Blockchain e open source de mãos dadas para o futuro
Os limites das construções dos últimos anos, pensando em engenharia de software, estiveram junto da criatividade dos desenvolvedores, sendo muito disso devido a um forte movimento open source.
Este movimento open source (código aberto) movimenta indústrias gigantes no mundo empresarial, mas também na forma como usuários domésticos acessam a internet (Firefox, Chrome).
Uma das motivações para esse crescimento do código aberto é a crença de um mundo melhor para a humanidade. Mesmo assim, este movimento não foi destaque noticiado na grande mídia mundial.
Código aberto é desconhecido por grande maioria das pessoas
No início do movimento open source os desenvolvedores não acreditavam ser possível uma realidade em que códigos de programas estivessem disponíveis para terceiros.
Essa crença negativa, como muito do que se percebe com as blockchains atualmente, foi sendo quebrada aos poucos ao perceber que o código livre traz lucros e benefícios para organizações.
A Microsoft, antes uma das maiores inimigas do open source, comprou em 2018 a plataforma GitHub, uma das maiores operações do setor de códigos e controle de versões.
É bem verdade que após anos na escuridão, o movimento open source atual conta com grandes empresas fomentando seu crescimento, como a Microsoft, Google, IBM e outras.
Blockchain tem enorme potencial
Há um limite claro para o que pode ser compartilhado com o código aberto. O código aberto não pode abrir sistemas ativos, não pode abrir seus dados.
Você pode compartilhar o código-fonte de um servidor, mas naturalmente não pode compartilhar uma instância em execução deste servidor.
Só que chega no cenário a blockchain, que pode corrigir através da tecnologia essa lacuna aberta pelos processos atuais.
Android como exemplo
Um exemplo interessante de se analisar é o do Android, sistema este que depende de notificações por push e de pagamentos, contando com o download de aplicativos do Google Play.
Esses serviços são todos instâncias em execução, não apenas código. Milhares de usuários os consultam diariamente e mantêm dados por lá.
Quem está executando esses serviços? Vamos nos concentrar no Google Play. Com um nome como esse, a resposta é evidente: Google está executando esses serviços em uma infraestrutura privada que não é compartilhada com ninguém.
Desconforto com políticas centralizadas
Qual é o custo de ter o Google no controle exclusivo do Google Play? Para começar, uma taxa de 30% para cada desenvolvedor paga ao Google pelo benefício de distribuir digitalmente seu aplicativo.
Mas isso é apenas dinheiro. Cada desenvolvedor de dispositivos móveis sentiu o desconforto com o processo de aprovação do aplicativo.
Os menos afortunados experimentaram a rejeição de aplicativos, algo que em outros locais poderiam ser considerado uma censura.
O controle absoluto de um canal de distribuição onde os produtos da própria empresa estão sendo vendidos e distribuídos não pode ser bom para a concorrência.
Os concorrentes como Apple (AppleStore) e Amazon (AmazonAppstore) também não resolvem estes problemas.
Movimentos são importantes, mas não mainstream
Ambos os movimentos open source e blockchain são mais importantes para as pessoas do que elas imaginam.
Ainda sim, considerar que estes serão conhecidos pela população mundial é uma outra história, e nem deve acontecer ao se analisar os fatos passados pelo open source.
Também não podemos imaginar que todas as empresas serão levadas a tecnologia blockchain, até porque nem todos utilizam softwares open source.
Os códigos abertos são famosos na comunidade de cientistas da computação e pessoas ligadas ao setor de tecnologia, mas não entre demais pessoas.
A tecnologia blockchain, mesmo com o destaque do Bitcoin (BTC) que é a primeira criptomoeda a funcionar em massa, também não deve alcançar uma grande fama.
Os próximos anos devem ser fundamentais para a implementação da blockchain em inúmeros processos, mas serão poucos os consumidores que irão se preocupar com o nome da camada da aplicação que eles utilizam.
Ou seja, o mainstream deve ser gigante para área da computação, mas no mundo “real” provavelmente as criptomoedas deverão levar a maior parte da fama (não dizendo que isso seja ruim, muito pelo contrário).
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