Negociação com Bitcoin atinge mais alto nível na Venezuela em meio ao atual colapso econômico

Os volumes de negociação de Bitcoin na Venezuela atingiram um novo recorde, subindo para quase sete milhões de dólares por semana na plataforma P2P LocalBitcoins.

Os volumes negociados de Bitcoin (BTC) na Venezuela atingiram um novo recorde de alta em meio a uma sólida hiperinflação e uma crise presidencial em curso, informou o site de notícias TrustNodes em 6 de fevereiro.

O volume de transações semanais de Bitcoin alcançou mais de 2.000 BTC (cerca de US$ 6,8 milhões) em operações na exchange peer-to-peer (P2P) LocalBitcoins durante a semana que terminou em 2 de fevereiro.

Venezuela LocalBitcoins Weekly Trade Volumes in BTC

Volumes de negócios semanais em BTC no LocalBitcoins na Venezuela. Fonte: Coin.Dance

Os volumes de negócios registrados no LocalBitcoins são apenas uma fração do total de transações em Bitcoin estimadas feitas pelos venezuelanos. Como relata a TrustNodes, uma grande quantidade de negociações está ocorrendo em exchanges centralizadas localizadas em países vizinhos, como Colômbia e Brasil.

Nesses casos, o valor total dos volumes de negociação de Bitcoin pelos venezuelanos é difícil de estimar, uma vez que os negócios são frequentemente feitos em moedas locais dos países vizinhos.

Os volumes negociados na LocalBitcoins também registraram um aumento na Colômbia, com os dois países juntos respondendo por 85% dos volumes negociados na exchange p2p na América Latina, como informou a Cointelegraph en Español em 5 de fevereiro. Durante as primeiras cinco semanas de 2019, a Venezuela foi responsável por 8571 transações, enquanto a Colômbia registrou 1709.

De acordo com a TrustNodes, o volume de negócios no LocalBitcoins na Venezuela registrou um aumento de mais de quatro vezes desde o verão de 2018, enquanto a inflação da moeda fiduciária local, o bolívar venezuelano, atingiu um milhão por cento.

Como o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu no início de 2018, a taxa de inflação na Venezuela poderia atingir dez milhões por cento neste ano.

Apesar de ter as maiores reservas de petróleo do mundo, a economia da Venezuela teria caído 47% desde o final de 2013. A situação econômica no país foi agravada pelas sanções impostas pelos Estados Undios em 2017, que visavam o regime do presidente venezuelano Nicolás Maduro. No mês passado, os EUA anunciaram sanções adicionais contra a estatal petrolífera do país, a PDVSA.

A tensão no país foi aumentada por uma crise presidencial em curso desde o mês passado, quando a Assembleia Nacional do país composta em sua maioria pela oposição declarou inválida a reeleição de Maduro em maio de 2018. Como a Cointelegraph relatou no início deste mês, Juan Guaidó é atualmente o presidente autoproclamado do país, e é apoiado por muitos líderes locais e internacionais.

Em 31 de janeiro, a Venezuela adotou oficialmente um novo projeto de lei sobre a regulação de cripto que introduz o conceito de um ativo cripto soberano, que representa qualquer moeda emitida na Venezuela e autorizada pelo governo. O projeto de lei também lista as licenças necessárias para as empresas de mineração e exchanges cripto e introduz multas para atividades não licenciadas.

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