Brasil imprimiu 30% de todo o dinheiro que existe no país em 2020, enquanto Bitcoin reduzia emissão pela metade
Youtuber utiliza impressão desordenada de moeda fiduciária para explicar como o preço do Bitcoin valoriza de forma “orgânica”.
O real brasileiro e o Bitcoin (BTC) traçam caminhos opostos no mercado financeiro, no que diz respeito à emissão de novas moedas em circulação. Enquanto o Bitcoin diminui sua emissão a cada quatro anos com o halving, por exemplo, o real brasileiro pode ser impresso infinitamente, a qualquer momento.
Dessa forma, nos últimos doze meses foram produzidos cerca de ⅓ de todo o real brasileiro que está em circulação no mercado atualmente. Por outro lado, a emissão de Bitcoin através da mineração foi reduzida pela metade, em maio de 2020.
Assim, a emissão do Bitcoin pode ser usada para explicar a valorização orgânica da criptomoeda no mercado diante do real brasileiro, de acordo com uma publicação no Twitter do perfil dono do canal Bitcoinheiros no Youtube.
Emissão de real brasileiro
O mercado financeiro presenciou uma emissão desordenada de moedas fiduciárias em vários países em 2020, inclusive no Brasil e nos Estados Unidos. Com a disseminação da pandemia que afeta a economia de todo o mundo, a emissão de dinheiro foi utilizada como estímulo econômico por alguns países.
Sendo assim, somente no Brasil existem mais de R$ 621 bilhões em moeda fiduciária circulando pelo país atualmente. Conforme mostra o gráfico abaixo, nos últimos doze meses houve um aumento de quase R$ 200 bilhões na emissão de dinheiro.
Emissão do real brasileiro (Reprodução/TradingEconomics)
Segundo Bit Dov, a emissão de dinheiro no Brasil foi intensificada nos últimos doze anos, onde 65% de todo o real brasileiro foi produzido. O youtuber destaca que essa produção aumentou ainda mais em 2020, ano que corresponde a quase 50% da emissão de todo papel-moeda que foi emitido no país, desde 2008.
“Em 27 anos de produção do real brasileiro (BRL), 30% de todo os BRL em circulação foram produzidos nos últimos doze meses, 65% (foi produzido) durante os últimos doze anos.”
Valorização orgânica do Bitcoin
A emissão do real brasileiro foi citada pelo dono do canal Bitcoinheiros no Twitter em uma comparação com a produção do Bitcoin através da mineração. Com emissão limitada em 21 milhões de unidades, o preço do BTC tende a aumentar a cada halving.
Por outro lado, moedas fiduciárias, como o real brasileiro, podem enfrentar uma grande desvalorização no mercado com uma emissão desenfreada. Com a criação da nota de R$ 200 recentemente, e a adição de mais de R$ 200 bilhões em circulação no mercado, o Agregado Monetário M1 (papel-moeda em poder do público + depósitos à vista) teve um crescimento de aproximadamente 90% em 2020.
Ao utilizar a emissão limitada do Bitcoin para explicar a valorização da criptomoeda nos últimos anos, o youtuber fala que o grande volume de produção de papel-moeda foi uma tendência mundial.
“Essa tendência pode ser observada em quase todas as moedas do mundo. E ainda tem gente que não entende porque o Bitcoin valoriza organicamente.”
Ao mesmo tempo em que foram produzidos R$ 200 bilhões em papel-moeda no Brasil, a recompensa na atividade de mineração do Bitcoin foi reduzida pela metade, com o halving que aconteceu em maio de 2020.
Ao contrário do real brasileiro que continua a ser produzido pelo governo federal, o Bitcoin tende a ser mais escasso a cada halving, o que provoca uma “valorização orgânica” e cíclica para a criptomoeda no mercado.
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