Bitcoin tira a fé das pessoas, diz Edir Macedo após receber R$ 72 milhões

Edir Macedo, fundador e líder da Igreja Universal, fez comentários negativos sobre o Bitcoin (BTC), apesar de sua igreja ter aceitado doações de indivíduo preso acusado de operar uma organização criminosa supostamente usando a criptomoeda.

Em vídeo publicado no seu perfil oficial no Instagram na segunda-feira (30), Edir Macedo comentou sobre o Bitcoin e as doações milionárias que a Igreja Universal recebeu do dono da GAS Consultoria Bitcoin.

Logo no inicio do vídeo, o atual chefe da instituição religiosa e da rede RecordTV comenta que já foi indagado sobre o Bitcoin ser uma forma de pecado. Macedo disse que “aparentemente não é pecado”, mas que as pessoas ficam dependentes desse ativo, crendo que seu preço sempre irá subir.

Ele ainda destacou que muitas pessoas estão tendo prejuízos ao investir na criptomoeda, prejudicando outras áreas das suas vidas, como a religiosa. “Temos visto pessoas perdendo a fé por causa dessa porcaria”.

No segundo vídeo da publicação, Macedo compartilhou um corte de uma de suas pregações, onde chama o Bitcoin de “maldição”.

No texto da publicação, o bispo diz que Universal tem alertado os seus membros sobre “golpes embutidos em supostos investimentos de criptomoedas”. Ele ainda afirma que membros da comunidade evangélica seriam uns dos principais alvos desses esquemas.

O texto ainda faz menção a Glaidson Acácio dos Santos, chefe da GAS Consultoria Bitcoin, que foi preso pela Polícia Federal no final de agosto:

“Quanto a Glaidson Acácio dos Santos, informamos que ele ingressou no treinamento pastoral da Universal em 2003 e foi desligado pouco depois por não atender aos padrões do ministério. Há alguns meses, a Igreja recebeu informações de que ele estaria assediando e recrutando fiéis e integrantes do corpo eclesiástico para participar de sua empresa, que demonstrava sinais de envolvimento com pirâmide financeira”.

O líder religioso ainda diz que a Universal tem tomado medidas para afastar pastores e demais lideranças que possuam quaisquer envolvimentos com a GAS ou com outros esquemas de pirâmide financeira.  

Doação

Glaidson e demais membros da GAS foram presos pela Policia Federal no da 25 de agosto, sob acusações de pirâmide financeira envolvendo o Bitcoin.

A empresa, que já estava sendo investigada pelo Ministério Público Federal e pela CVM, prometia rendimentos de 10% ao mês em investimentos que envolviam o BTC. Cerca de R$ 150 milhões em criptomoedas foram apreendidos.

A empresa chegou a movimentar mais de R$ 15 bilhões nos últimos 12 meses, segundo as investigações, e suspeita-se que ela sequer aplicava o dinheiro dos seus clientes em Bitcoin.

Em planilha anexada por seus advogados à ação de produção antecipada de provas, a Universal confirma ter recebido mais de R$ 70 milhões em doações feitas por Glaidson nos últimos 15 meses.

Segundo Macedo, a Universal apresentou em maio uma notícia-crime na Justiça contra os envolvidos no caso da GAS, além de ter aberto um processo judicial para que o acusado comprove a origem de suas doações.

No entanto, em julho deste ano, o empresário chegou a doar R$ 20 milhões para a igreja. Do total, 75% foi repassado em uma única transferência.

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