Bois e vacas com blockchain garantem investimento milionário para startup de agronegócio no Brasil
Startup usa blockchain para monitorar a cadeia de produção de carnes no Brasil e vem recebendo aportes milionários de investidores
A startup iRancho, que usa blockchain no setor pecuário, acaba de receber um aporte de R$ 1,5 milhão da BR Angels.
Com o investimento, a startup pretende aumentar a equipe de engenharia, desenvolver mais soluções integradas de genética bovina e investir em marketing e publicidade.
A empresa desenvolveu sua plataforma baseada no conceito de BPM (Business Process Management), que monitora cada atividade do manejo do gado de corte, desde o planejamento reprodutivo até o embarque.
Thiago Parente, co-fundador e CEO da iRancho, destaca que os clientes da plataforma vêm alcançando importantes incrementos de produtividade, de até 50% em determinados processos, como também da redução de perdas, desperdícios e roubos.
“É extremamente difícil coletar, armazenar, organizar e consumir informações da fazenda e da produção do modo convencional. Por isso, criamos uma maneira de o pecuarista dizer ao iRancho o que vai fazer no curral naquele dia, de maneira natural, e conseguir a gestão individualizada do gado”, diz.
Assim, o sistema da startup permite o controle de animais, insumos, vacinação, medicamentos e evolução do rebanho, além de acompanhamento de informações financeiras e fluxo de caixa, buscando trazer mais eficiência à rotina do pecuarista.
Os clientes da empresa podem acessar as informações por computador, tablet ou smartphone. Quando aliado a outras tecnologias, como brincos de identificação por radiofrequência e balanças eletrônicas, o sistema da iRancho inviabiliza a possibilidade de erros na coleta de informações no momento do manejo.
Hoje, são mais de 300 assinantes em todo o país, além de clientes no Paraguai, Bolívia e Inglaterra, ultrapassando a marca de 900 mil cabeças de gado em seu banco de dados.
Blockchain
O uso da tecnologia blockchain pela iRancho tambem chamou o atenção da associação de venture capital AgroVen, que aportou um valor na empresa no ano passado.
Três motivos chamaram a atenção da Agroven, de acordo com Silvio Passos, presidente do conselho do clube de investimento.
O primeiro deles foi o potencial do próprio setor. O segundo foi a usabilidade da solução, fácil e intuitiva.
“O terceiro, e mais importante, é a possibilidade de registrar o BPM, que permite guardar de maneira individual o histórico dos animais. Porque vamos caminhando para o que seria o sonho de todo consumidor europeu, por exemplo, que é a rastreabilidade do animal de maneira individual”, afirma Silvio.
Essa questão vem sendo observada por diversos players do setor, já que existe uma demanda do próprio mercado de entender qual o caminho percorrido por aquele animal.
“A cadeia é bastante longa, mas as informações mais relevantes de todo esse blockchain que vai ser criado para fazer a rastreabilidade estão dentro da porteira, na fase de criação. E o sistema da startup nasceu ali. Logicamente, outros players estão de olho, mas acredito que a iRancho está bem posicionada”, diz Silvio.
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