Brasileiros aportam R$ 5,5 milhões em fundos de criptomoedas após um mês de saques
Em oito semanas de fluxo positivo de capital direcionado aos fundos cripto, ETPs brasileiros cresceram em AUM em apenas duas delas
Na última semana, investidores de criptomoedas aportaram R$ 880 milhões em fundos com exposição a criptoativos, marcando a oitava semana consecutiva de fluxos positivos. Os dados são da CoinShares. Os brasileiros, que até então haviam realizado saques em seis das sete semanas, aportaram R$ 5,5 milhões entre os dias 13 e 19 de novembro.
Os fundos ligados à valorização do Bitcoin (BTC) exibiram o maior fluxo de entrada, com crescimento de R$ 773,5 milhões em ativos sob gestão (AUM, na sigla em inglês). Já os fundos apostando na queda do BTC encolheram R$ 42,5 milhões em AUM na última semana, e R$ 66 milhões considerando todo o mês de novembro.
A altcoin mais buscada por investidores através de fundos cripto foi a Solana (SOL). Os fundos expostos ao preço da SOL cresceram R$ 68 milhões em AUM.
Além disso, os fundos multiativos, expostos ao preço de uma cesta de ativos digitais, também receberam atenção significativa. O fluxo de aportes, entre os dias 13 e 19 de novembro, foi de R$ 39,5 milhões.
Variação de AUM dos fundos cripto (por ativo de exposição) na última semana. Imagem: CoinShares
Dentre as altcoins que não estão listadas pela CoinShares, as que mais receberam atenção foram Avalanche (AVAX), Uniswap (UNI) e Polygon (MATIC), com respectivos crescimentos em AUM de R$ 9 milhões, R$ 2,75 milhões e R$ 4,3 milhões.
O interesse em Ethereum (ETH) segue constante entre os investidores, que aportaram R$ 16,5 milhões em fundos ligados ao preço do ativo na última semana. Em novembro, os fundos de ETH cresceram R$ 330,5 milhões em AUM, mas ainda exibem fluxo negativo de R$ 275 milhões no acumulado anual.
Brasileiros retornando?
Os brasileiros não parecem muito inclinados a investir em criptomoedas através de fundos, com aportes feitos em apenas duas das oito semanas de fluxo positivo de capital para fundos cripto. Mesmo assim, na última semana, fundos cripto no Brasil receberam R$ 5,5 milhões em aportes.
O gestor da QR Asset, Theodory Fleury, contou ao Cointelegraph Brasil que o movimento pode estar ligado à alta taxa de juros no Brasil. Investimentos relativamente seguros, com rentabilidade de quase 1%, podem estar por trás da aversão dos brasileiros ao risco atualmente.
Variação de AUM dos fundos cripto (por país) na última semana. Imagem: CoinShares
Fleury acrescentou, no entanto, que os dados da CoinShares podem estar incompletos. O Cointelegraph Brasil apurou a informação com James Butterfill, analista da CoinShares responsável pelos relatórios semanais da gestora, e confirmou que apenas os ETFs da Hashdex são considerados, por serem os únicos presentes no terminal da Bloomberg.
“A Hashdex tinha o mesmo problema, então eu também não conseguia relatar os fluxos [dos fundos] deles também. Eles passaram um tempo trabalhando com a Bloomberg para relatar corretamente os dados”, explicou Butterfill ao Cointelegraph Brasil.
É possível, portanto, que os R$ 245 milhões retirados por brasileiros de fundos cripto no acumulado anual sejam alterados, caso a base de dados a CoinShares seja expandida.