Blockchain pode ser solução no combate às fake news, aponta novo livro da PUC
As possibilidades da tecnologia das criptomoedas suscitou a curiosidade de pesquisadores da PUC-SP que estudam o uso do blockchain no combate a fake news.
A organização do livro “A Expansão Social do Blockchain” ficou por conta de Lucia Santaella. A pesquisadora é uma referência nos estudos de semiótica no Brasil, com mais de 50 livros publicados de sua autoria.
O livro compila 11 artigos que discutem as diversas facetas da tecnologia blockchain, inclusive seu uso no combate a fake news.
Conforme Santaella, o blockchain não surgiu para colocar um fim nas “festanças das redes sociais”. No entanto, características como a confiabilidade da tecnologia, podem ser exploradas em outros setores da sociedade que não apenas o financeiro, como por exemplo o jornalismo.
“Hoje, os especialistas estão seguros de que a tarefa das criptomoedas foi a de abrir as portas para o crescimento do restante da indústria voltada para uma nova forma de internet. […] tudo parece indicar que o Blockchain irá empoderar a Web 3.0, ou seja, a inteligência conectiva, com o trunfo da introdução de conexões confiáveis.”
Combate a fake news
No livro, o debate sobre o uso do blockchain no combate às fake news é explorado pela pesquisadora Magaly Prado, conforme noticiou o Estadão.
“Uma plataforma descentralizada visando usar a tecnologia blockchain em nome do jornalismo é louvável. Torna as informações de uma rede independente de redações mais confiáveis, preponderante em tempos de reputação baixa por causa da desinformação desembestada.”
Como noticiado pelo BeInCrypto anteriormente, as fake news podem atingir novos patamares em 2021, conforme estudo do Saxo Bank. Todavia, o mesmo relatório compartilha a visão dos pesquisadores brasileiros e aponta o blockchain como uma resposta interessante à desinformação.
Gigantes de tecnologia como a IBM e Verizon já estão desenvolvendo ferramentas blockchain com esse objetivo. Aliás, um dos jornais mais importantes do mundo, o New York Times, já integra na sua plataforma a tecnologia do bitcoin.
Com suporte técnico da IBM, o jornal criou uma solução para todo o setor. Permite, com o blockchain, que leitores verifiquem rapidamente a autenticidade de fotografias e vídeos que acompanham as notícias online.
No novo livro lançado na semana passada, a pesquisadora Kalynka Cruz-Stefani que assina o capítulo ‘Estratégias de combate às fake news’, indica um futuro promissor:
“Estudos mostram que, a partir de 2023, 30% delas (fake news) serão descobertas e combatidas pelo blockchain.”
Os 21 autores que contribuem no estudo fazem parte do grupo de pesquisa ‘Sociotramas’, da pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (TIDD) da PUC-SP, sob coordenação de Santaella.
O lançamento do livro impresso acontece em janeiro de 2021 pela editora EDUC. Enquanto isso, a versão digital já está disponível para compra.
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