CEO da Fundação Cardano diz que o blockchain pode evitar confrontos como da GameStop
Frederik Gregaard, CEO da Fundação Cardano, acredita que infraestrutura para mercados de capitais em blockchain tornaria desnecessárias intervenções controversas de cima para baixo.
A recente saga da GameStop – espetáculo financeiro ainda mais contraditório do que a fábula de “David vs. Golias” dos investidores de varejo do Redditor vs. fundos de hedge predatórios – fez com que vários comentaristas de blockchain entrassem em cena para tentar redirecionar atenção à sua proposta de futura reformulação do setor financeiro.
Frederik Gregaard, CEO da Fundação Cardano, está tentando reposicionar as discussões das conversas acaloradas sobre equilíbrio de forças, regras do jogo ou táticas legítimas no recente confronto entre pequenos investidores, fundos de hedge, intermediários, Robinhood e reguladores.
Alguns participantes do frenesi a respeito das ações memes se viam como quase-insurgentes, controlando o sistema usando suas próprias ferramentas. Embora muitos tenham criticado sua estratégia e narrativa por motivos políticos, Gregaard se concentra na tecnologia, transparência e racionalização como resposta aos males do sistema. Sua abordagem tenta apelar tanto para o cinismo e astúcia populares expressos pelos redditors quanto para o interesse próprio dos próprios atores institucionais e sistêmicos.
Analisando a decisão polêmica de Robinhood de restringir a negociação em meio ao caso GameStop, Gregaard argumentou:
“Agora sabemos que o verdadeiro problema que forçou Robinhood a estabelecer requisitos de margem mais elevados em certas posições foi a intensidade da atividade de negociação. Isso sobrecarregou a capacidade de vários atores no processo de comprar, vender e liquidar. Por sua vez, isso levou a uma acúmulo de pedidos de liquidação e subsequentes problemas de liquidez para compensação.”
Essa decisão, continua Gregaard, foi sentida primeiro e de forma mais aguda pelas “engrenagens do sistema”, ou seja, as corretoras. Ele afirma que se o processamento pós-negociação tivesse sido realizado usando um livro-razão de blockchain público, gargalos no processo de liquidação teriam sido visíveis na cadeia para todos os participantes do mercado, distribuindo informações de forma mais uniforme e fornecendo uma visão sobre onde estariam as “ineficiências do mercado”. Gregaard citou o endosso do auditor da Big Four, PriceWaterHouseCoopers, e sua opinião de que a tecnologia poderia “reduzir a complexidade operacional e fornecer uma única fonte verificada da verdade”, em seu resumo.
Além da transparência, Gregaard também defendeu que a velocidade e a eficiência do processo de compensação e liquidação seriam melhoradas com a escolha de um sistema desintermediado e distribuído como a blockchain. Não apenas grande parte das negociações estariam visíveis para os usuários comuns e simplificada para instituições no back-end, mas também as barreiras para liquidação instantânea de ativos seriam removidas e processos intermediários complicados se tornariam redundantes.
Gregaard disse ao Cointelegraph que, independentemente dos eventos recentes, “há sinergia e oportunidades para parcerias de trabalho entre instituições financeiras tradicionais e líderanças no setor de tecnologia com livro-razão descentralizado”. Ele observou ainda que “À medida que a indústria de blockchain amadurece, o mesmo acontece com as regulamentações. Isso pode levar a uma legislação favorável que permite que a blockchain forneça uma trilha de auditoria imutável em todas as transações.” O CEO continuou:
“Com uma infraestrutura de blockchain com código aberto, como Cardano, qualquer pessoa é livre para explorar nosso código e desenvolver soluções a serem implantadas em nossa blockchain. Este é apenas um caso de uso potencial de onde acreditamos que podemos ajudar a inovação, e damos as boas-vindas aos visionários em nosso ecossistema que querem levar essa mudança adiante.”
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