BioTech brasileira lança token a US$ 1 lastreado a medicamento psicodélico que pode chegar a US$ 135 a cápsula

ICO do BioTrip tem por objetivo levantar até US$ 23 milhões para financiar as pesquisas e facilitar a comercialização dos produtos.

Embora sejam vistos com certa restrição, justificável devido à necessidade de prescrição médica e liberação por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre outros órgãos competentes, os medicamentos psicodélicos avançam no mercado mundial e nas pesquisas. O que também começa a se evidenciar no Brasil pela postura das agências reguladoras do país às alternativas de tratamento, além do fomento a linhas de pesquisa, ainda que timidamente em alguns casos. 

Na corrida por um mercado que cresce globalmente a cada dia, o poderio de investimento de hoje pode representar um retorno gigantesco amanhã. Esta é a aposta da Biocase, uma biotech brasileira que também possui operações nos Estados Unidos, responsável pela pesquisa de um medicamento à base dos chamados “cogumelos mágicos.”

“A gente estava sempre voltado para o setor da cannabis e quanto mais a gente explorava os trabalhos de cannabis, mais a gente era impactado pelo mercado dos psicodélicos e a gente começou a se aprofundar nisso e perceber que, quando você começa a estudar, ver os estudos que existem, a gente vê um poder de resposta desta terapia, absurdo”, explicou o CEO da empresa, Sérgio Fadul, em entrevista ao Cointelegraph Brasil.

Para impulsionar as pesquisas, a Biocase resolveu lançar uma espécie de oferta pública inicial (ICO) de uma criptomoeda, no caso o token BioTrip, pela exchange brasileira Groot Bit. Isso porque a ideia inicial por trás do criptoativo é a capitação de US$ 23 milhões para financiamento da pesquisa atual, cuja primeira fase teve início em janeiro deste ano, além do desenvolvimento de outros dois medicamentos psicodélicos. Os trabalhos devem entrar na fase de estudos em março de 2023 e fazem parte de uma pós-graduação, lato sensu, autorizada pelo MEC.

Quem está à frente da pesquisa é o médico e doutor em ciências Cesar Camara, que também conversou com o Cointelegraph Brasil.

“É você fazer estudo de bancada, uma trilha de descoberta de novas drogas. Tudo isso é extremamente caro e a empresa decidiu que toda pesquisa e inovação da cannabis iria para psicodélicos e com isso a gente conseguiria desenvolver, pelo menos, uma trilha completa de pesquisa, com registro, de um novo medicamento no Brasil, totalmente financiado pela empresa, mesmo que durasse três, quatro anos, envolvendo bancada, estudo clínico, fases um, dois e três, registro na Anvisa, estudos de estabilidade, toda essa fase farmacêutica.

Dentre as formas de financiamento, uma das alternativas seria a gente usar uma estratégia que já existem na Europa, nos EUA, que muitas empresa de saúde lançaram mão, que são as criptomoedas”, explicou.

Sérgio Fadul também se mostrou otimista em relação ao potencial de valorização de longo prazo do  BioTrip, negociado por US$ 1 na plataforma. Porque a ideia da empresa é que o token nativo da  Biocase também seja o token utilizado na comercialização dos produtos.  O que, neste caso, pode ajudar a lastrear o preço do token no mercado, porque a estimativa é que o medicamento, quando for lançado, chegue até R$ 700 por capsula do medicamento, aproximadamente US$ 135 pela cotação do dólar nesta terça-feira (20),  antes de se estabilizar, em torno de R$ 180, na avaliação do executivo.

Nos Estados Unidos, a startup PSLY comprou um terreno no metaverso no início deste ano e anunciou a realização de terapias psicodélicas no local, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil

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