Compra de Bitcoin cresce mais de 50% no Brasil e influencia balança comercial do Banco Central

O interesse do investidor brasileiro pelas criptomoedas tem se destacado significativamente

O interesse do investidor brasileiro pelas criptomoedas tem se destacado significativamente. De janeiro a maio deste ano, o balanço de pagamentos do Banco Central do Brasil revela um total de US$ 3,8 bilhões em aquisições de BTC, o que representa um aumento de 19% em relação aos primeiros cinco meses de 2022 e um aumento de 53% em relação ao mesmo período de 2021.

De acorco com Marcos de Marchi economista-chefe da Oriz Partnes, os dados indicam que maio tem sido o mês de maior volume de compras por parte dos brasileiros nos últimos anos. Se essa tendência de 2022 se mantiver, é possível que as compras em 2023 alcancem aproximadamente US$9 bilhões (R$45 bilhões).

Ele aponta ainda que esse fluxo considerável de recursos saindo do país em direção ao exterior é notável, mesmo considerando que a operação é intermediada por terceiros.

“Esses números se tornam ainda mais impressionantes quando comparados ao fato de que, neste ano, os brasileiros compraram apenas US$600 milhões em ações no exterior, enquanto em 2022 repatriaram mais de US$4 bilhões que haviam sido investidos em anos anteriores. Criptoativos é um investimento que de fato atrai muito interesse dos investidores locais que buscam uma valorização rápida e oferece alguma proteção à volatilidade da moeda brasileira”, destaca.

Aumento das importações de Bitcoin no Brasil de acordo com dados do Banco Central

As negociações de Bitcoin vem impactando a balança comercial do Brasil desde 2019, ano em que o BTC e as criptomoedas passaram a constar no cálculo do Banco Central. Desde então, ano a ano, as importações de criptomoedas são apontadas como um dos principais fatores que geram o déficit comercial de ajuste na conciliação entre a balança comercial levantada pela Secex e a calculada pelo BC.

Interessante notar que não é só a negociação de criptomoeda que entra no balanço comercial nacional, a atividade de mineração também é considerada “um processo produtivo”, seguindo recomendações do texto “Treatment of Crypto Assets in Macroeconomic Statistics” portanto, integra a balança comercial.

Desta forma, como cada vez mais brasileiros entram na atividade de mineração, porém fora do país, este fato também ajuda a aumentar o déficit comercial.

“Não há registros aduaneiros para criptomoedas, não incluídas na estatística de comércio exterior de mercadorias. Para inclusão na balança comercial do balanço de pagamentos, as transações com criptoativos são estimadas com base em contratos de câmbio”, informou o BC.

Criptomoedas

Apesar de o Brasil ter movimentado mais de US$ 140 bilhões em criptomoedas entre julho de 2021 e julho de 2022, segundo dados da plataforma Chainalysis, ainda há uma percepção de muito mistério sobre como começar a investir no setor.

A mesma pesquisa mostra que o país é o sétimo maior mercado de ativos cripto do mundo e líder na América Latina; mesmo assim, seis em cada dez pessoas dizem que o principal motivo para não investirem em ativos digitais é o medo de perder dinheiro, aponta estudo da empresa internacional de cibersegurança Kaspersky.

“Assim como em qualquer investimento, há sim um risco quando falamos no mercado cripto, mas entender como ele funciona já é o primeiro passo para se sentir mais seguro e analisar se vale ou não a pena investir. Este mercado tem grande potencial de crescimento e, mesmo que não seja do desejo das pessoas investir nele agora, pode ser que no futuro elas mudem de ideia”, diz Paulo Fernando Braga, CEO da Omega Digital Assets.

Para facilitar e diversificar o conhecimento no assunto, Paulo pontuou, em itens simples, o conhecimento básico para começar a investir neste mercado:

  • Entenda o conceito de criptomoedas: As criptomoedas são moedas digitais que usam a criptografia para garantir segurança em suas transações. A mais conhecida é o Bitcoin, mas há diversas outras no mercado, como Ethereum, Litecoin, Bitcoin Cash e Ripple.
  • Pesquise o mercado: Depois de entender o que são criptomoedas, é importante pesquisar sobre o mercado e seus riscos. Embora a volatilidade dos ativos traga grandes oscilações de preço, o que pode resultar em ganhos ou perdas significativas, estamos falando de um mercado em expansão, com grande potencial de lucro no longo prazo.
  • Escolha uma exchange: o próximo passo é escolher uma exchange confiável para realizar suas operações – exchanges são empresas mediadoras, que fazem a ponte entre os vendedores e os compradores de ativos digitais. Existem diversas plataformas no mercado, por isso é importante escolher uma que seja segura, com boa reputação e com uma grande variedade de criptomoedas para negociação.
  • Comece a investir: com a conta verificada numa exchange, o próximo passo é transferir dinheiro para essa conta e comprar criptomoedas. Algumas plataformas permitem que o depósito seja feito em moeda local, enquanto outras só aceitam depósitos em criptomoedas. Na maioria, é possível comprar fracionamentos dos ativos, o que é uma vantagem, já que muitas delas têm valores elevados.
  • Tenha atenção: após comprar as criptomoedas, é importante não esquecer da segurança. Elas devem ser armazenadas em uma carteira digital segura, que pode ser fornecida pela própria exchange ou por uma carteira offline. Lembre que as criptomoedas são ativos digitais, e a perda da carteira pode resultar em perda irreversível dos fundos.

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