BTG Pactual encerra o token ReitBZ com R$ 4 milhões distribuído aos holders
O BTG Pactual anunciou o encerramento de seu token ReitBZ, o primeiro security token emitido por um banco no mundo. O ativo foi ofertado ao mercado em maio de 2019, e apresentou um rendimento médio no período de 137,5% do CDI
O BTG Pactual anunciou o encerramento de seu token ReitBZ, o primeiro security token emitido por um banco no mundo. O ativo foi ofertado ao mercado em maio de 2019, e apresentou um rendimento médio no período de 137,5% do CDI.
Com lastro no mercado imobiliário, o token teve a Chain Security e Least Authority como responsáveis pela auditoria de segurança, no blockchain Ethereum e Tezos, respectivamente. Devido restrições da Comissão de Valores Mobiliários, CVM, e insegurança jurídica sobre a posição dos reguladores na época o token do banco brasileiro não foi ofertado para investidores nacionais.
“O token ReitBZ trouxe diversos aprendizados práticos sobre a utilização da tecnologia e um melhor entendimento sobre a dinâmica de mercado para esse tipo de ativo. O projeto viabilizou o desenvolvimento de outras frentes de negócios como a criação da Mynt, plataforma de crypto do BTG, que nos permite criar uma estrutura completa para estruturação e distribuição de novos tokens no futuro.” diz André Portilho, head de digital Assets do BTG Pactual.
O investimento inicial foi distribuído fechando o ciclo de desinvestimentos e o saldo dos tokens em carteira foram queimados. Foram mais de R$ 23 milhões de captados na oferta inicial. Ao longo do projeto os investidores receberam 3 ciclos de distribuição de dividendos que totalizaram aproximadamente R$ 4 milhões distribuídos aos holders.
Criptomoedas
Questionado pelo Cointelegraph durante o lançamento da Mynt, Portilho, destacou que o interesse dos investidores em criptomoedas continua alto mesmo com o Bear Market e que o cenário atual difere do de 2018, quando a queda eliminou muitos investidores de varejo.
Agora, segundo ele, os pequenos investidores vêm segurando suas moedas acreditando em uma recuperação no valor e grandes investidores que não tinham exposição ao mercado estão procurando entender se “agora é a hora de entrar nesse mercado”. Neste sentido, o executivo defende que todo mundo precisa ter uma alocação em criptomoedas.
“Todos devem ter uma alocação em cripto. Agora quanto cada um deve alocar depende de vários fatores, sendo o principal deles o perfil de cada um e o ‘estômago’ que é uma expressão que usamos no mercado para definir o quanto cada um tem coração e coragem para suportar um cenário de queda”, afirmou.
O head do BTG também destacou que o banco está olhando todo o mercado de criptoativos e, com isso, pode lançar iniciativas envolvendo NFTs em breve, assim como outros tokens ligados a ativos físicos como o Reitz
“O Reitz nos deu uma grande experiência sobre o mercado. Acreditamos que ainda precisamos de uma regulamentação sobre o tema, que vem andando muito bem na CVM com o sandbox, o BC e o PL que está na Câmara. Também olhamos o mercado de NFTs. Hoje a melhor pergunta não é que estamos olhando neste mercado, mas o que nós não estamos olhando”, revelou Portilho.
Bancos não concorrem com exchanges
Portilho afirmou que atualmente o mercado está em um período de convergência que é quando as criptomoedas saíram de um nicho de mercado e provaram seu valor para a sociedade.
Ele também afirma que o melhor termo para o mercado não é “criptomoedas”, mas “criptoativos”, pois isso permite um entendimento mais claro de que elas não são apenas ‘moedas digitais’, mas uma nova classe de ativos digitais ligadas a era da internet de valor, no qual dados, ativos físicos e tantas outras coisas podem ser tokenizadas em uma economia digital.
Inclusive uma das áreas, envolvendo criptomoedas, que o banco desenvolve com ‘menos’ força é o de pagamentos com criptomoedas, pois segundo o executivo, a demanda por pagamentos simples com cripto, do tipo comprar um café pagando com Bitcoin, não é uma demanda do brasileiro que já usa outras formas de dinheiro digital com muito mais efetividade.
No entanto, o executivo defende que os pagamentos via contratos inteligentes são uma tendência que deve moldar a economia digital para os próximos anos e concorda com a visão do Banco Central do Brasil sobre o dinheiro programável e como a convergência entre criptoativos e sistema financeiro será remodelada com os smart contracts e DeFi.
“Não acho que a integração de DeFi com a economia tradicional não vai acontecer tão rápido, mas a visão que o RCN deu é a nossa visão. Como isso vai acontecer é muito difícil dizer. Porém, não é mais uma questão de ‘se’, mas agora de ‘quando'”, disse.
The Flippening: Ethereum substituir o Bitcoin pouco importa
Durante o lançamento da Mynt, Portilho ainda destacou que o Ethereum pode eventualmente substituir o Bitcoin já que a economia caminha para uma integração maior com plataformas de contratos inteligentes, porém, isso pouco importa já que é só uma questão de valor e posição em market cap, porém com relação à sociedade e a transformação da economia o “The Flippening” não tem importância nenhuma.
Sobre centralização, o executivo também afirmou não acreditar que os bancos podem centralizar o mercado de criptomoeda e, eventualmente, superar as exchanges de criptoativos. Há espaço para todo mundo, segundo ele.
“É um processo natural os bancos entrarem em cripto. O mercado que vai dizer quem tá oferecendo o melhor produto e experiência. Temos tipos diferentes de plataformas, tipos diferentes de criptomoedas, tipos diferentes de perfis, ou seja, tem mercado para todo mundo no final das contas. Hoje a experiência de cripto não vai atingir o que Satoshi queria. O papel do mercado é aproveitar essa tecnologia e construir aplicações e funcionalidades que vão convergir em soluções para o cliente comum e o ‘especializado’, possam usar com a mesma segurança”, finalizou.
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