‘Moeda digital do Banco Central no Brasil deve ser uma extensão da moeda física’, revela Roberto Campos Neto

Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, diz que real digital deve ser uma extensão da moeda física e vai gerar “forte inovação” no mercado.

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, falou na última terça-feira em um congresso realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), e voltou a falar da emissão de uma moeda digital de banco central (CBDC) brasileira.

O presidente do BC é um grande entusiasta da inovação no sistema financeiro, sendo responsável por implementar no Brasil o sistema de transações rápidas, o Pix, e o Open Banking, entre outras iniciativas.

Campos Neto já falou mais de uma vez sobre seus planos de digitalizar o Real a médio prazo, confirmando que uma CBDC brasileira está nos planos a maior entidade monetária brasileira:

“Não posso falar muito mais em relação ao que vem por aí, porque tem também outros projetos digitais que vêm junto com a moeda digital (e) que vão criar uma forte inovação nesse mercado, mas estamos caminhando nessa direção.”

Ele diz que a autarquia tem avançado nos debates sobre o tema, mas novamente ressaltou que o processo ainda tem mais perguntas do que respostas, inclusive sobre os impactos no sistema financeiro do país:

“A gente entende que isso (criação de moedas digitais) tem várias consequências para a parte de política monetária, parte de meios de pagamento, inclusão financeira, mas acho que as grandes perguntas ainda estão no ar.”

Segundo Campos Neto, a digitalização da moeda nacional também vai impor avanços na àrea de pagamentos e operações financeiras, inclusive internacionais, defendendo que as CBDCs emitidas pelas nações sejam interoperáveis.

Para ele, um eventual real digital não deve ser remunerado, “sob o risco de desintermediar o sistema financeiro”, e sim deve ser uma “extensão da moeda física”.

Desde agosto de 2020, o BC tem um grupo de trabalho que atua em torno do projeto de digitalização da moeda nacional brasileira. O BC também defendeu as diferenças entre as CBDCs, que fazem parte da política monetária nacional, e as criptomoedas descentralizadas, como o Bitcoin, que não tem “garantia nacional”.

Hoje, o projeto de CBDC mais avançado no mundo é o da China, que já tem testado o yuan digital em diversas cidades do país, inclusive Xangai. Neste mês, o gigante asiático anunciou um plano estratégico nacional para adoção de blockchain, com duração de 5 anos.

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