Bitpreço lança carteira de doação em Bitcoin para ajudar no combate à crise de saúde em Manaus

Marketplace de criptomoedas, Bitpreço lança campanha para arrecadar Bitcoins e ajudar a combater crise sanitária do coronavírus em Manaus.

O marketplace de criptomoedas brasileiro Bitpreço lançou nesta semana uma campanha para ajudar no combate à grave crise do sistema de saúde de Manaus, no Amazonas, que na última semana esgotou seus estoques de oxigênio e levou a população a cenas de grande desespero.

Em comunicado enviado ao Cointelegraph Brasil, a Bitpreço diz que a falta de oxigênio não é o único problema enfrentado pelo sistema de saúde da capital amazonense, que também tem enfrentado escassez de água filtrada.

O CEO da Bitpreço, Ney Pimenta, conta que entrou em contato com o Projeto Mais Amor Manaus para tentar entender a situação e ajudar a combater o caos sanitário da região:

“Entramos em contato com um dos organizadores e ele disse que a situação era caótica, mas que além de oxigênio, era preciso outros itens, como, por exemplo, água. Não pensamos duas vezes e decidimos começar a ajudar”

Para ajudar Manaus, a Bitpreço criou uma carteira para doação de Bitcoins (BTC). Todos os fundos serão enviados ao projeto parceiro, que usará o dinheiro para a compra de máscaras cirúrgicas profissionais, kits completos para ambientes hospitalares, cilindros de oxigênio, água potável e outros itens essenciais:

“Se cada um fizer um pouco, já conseguimos ajudar milhares de pessoas que estão em situação de vulnerabilidade. Para quem quiser contribuir,sua doação em Bitcoin deverá ser realizada para carteira: bc1q7t395ttaauzkxy5eldu0wfhlfc75rccmm5uwn0. Para mais informações, podem entrar em contato com a BitPreço”

Caos e descaso em Manaus

O caos de Manaus na semana passada levou a críticas severas sobre ineficácia do governo federal no combate à pandemia no Amazonas. O Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, visitou a cidade na segunda-feira, mas não tomou medidas para evitar o esgotamento do estoque de oxigênio – fundamental no tratamento da COVID-19: foi lançar um aplicativo dedicado ao “tratamento precoce” da doença, uma bandeira política de Bolsonaro que não tem eficácia contra a doença que já matou 210.000 brasileiros. Lavando as mãos, o Presidente da República disse depois que “fez a sua parte”.

Diante da péssima repercussão, Pazuello decidiu “acelerar” a vacinação no país – apesar do ministério ignorar cartas de laboratórios que produzem vacinas contra a COVID-19 desde outubro de 2020. Envelopou com publicidade governamental dois aviões da empresa aérea Azul que buscaria, às pressas, 2 milhões de doses de vacina na Índia, mas esqueceu-se de combinar com o país asiático, que queria discrição. Uma semana depois, os aviões nunca saíram do Brasil e não há data definida para isso.

Como se não bastasse, o Ministério da Saúde “exigiu” a entrega de 6 milhões de vacinas do Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, depois de passar meses em guerra política contra a vacina – Bolsonaro chegou a comemorar um efeito adverso grave da vacina que não tinha nenhuma ligação com os testes, já que tratava-se do suicídio de um dos voluntários. As vacinas foram aprovadas de forma emergencial no domingo pela Anvisa, mas são insuficientes.

Diante da ausência de medidas das autoridades e do vexame internacional, a sociedade civil se organizou para tentar ajudar Manaus – em escala menor, devido às possibilidades – que tinha 60 bebês em UTIs neonatais sem oxigênio disponível. Artistas como Whinderson Nunes, Gustavo Lima, Tatá Werneck, Bruno Gagliasso e empresas como Multilaser, Samsung, Philco e Ambev enviaram respiradores e oxigênio ao Amazonas, em tentativa desesperada de cobrir o descaso governamental.

Uma semana depois, a crise segue longe de acabar, já que os casos seguem crescendo no país, com possibilidade de crises do mesmo tipo em outros estados brasileiros que também se aproximam do colapso do sistema de saúde.

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