Blockchain pode ajudar a combater a corrupção e livrar ‘Brasil do caos político e institucional’, diz especialista

Candidatos eleitos no Brasil tendem a sentir maior pressão por responsabilidade e transparência na gestão pública e blockchain pode ser aliada da democracia neste caminho.

A crise política e institucional que domina a sociedade brasileira desde 2016 pode ter uma resposta nas tecnologias disruptivas: a blockchain.

Em artigo publicado no portal do jornal O Globo, o CEO da desenvolvedora de softwares para o mercado financeiro Investtools, David Gibbin, defende que a tecnologia blockchain é a chave para “livrar o Brasil do caos político e institucional”.

“Diante do atual cenário político, em que notícias sobre corrupção e lavagem de dinheiro são cada vez mais frequentes, o anseio da população por ferramentas de transparência nos governos é inevitável. Embora uma solução para o controle de gastos públicos pareça utópica, dada a dimensão do problema no Brasil, ela existe e está em uma tecnologia conhecida por muitos, mas realmente compreendida por poucos: a blockchain.”

Os princípios da blockchain, escreve Gibbin, com todos os computadores da rede trabalhando de forma conjunta e tendo que validar as transações, “gera um novo e inédito padrão de segurança”, e a imutabilidade da tecnologia também faz com que as fraudes sejam quase impossíveis. No controle de gastos públicos em blockchain, toda a movimentação é obrigatoriamente registrada e rastreável por qualquer ator da rede, ou seja, os dados são públicos.

Segundo ele, a blockchain tende a ser cada vez mais explorada como uma ferramenta de proteção da democracia:

“A tecnologia tira do governo e de outras entidades passíveis de corrupção os papéis de prestadores de contas e de emissores de uma “verdade” cada vez mais frágil.”

Ele cita iniciativas no Brasil e no mundo com a blockchain como aliada da responsabilidade fiscal. O BNDES implementou em 2019 uma blockchain que emitiu tokens para rastrear o financiamento da construção de uma rodovia no Espírito Santo. A iniciativa fez parte do site BNDES Transparente, onde qualquer pessoa poderia acessar as informações referentes ao investimento. Agora, o banco estatal vai rastrear doações para o Fundo Amazônia através da tecnologia blockchain.

Além disso, o artigo cita iniciativas como a do Canadá, que vai testar a gestão transparente de contratos governamentais com um explorador de blockchain, da Argentina, onde os habitantes de Buenos Aires terão uma identidade digital em blockchain, e da China, que adotou a tecnologia como parte de um Plano Quinquenal para desenvolvimento de tecnologia da informação.

Finalmente, David Gibbin lembra que os governos municipais que assumem o cargo em 2021 em todo o Brasil já entram no cargo com a cobrança pública cada vez mais crescente por eficiência, transparência e responsabilidade na gestão estatal. A melhor resposta, completa ele, é a blockchain:

Com governos municipais em início de mandato em 2021, cresce a urgência por medidas anticorrupção e pela postura transparente dos gestores. A tecnologia entrega uma solução fácil, pouco burocrática e, sobretudo, ineditamente segura para controle dos gastos públicos, podendo se tornar uma realidade imediata. A blockchain surge como uma excelente ferramenta na construção de uma espiral positiva que ajude a livrar o Brasil do caos político e institucional.

Como noticiou o Cointelegraph Brasil nesta terça-feira, o candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, anunciou que está usando blockchain para autenticar as doações recebidas pela sua campanha.

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