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Brasileiro cai até em golpe falso: CVM lança site fake com ‘oferta imperdível de ficar rico’ e usuários investem no golpe

por · 21 de outubro de 2020

Caiu até em golpe falso: Investidores brasileiros acreditam em oferta falsa para ficar “rico” criada pela CVM para alertar sobre golpes financeiros

A Comissão de Valores Mobiliários, CVM, lançou um site fake anunciando uma “oferta imperdível de ficar rico” e acabou convencendo 21% dos usuários a investir no golpe.

Em busca de alertar os investidores nacionais e tentar educar os cidadãos para que eles não caiam em golpe a proposta foi fruto de uma parceria entre a CVM e a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O site integra uma campanha ampla chamada “Se Liga Na Fraude!”.

“Essa é uma campanha bem inovadora, foi ideia da CVM de criar um site ‘fishing’ e nós da Anbima apoiamos e desenvolvemos em conjunto. O site simula uma oferta de investimento típica de uma fraude. O site é muito bem montado e quando a pessoa clica para aproveitar aquilo, ela recebe um alerta dizendo que ela quase foi enganada “, explicou ao Valor, Ana Leoni, superintendente de educação financeira da Anbima.

Quando a pessoa acessa o site e clica para aderir a “proposta imperdível” ele recebe informações e orientações sobre como não cair em fraudes.

Além disso, no portal Se Liga na Fraude há diversas dicas para evitar cair em fraudes, entre elas, a Ambima e a CVM alertam para os golpes com criptomoedas.

Golpe

Nem a pandemia do coronavírus que paralisou o mundo no início do ano foi capaz de parar os golpes no Brasil.

Desta forma, segundo informou a Comissão de Valores Mobiliários, CVM, a autarquia já recebeu mais de 200 denúncias de supostas fraudes sendo executadas no país.

No ano passado, foram 371 denúncia, indicando que 2020 deve registrar um valor muito maior de supostas fraudes encaminhadas a CVM.

Segundo José Alexandre Vasco, superintendente de proteção aos investidores da CVM, 2020 deve bater o recorde de golpes denunciados a autarquia

“Estou no mesmo cargo há 15 anos e esse é um crescimento ímpar na história da CVM, não há precedentes. O número é impactante. A pandemia acelerou  aumento e, provavelmente, teremos um recorde [das atividades irregulares e/ou criminais] neste ano”, diz 

Moda

Ainda segundo Vasco, os golpes e pirâmides financeiras seguem a “modinha” do momento.

Desta forma, muitos acabam usando Bitcoin e criptomoedas pois os criptoativos tem sido o tema “quente” do momento.

Assim, o superintendente da CVM explica que, desde o final da década de 1970, foi possível observar “ondas” de temas usados como fachada para conferir uma impressão de legitimidade aos esquemas fraudulentos.

“Em 2007, houve uma “explosão” de investigações sobre empresas que trabalhavam com mercado Forex (mercado com moeda estrangeira) e opções binárias, ou que apenas afirmavam operar nesses setores, mas, na verdade, eram pirâmides. Na época, o escândalo que ficou mais conhecido foi o da Telexfree, com número de vítimas estimado na casa dos milhões”, disse.

Desta forma segundo declarou Vasco com a economia patinando o momento passa a ser favorável às aplicações de risco.

“Os investidores estão procurando ativos de maior risco, entrando na renda variável. Claro, a maior parte vai para o mercado regulado de capitais, mas uma parte dessa demanda encontra produtos fora do sistema e acaba sendo vítima de esquemas”, explica Vasco.

Porém, isso acaba colocando os investidores mais propensos a cair neste tipo de golpe.

“A taxa de juros baixa, somada a uma certa desinformação da população sobre o mercado financeiro, criou uma combinação que contribui para o aumento dos golpes.”

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