Pesquisa: Grandes empresas mundiais utilizam blockchain mais para rastreabilidade do que para pagamentos
As empresas multibilionárias têm mais probabilidade de usar blockchain para rastreabilidade do que para pagamentos, de acordo com uma nova análise.
As empresas multibilionárias têm mais probabilidade de usar a blockchain para rastreabilidade e proveniência do que para pagamentos e liquidação, de acordo com uma nova análise da Forbes Blockchain 50.
A lista anual anual Blockchain 50 foi publicada no final de fevereiro e inclui cinquenta das maiores marcas do mundo que usam blockchain, cada uma com receita anual superior a US$ 1 bilhão.
Uma pesquisa da empresa holandesa Blockdata, que incorporou seus próprios dados na análise, descobriu que quinze delas têm soluções que abordam a rastreabilidade e proveniência, enquanto 13 estão usando blockchain para pagamentos.
As empresas com soluções de rastreabilidade blockchain incluem IBM, Nestlé, Foxconn, Honeywell, Walmart, Amazon, BMW e Mastercard. Dez já estão em atividade, enquanto cinco são esquemas piloto. Os casos de uso estão espalhados pelas indústrias agrícola, de mineração, aeroespacial, alimentícia e automotiva.
Hyperledger e Ethereum
A tecnologia Hyperledger da IBM foi a mais usada para rastreabilidade, seguida pela Ethereum – no entanto, várias empresas usam várias blockchains ou ledgers distribuídos.
A análise da Blockdata citou o uso da tecnologia blockchain pela Foxconn, fabricante do iPhone e Playstation, como um exemplo notável. Ela está simplificando o financiamento por meio de sua plataforma Chained Finance para seus fornecedores, muitos dos quais são de pequenas e médias empresas. Também destaca as contribuições da IBM:
“A IBM, apoiadora do projeto blockchain Hyperledger e suas muitas plataformas, aparece por causa da iniciativa Food Trust. Esse programa permite às empresas verificar com rapidez e precisão a proveniência de bens individuais em sua cadeia de suprimentos. Entre os participantes mais destacados estão Walmart, Nestlé, e Dole Foods.”
No entanto, como alertou o colaborador da Forbes, Steve Banker, em seu recente relatório sobre a Food Trust, apenas porque a blockchain agora está sendo amplamente utilizada em rastreabilidade, não significa necessariamente que será um sucesso. Ele escreveu:
“Quando o varejista começar a gerar dados, ele terá que ver como os custos aumentados em torno da Food Trust são equilibrados por custos mais baixos em recalls; quanto os preços dos produtos precisam aumentar; se esses custos podem ser repassados; a viabilidade da blockchain para rastreabilidade ainda não está garantida, apesar da situação atual.”
Pagamentos e liquidações
A próxima categoria mais popular entre as empresas multibilionárias da lista foi Pagamentos e liquidações, responsáveis por 13 produtos, seguidos pelo desenvolvimento de blockchain (10), negociações (10), identidade (7), gerenciamento da cadeia de suprimentos (6), prevenção de fraudes (6), tokenização de ativos (5), soluções de custódia (4), financiamento da cadeia de suprimentos (3), mercado (3) e cartas de crédito (2).
Facebook, Credit Suisse, JPMorgan, Bakkt, Ripple e Square foram destacados na categoria pagamentos. Hyperledger e Ripplenet foram usados por dois projetos cada um nessa categoria, enquanto o Ethereum foi usado por três.
Fora dos serviços financeiros tradicionais, a Blockdata destacou os produtos Truck-ID e Truck Wallet da Daimler, que visam permitir que os veículos negociem autonomamente com outras máquinas.
A Blockdata concluiu sua análise sugerindo que o número de produtos em cada categoria mudaria ao longo do tempo:
“Está claro pelos produtos que estão sendo construídos e colocados em uso que as maiores empresas do mundo estão usando a tecnologia blockchain para resolver problemas reais. Áreas como identidade digital e tokenização de ativos, embora menos populares nesta lista, terão um crescimento maciço nos próximos anos, assim como quando as empresas descobrirem como digitalizar ativos físicos. Não se surpreenda se o seu carro começar a agendar sua própria manutenção (e pagar por sua própria carteira) ou se puder investir na propriedade fracionária de projetos imobiliários tão facilmente quanto você pode negociar ações.”