Brasileiro vê oportunidade e compra bitcoin preso da corretora falida Mt. Gox
A falência da exchange japonesa Mt. Gox gerou grande prejuízo para seus investidores. Não há no horizonte uma previsão de como – e se – haverá algum tipo de ressarcimento. Essa incerteza, no entanto, virou uma oportunidade de negócio para o brasileiro Rômulo Nesi, que vem comprando contas de antigos clientes da corretora.
Catarinense de Florianópolis, Nesi vive hoje na Europa, com deslocamentos constantes pelo Velho Continente — ele prefere não revelar o local exato onde reside hoje. Seus olhos e movimentações, no entanto, estão voltados para a Terra do Sol Nascente, mais exatamente para o espólio da outrora maior corretora de criptomoedas do mundo.
Ele próprio é um dos clientes com investimentos presos na Mt. Gox. Essa proximidade, junto com o apoio de um escritório de advocacia, o permitiu conhecer mais de perto o processo e a ver nele uma possibilidade de investimento.
Oportunidade de investimento
Nesi trabalha com bitcoin desde 2012 e é dele que consegue a
maior parte de sua renda atualmente, negociando diretamente com pessoas (P2P)
ou em mercados OTC. Há dois anos, com seu próprio capital, começou a comprar carteiras
de antigos investidores da Mt. Gox.
A expectativa dos administradores da massa falida da exchange é de um ressarcimento de 14% do montante investido em bitcoin, e de 100% no que estiver em moeda fiat. A maior parte dos antigos clientes prefere esperar o que vai acontecer.
“Mas tem gente que precisa do dinheiro antes, ou já tá cansada de esperar. E não tem como tirar o dinheiro de lá amanhã, vai levar muito tempo ainda”, resume Nesi sobre uma outra parte dos investidores, que é o tipo de cliente que ele busca.
O brasileiro paga, em média, US$ 450 por bitcoin preso na Mt. Gox. O dinheiro dessa antecipação é transferido ao cliente após a conclusão dos trâmites documentais, que duram em média quatro semanas.
Esse valor pode parecer irrisório perto da cotação atual do bitcoin, mas se torna algo mais significativo quando comparado aos níveis do começo de 2014, quando a moeda digital tinha uma cotação estimada na casa dos US$ 500, em valores da época – ou entre US$ 800 e US$ 900, considerando o dólar atual.
Risco alto
O brasileiro sabe do risco que tais operações representam. As datas para acerto de contas com a massa falida da Mt. Gox são sucessivamente adiadas por ações judiciais. Ou seja, há possibilidade de Nesi nunca conseguir tomar posse dos bitcoins das contas que vem comprando.
Ele, no entanto, confia em um desfecho positivo e na valorização do bitcoin para garantir o retorno de seu ousado investimento.
“Vai demorar uns anos, mas com certeza o governo [japonês] vai soltar. E por experiência esse ano o bitcoin vai fechar em uns US$ 30 mil a 40 US$ mil”, estima Nesi.
Além de Nesi há outros atores que tentam aproveitar a massa falida da Mt. Gox. Um deles é a Fortress, um fundo de investimento dos Estados Unidos que também oferece dinheiro em troca das ações em bitcoin presas na exchange japonesa.
Segundo o portal Bloomberg, a Fortress vem oferecendo US$ 1.300 para cada bitcoin preso na corretora. Em dezembro, por exemplo, essa oferta era de US$ 755.
Entenda o caso Mt. Gox
A Mt. Gox marcou a história das criptomoedas. Fundada em 2010 em Tóquio (Japão), em quatro anos a empresa já intermediava 70% do volume global de bitcoin.
Contudo, em fevereiro de 2014 a plataforma ficou off-line, anunciando que 850 mil bitcoins e US$ 28 milhões haviam desaparecido devido a um ataque hacker. O caso entrou para a história dos maiores roubos no criptomercado.
Algumas semanas depois, a Mt. Gox anunciou ter recuperado 200 mil bitcoins. A exchange passou a fazer vendas de grande volume no pico de valorização da criptomoeda, o que provocou grande instabilidade nos preços do setor.
A Corte do Distrito de Tóquio então determinou a abertura do processo de falência da Mt. Gox, obrigando-a a devolver os 170 mil bitcoins restantes aos seus clientes, o que representa mais de US$ 1 bilhão.
Mark Karpelès, diretor da exchange, chegou a ser acusado de peculato e manipulação de dados e a ficar preso por 11 meses. Atualmente em liberdade, tem planos para abrir uma nova empresa no Japão, baseada em blockchain.
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