Especialistas brasileiros comentam se o preço do Bitcoin vai subir ou cair daqui para frente

Sete especialistas brasileiros comentam as perspectivas para o preço do Bitcoin e o futuro da criptomoeda no segundo semestre de 2021

O primeiro semestre de 2021 foi marcado por diversos momentos históricos para o Bitcoin (BTC). Além da criptomoeda atingir seu maior valor histórico, acima de US$ 64 mil, o criptoativo ganhou a benção total dos investidores institucionais.

Agora, o BTC já conta com ETFs próprios em diversos países do mundo, dois somente no Brasil, integra inumeros fundos de investimento, 22 só no Brasil e, também faz parte de carteiras de fundos de pensão, fundos institucionais, entre outros, nas principais economias do mundo.

Hoje, entender o que é Bitcoin é regra para prestar concurso público no Ministério de Relações Exteriores do Brasil, no Banco do Brasil e em tantos outros setores. E por falar em bancos, eles, que tanto disseram ser contra a criptomoeda, hoje oferecem o criptoativo como investimento para seus clientes.

Porém junto com tudo isso também vieram os desafios da ‘maioridade’ e, com ela, uma grande correção no preço do BTC que de US$ 64 mil hoje luta para chegar a US$ 33 mil novamente.

Na China, as restrições contra os mineradores de Bitcoin aumentaram e as nações do G20 estudam criar um imposto global para o criptoativo

Agora, para os próximos meses, quais são as expectativas? Para onde vai o Bitcoin? E o preço, vai cair ou vai subir?

Para tentar responder estas perguntas o Cointelegraph consultou sete especialistas brasileiros em criptomoedas e buscou entender o que eles esperam do Bitcoin e de outras criptomoedas para o segundo semestre. 

Rafael Izidoro, CEO da Rispar

“Acredito que o próximo semestre será um marco histórico para o Bitcoin, causado pelo êxodo da mineração na China para outras jurisdições, como o próprio EUA.
Isso deverá refletir nos preços, trazendo uma recuperação e até mesmo novos ATH, ao passo que o aumento de novos investidores fugindo da inflação causada por políticas monetárias, ingressam na criptoeconomia”.

Vinicius Frias, CEO do Alter

“A minha percepção para o bitcoin é positiva. Apesar da grande correção que tivemos desde o pico do meio de abril, ainda estamos sustentando os preços bem acima dos valores negociados durante o ano de 2020. A fase é de acumulação. Para outras criptomoedas, sempre recomendo cautela pois são ainda mais voláteis e especulativas”.

Ricardo Dantas, CO-CEO da Foxbit

“Tivemos um momento de correção do bitcoin, que já era esperado pelo mercado, pois o ativo subiu muito nos últimos meses. Mas entendemos que o conceito e adoção da criptomoeda continua a mesma e no longo prazo tem se mostrado cada vez  melhor. Ainda vai ter uma subida expressiva nos próximos períodos”.

Rodrigo Lima, Analista de Investimentos e Editor de Conteúdo da Skate

“Depois de um início de ano espetacular, o mercado de criptomoedas sofreu uma grande queda após a China fechar uma série de mineradoras de cripto no país, motivada pelo temor de que falte energia elétrica para impulsionar sua economia na retomada pós-pandemia. No entanto, a médio prazo isso pode ser positivo, pois reduz a concentração geográfica da mineração, uma das atividades mais importantes no setor.

Também houve ganhos no cenário institucional, com a bolsa de Chicago (CME) listando novos produtos voltados para o setor, como os contratos futuros de Ethereum, além da listagem de diversas companhias em bolsas americanas, como a corretora Coinbase, a mineradora Riot Blockchain e o estúdio de desenvolvimento blockchain Circle, que deve se tornar público em breve via um SPAC.

Por se tratar de um setor muito novo e, portanto, difícil de ser analisado, é possível que se expor a companhias 100% reguladas e listadas em bolsas de valores seja mais seguro para o investidor que deseja se beneficiar com o crescimento deste mercado”

Lucas Xisto Ferreira, Head of Asset Management da Transfero

“Com a recente queda acentuada do Hash Rate, taxa que expressa a capacidade de processamento da blockchain do Bitcoin, causada por pressões locais e centrais do governo da China, surgem oportunidades para mineração do Bitcoin – considerando que a remuneração aos mineradores é maior quando o Hash Rate está relativamente baixo.
 
Como perspectiva para esse semestre, a China poderá consolidar a atual tendência de restrição à mineração, ou então relaxar tais medidas. Caso as restrições sejam mantidas, os mineradores chineses deverão buscar jurisdições alternativas que acomodem suas atividades e ao mesmo tempo tenham custos energéticos tão atraentes quanto o chinês.

De forma contrária, a reversão das medidas anti-mineração significaria um novo aumento do hashrate.
 
Sobre os demais Criptoativos, o ambiente de finanças descentralizadas (DeFi) continuará sendo um tema de grande destaque, com a crescente busca por protocolos que abarquem os pilares da rapidez, segurança, liquidez e baixo custo de transação.

A rede de blockchain Ethereum concentra grande parte dos projetos DeFi com maior adoção no momento, no entanto, a adoção pelo público geral destes projetos é posta em xeque devido aos altos custos de transação na rede do Ethereum.

O cenário pressiona a possível atualização da rede para a Ethereum 2.0, além de adoção de novas blockchains e o incentivo de protocolos que adotem a interoperabilidade entre blockchains – ou seja, a transferência de dados entre redes distintas de blockchain.

Lucas Schoch, CEO e fundador da Bitfy

“Existem inúmeros lançamentos, como a Ethereum 2.0, e diversas atualizações nas redes das criptomoedas como Cardano e Polkadot, assim como na da Solana. Também há diversas melhorias sendo feitas nos blockchains atuais e que devem sair até o final do ano, e podem possibilitar o uso da tecnologia de uma forma muito mais fácil, barata e simplificada.

No período, isso deve gerar muitos outros projetos utilizando essas tecnologias, que são as maiores tecnologias das principais criptomoedas.

Indico que cada pessoa que fizer investimento deverá analisar cada projeto de maneira independente, e não estudar o Bitcoin e tomar decisões sobre outras moedas tendo como base apenas o Bitcoin. Essa criptomoeda tem um mecanismo natural de escassez, ou seja, deve valorizar ao longo do tempo. Então, olhar para o futuro e explorar cada caso é sempre bom.

Bernardo Schucman, vice-presidente sênior de operações de Data Center na CleanSpark

“O segundo semestre de 2021 indica que teremos uma grande valorização do Bitcoin devido a migração da rede computacional que suporta o ativo da China para os Estados Unidos.

O Êxodo dos mineradores chineses e a consequente descentralização do blockchain do Bitcoin foi visto com muito bons olhos pelos investidores e mercado institucional americano.

A tendência é que após a consolidação dessas mineradoras em solo americano haverá uma forte demanda para a aquisição do Bitcoin que estará em sua maioria controlado por empresas Americanas que já indicaram políticas fortes de ESG ,por volta de 70% da rede vai adotar o consumo de energia renovável segundo pesquisas recentes de mercado.

O fortalecimento do Bitcoin vai impulsionar o preço de outros ativos como o Ether tendem a subir. A expectativa do mercado de mineração de criptomoedas é que no final de 2022, 50% dos bitcoins sejam minerados em solo americano.”

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