Bitcoin não tem chance de tomar lugar do dólar como reserva de valor, diz economista-chefe do Itaú

O economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, confirma a dominância do dólar como moeda de reserva de valor e que nenhum outro ativo, nem mesmo o bitcoin, consegue tomar o seu papel.

Caso almejem um dia se tornar uma reserva de valor, as criptomoedas precisam melhorar sua aceitação. De acordo com o economista do Itaú, o bitcoin ainda tem uma grande resistência de investidores e governos. Dessa forma, o bitcoin como reserva de valor em contraponto ao dólar, não parece viável.

Ele falou sobre o bitcoin no podcast Itaú Views, lançado nesta terça-feira (3). A conversa foi entre Mesquita e Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas do Eurasia Group.

No episódio comemorativo número 100 do podcast, os especialistas projetaram como estará a economia no ano que vem. Conforme analisam, a lentidão na recuperação do real pode afetar e muito o futuro do país.

Mesquita indica também que o cenário de depreciação do dólar só tende a crescer em 2021. Entretanto, a demanda global por uma moeda de reserva, mantém sólida a dominância da moeda americana.

Bitcoin não tem aceitação para substituir dólar

De acordo com o economista do Itaú, nenhuma outra opção ainda está a ponto de ter força suficiente para tomar o papel do dólar. Nem o bitcoin, que apesar do seu grande crescimento esse ano, é capaz de lutar contra o dólar para Mesquita.

“Se você olhar o bitcoin, é algo que a grande parte da população e as autoridades ainda não se sente plenamente confortáveis. É difícil você ver um banco central ou um fundo soberano fazendo grandes investimentos em bitcoin. Então o dólar continua sendo a moeda de reserva.”

Não só o bitcoin foi alvo do economista. De acordo com ele, nem o Euro na Europa, ou Renminbi na China tem condições, neste momento, de tomar o lugar do dólar.

Mesquita aponta que aspectos geopolíticos, garantem a dominância dos EUA e a sua moeda na economia mundial.

Porém o que mantém o dólar como a principal reserva de valor é justamente a falta de substitutos que deem conta do trabalho.

Dólar beirando 6 reais está preocupando economistas

A projeção para 2021 de Mesquita aponta que o dólar perde força em relação a moedas de economias centrais.

Isso, no entanto, não indica a apreciação do real. A cada dia que passa, a moeda brasileira vai se encaminhando rumo ao seu pior resultado em mais de 10 anos.

O economista do Itaú analisou que no cenário onde o dólar ultrapasse 6 reais, será preciso tomar medidas urgentes.

“O nosso limite é o R$ 6. O dólar acima de R$ 6 geraria pressões inflacionárias já em 2021. Isso exigiria uma resposta quase que imediata de política monetária.”

Ambos economistas concordaram que o desequilíbrio fiscal é o principal desafio econômico do país. De acordo com eles, será a questão fiscal o grande divisor de águas na política econômica brasileira até o final de 2021.

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