Alta da bolsa: investidores arriscam mais mesmo na crise, diz CEO da B3
O ânimo na bolsa brasileira com nova alta de 0,75% no Ibovespa revela um novo perfil do investidor brasileiro. A análise é de que, mesmo com a crise do coronavírus, os investidores estão mais dispostos a arriscar do que antes.
Na avaliação de Gilson Finkelsztain, CEO da B3, o cenário de incertezas atual não está refletindo em fuga da bolsa. Apenas nos últimos dois meses, foram 400 mil novos investidores na bolsa brasileira. Atualmente, já são quase 2.300.000 contas depositárias.
As incertezas normalmente provocariam forte queda na bolsa. Finkelsztain diz que “historicamente quanto tem essa volatilidade o investidor se desespera e vende”. No entanto, não é isso que vem ocorrendo. Ele defende que a atratividade da bolsa tem a ver com mudanças na política econômica nos últimos anos.
Desde 2016, viemos passando por uma série de ajustes, correções de rumo, reformas, compromisso com equilíbrio fiscal, com reforma da previdência. Que garantiu, por ora, a inflação sobre controle e juros baixos. A gente passou a ser um país mais normal.
Bolsa x renda fixa
Segundo Finkelsztain, a queda da atratividade da renda fixa está impulsionando investimentos de maior risco. Com os juros mais baixos, o investidor estaria avaliando que a bolsa pode apresentar a rentabilidade pretendida mesmo em um momento de crise.
Acho que o Brasil sempre foi o paraíso da renda fixa e essa foi nossa história até 2015 e 2016. Agora com inflação sob controle e juros baixos, passamos a ser um país mais normal, onde a renda variável definitivamente entrou na agenda do investidor.
Além disso, o perfil hoje é de iniciantes. Cerca de metade dos investidores têm menos de R$ 1 mil na conta. Segundo o CEO da B3, “são pessoas que estão começando a sua jornada de investimentos e de educação financeira, conhecendo melhor o que é renda variável”.
Otimismo para o futuro
Há uma perspectiva negativa para emergentes no pós-crise. Entretanto, Finkelsztain acredita que a política atual de estímulo irá respingar em países como o Brasil. A ideia é que injeção de moeda para sustentar a economia agora leve a novos investimentos no futuro.
Vai ter no mundo todo uma grande liquidez, porque todos os bancos centrais combinados estão injetando muita liquidez e, no médio prazo, isso pode ajudar os mercados emergentes.
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