comercial.
Desta forma, como cada vez mais brasileiros entram na atividade de mineração, porém fora do país, este fato também ajuda a aumentar o déficit comercial.
“Não há registros aduaneiros para criptomoedas, não incluídas na estatística de comércio exterior de mercadorias. Para inclusão na balança comercial do balanço de pagamentos, as transações com criptoativos são estimadas com base em contratos de câmbio”, informou o BC.
Real Digital
Recentemente o Banco Central do Brasil (BC) anunciou a realização da I Conferência Anual do Banco Central, na qual, entre outros temas, o Real Digital e temas ligados a macroeconomia, sustentabilidade, estabilidade financeira, economia bancária, intermediação e inovação financeira, regulação macroprudencial, economia internacional e finanças.
O evento, que acontecerá em Brasília entre 17 e 19 de maio de 2023, é resultado da unificação dos tradicionais: Seminário Anual de Metas para a Inflação e Seminário Anual de Estabilidade Financeira e Economia Bancária.
Segundo informou o BC, a Conferência busca estimular o debate e a pesquisa nas diversas áreas citadas e estarão presentes acadêmicos, especialistas do setor privado e representantes de bancos centrais e instituições multilaterais.
O evento contará com a participação de Gita Gopinath (FMI) e Robert Townsend (MIT), como keynote speakers, além de painéis conduzidos por Amir Sufi (University of Chicago), Sabine Mauderer (NGFS, Bundesbank) e Stijn Claessens (BIS). A programação com os temas abordados por cada keynote ainda não foi divulgada.
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