Preço do Bitcoin ainda depende de fundamentos técnicos ligados à mineração
O Bitcoin sofre para se manter acima da faixa dos US$ 9.200. O que esperar?
O Bitcoin anda sofrendo para se manter acima da faixa dos US$ 9.200 e por poucos dias somente, ficou acima dos US$ 9.500. O que se deve a isso? A uma forte tendência de sobrevenda oriunda dos mineradores que estão descarregando toda sua produção no mercado para se financiarem, visto que houve um aumento recente na dificuldade de mineração, tirando alguns mineiros do negócio.
No início desta semana, o ajuste de dificuldade de mineração de rede teve um aumento de 14,95%, seu maior aumento desde janeiro de 2018. À medida que a rede é reajustada e a dificuldade de mineração aumenta, as gerações mais antigas de máquinas de mineração começam a ser desligadas, visto que o custo de mantê-las ligadas é maior que o lucro obtido.
A importância da mineração para manutenção e saúde da rede do Bitcoin é um dos itens mais importantes para se ‘prever’ para o onde o preço do Bitcoin irá a curto prazo. Sem uma boa rede de verificação de transações, estas passam a ficar mais lentas e caras, embora ainda não se veja um aumento expressivo na taxas de transações nos últimos dias. Sinal de que o volume de negócios não está muito alto, pelo o que vemos no volume reportado pelas maiores exchanges, como vimos acima.
O preço do Bitcoin na sexta-feira pairou próximo de US$ 9.333, tendo caído 1% nas 24 horas anteriores.
Com valor de mercado de de US$ 172,07 bilhões, o volume de negociação de BTC era de 24 horas é de US$ 21.75B, tendo sido negociado em volumes expressivos nas exchanges OKEx (US$ 2,92 bilhões), Huobi Global (US$ 2,68 bilhões) e Binance (US$ 2,55 bilhões).
A semana do Bitcoin
Os últimos sete dias foram relativamente calmos no que diz respeito ao Bitcoin, pois marca uma ligeira queda de menos de 1%. No entanto, em 15 de junho, o preço caiu para cerca de US$ 9.000, mas conseguiu se recuperar muito rapidamente e foi negociado em uma faixa estreita desde então.
Talvez em virtude da decepção que se seguiu após o halving, quano havia muitos players no mercado esperando uma valorização recorde rápida, mas isso não aconteceu, como se previa. Em geral o Bitcoin só apresenta ralis intensos entre 8 a 16 meses após o halving.
O ativo permanece principalmente correlacionado com mercados tradicionais. O índice NASDAQ Composite marcou uma alta histórica em 10 de junho e atualmente está sendo negociado um pouco abaixo disso. O mesmo vale para o Nasdaq 100. O S&P 500 também está muito próximo dos seus máximos anteriores antes do declínio de março, uma vez que é negociado apenas 5% abaixo dele.
No Brasil, a Bovespa segue oscilando muito e hoje opera em alta com a expectativa da reunião dos 27 países da União Europeia e quanto à ajuda financeira que pode sair dessa reunião para levantar todo o bloco. O dólar futuro segue em queda de 0.88%.
Um mês de oscilação para Bitcoin
Entre 18 de maio a 18 de junho, o preço do Bitcoin caiu 3,5% e perdeu para o mercado de ações.
O volume de swaps perpétuos do Bitcoin registrou uma queda de 52% nos últimos 30 dias. Essa diminuição no volume dos swaps perpétuos se correlaciona com a redução de preço semelhante (mas menor) do Bitcoin durante o último mês.
Quase US$ 17 bilhões foram negociados em swaps perpétuos do Bitcoin em 11 de junho, a alta de 30 dias. A partir disso, US$ 2,75b foram negociados na BitMEX, representando 16,37% do volume total.
Qual perspectiva para o preço do Bitcoin então?
A soma de todos esses eventos e informações nos levam a crer que podemos verificar que os compradores devem criar suporte próximo à faixa dos US$ 9.000, enquanto os vendedores fornecerão resistência em torno de US$ 9.500.
Será necessário portanto que o volume de Bitcoins aumente para que vejamos algum aumento de preço e será preciso que os fundamentos técnicos se fortaleçam para que se sustente aumentos maiores na sua cotação.
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