Projetos brasileiros de NFT tem ‘pegada’ social e querem promover o empoderamento de comunidades

Diversos projetos no Brasil buscam utilizar as oportunidades da tecnologia das criptomoedas para criar NFTs com impacto social

O boom e as oportunidades criadas pela popularização dos tokens não fungíveis (NFTs) estão ajudando a transformar a vida de muitos investidores, desenvolvedores e artistas.

Aproveitando esta onda dos NFTs, artistas, criadores e personalidades da cultura brasileira tem se reunido em diversos projetos que buscam aproveitar a alta dos NFTs e com isso gerar impacto social.

O Cointelegraph Brasil selecionou 5 projetos nacionais que buscam alinhar empoderamento social com criptomoedas e arte digital.

BrasilNFT

O primeiro deles, previamente chamado de NFTribos, agora com novo nome, a galeria BrasilNFT Artes Originárias é um projeto nascido de uma conversa entre os cofundadores do BrasilNFT e lideranças de diversos povos indígenas, na tentativa de angariar recursos para as comunidades.

A galeria BrasilNFT Artes Originárias é desenvolvida com a plataforma Rarum da One Percent, empresa que reúne profissionais com mais de 20 anos de experiência em blockchain. O projeto foi ao ar no dia Internacional dos Povos Indígenas (09/08), em modalidade de pré-lançamento.

A galeria já apresenta artes indígenas e os interessados podem fazer cadastro para o lançamento programado para setembro.

As peças do BrasilNFT Artes Originárias poderão ser exclusivamente digitais ou ter uma contrapartida física, que também inclui informações sobre o artista, o povo e a aplicação dos recursos angariados, além de acesso em geolocalização, um esforço que está sendo desenvolvido pelo BrasilNFT e a empresa argentina MONOGRAMA que, assim como o BrasilNFT e a Rarum, tem como premissa a responsabilidade social e ambiental.

Como um compromisso ambiental, a plataforma gera todos os seus NFTs com pegada de carbono neutra, automaticamente. O BrasilNFT também tem o compromisso de neutralizar todas as pegadas de carbono geradas, em todos os seus projetos e produtos.

As peças poderão ser compradas por todos, inclusive por aqueles que não tem criptomoeda, já que o pagamento poderá ser feito através de PIX e de cartão de crédito, o que torna o acesso ao mercado de NFTs mais inclusivo para a população. 

Brazilian’s NFTs

A Brazilian’s NFTs tem o propósito de inserir artistas nacionais no mercado de criptomoedas, sejam eles músicos ou artistas plásticos, por meio da criação e comercialização de NFTs na plataforma OpenSea. 

A proposta é que 20% do valor arrecadado com as obras seja destinado para a ONG SOS Pantanal e, para dar start nesta iniciativa, a galeria no OpenSea colocou à venda obras que refletem o bioma do Pantanal.

A primeira obra da coleção Pantanal, #1 Te cheiro, da pintora Isabê, está sendo leiloada no Opensea, com lance inicial de 0.1 eth, mas também pode ser arrematada diretamente pelo marketplace do projeto.

A coleção teve como inspiração o auge das queimadas do bioma pantaneiro no ano de 2020, em que cerca de 30% da área foi afetada pelo fogo, queimando não só a diversidade de plantas e árvores como também destruindo o habitat dos animais.

“Em outras exposições, por sua vez, espero tocar outras temáticas, na causas dos animais, de direitos humanos, seja o que for sinérgico com a proposta das obras ou mesmo com a proposta dos artistas”, destacou um dos desenvolvedores do projeto ao Cointelegraph.

A proposta da Brazilian’s NFTs é integrar o físico com o digital e por isso nessa coleção sobre o Pantanal, aquele que arrematar o quadro levará a obra física para si, e em outros projetos em desenvolvimento a proposta é trabalhar com aparelhos eletrônicos de exposição de NFT, no âmbito da música vinis exclusivos, entre outros projetos.

A galeria já está com 3 outras exposições programadas com os artistas Henrique Friedrischs, Lukas Azevedo, MRCZZ e ainda um projeto com a Blombô art.

THEOS

A iniciativa brasileira reúne uma comunidade mundial de 25 mil pessoas e permite que qualquer criador arraste e solte qualquer tipo de arquivo (mp3, mp4, GIF, etc) a serem convertidos em NFT pela plataforma THEOS, que usa uma blockchain integrada a rede Cardano (ADA).

Além da “mintagem” e comercialização dos ativos, a ferramenta permitirá o oferecimento de artes digitais em leilões descentralizados e pools de financiamento.

Idealizado pela Sthorm, o protocolo THEOS é capitaneado globalmente pelo COO e co-fundador da Virgin Galactic, Alex Tai, por Pablo Lobo e Mariano Hermida, ambos sócios da Sthorm e fundadores do projeto.

Uma das missões do Theos segundo Lobo, será “prover massa crítica de NFT’s para outro projeto do grupo de Cypherpunks da Sthorm, o Global Pandemic Shield, uma plataforma de lançamento de projetos científicos focada em financiar pesquisas que possam prevenir ou mitigar pandemias e epidemias.

“Aqui, traduzimos todo esse buzz em torno dos NFTs em propósito e oportunidade. Não nos interessa o lucro astronômico que as criptomoedas vêm proporcionando de forma vazia. Queremos canalizar todo esse potencial para mudar a realidade para melhor, dando acesso à saúde, cultura, ciência, tecnologia e inclusão financeira a quem mais precisa ao redor do mundo”, disse Mariano.

Casa NFT

O projeto “Casa NFT” reúne um grupo de artistas que pretende manter vivo seus grafites por meio da tecnologia blockchain. Para isso, o coletivo está grafitando todos os cômodos de um solar modernista no Jardim Guedala, próximo ao Jockey Club de São Paulo, que deve começar a ser demolido no próximo dia 23.

A demolição dará lugar a um condomínio de casas, mas enquanto isso não ocorre 70 artistas nacionais estão criando sua arte no que em breve serão somente escombros. O projeto é uma idealização do empresário Alexandre Travassos, junto com Rodrigo Loli, e foi viabilizado direto com o dono da construtora Gamboa.

A ideia é que todas as obras sejam vendidas como NFT e também há a proposta que cada comprador receba impressões em alta resolução das imagens ou ainda reprodução numa tela digital.

Cryptorastas

Já o CryptoRastas pretende fazer uma conexão direta entre o Brasil e a Jamaica por meio de uma coleção de NFTs que leva o espírito e a cultura do reggae à blockchain.

Os colecionáveis nasceram como um projeto experimental e customizado, idealizado pelo DJ Marcus MPC, cabeça do Digital Dubs – principal referência da cultura dos sound systems jamaicanos no Brasil. O próprio MPC criou um a um todos os 40 crytporastas originais – todos já vendidos, com preços entre 0,1 ETH e 0,5 ETH (R$ 1.700 e R$ 8.500).

No domingo, 29 de agosto, tem início a fase 2 do projeto com o drop de 10.220 novos avatares criados através de arte generativa e registrados na blockchain do Ethereum.

Os contratos inteligentes também foram programados para destinar parte da renda obtida a um fundo coletivo cujos recursos serão utilizados para fomentar a cena reggae em diversos pontos do planeta. Festas, shows e outros eventos poderão ser produzidos a depender do valor total arrecadado.

Os proprietários de CryptoRastas terão acesso vip a esses eventos, que ocorrerão não só no mundo real, mas também no metaverso.

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