Mineradores de Bitcoin podem migrar para IA, afirma Coinshares
Na esteira do mais recente halving do Bitcoin, surge uma mudança significativa no cenário da mineração de criptomoedas, diz uma pesquisa da CoinShares.
Como o halving reduz a taxa e emissão de novos BTC em 50%, os mineradores estão se deparando com custos operacionais crescentes. Isso levou alguns a considerar fluxos de receita alternativos, como a inteligência artificial (IA).
Custos de mineração de Bitcoin atingem US$ 53.000 após o halving
O relatório destaca que os custos de mineração quase duplicaram. Ou seja, o custo médio de produção em dinheiro saltará de US$ 29.500 para aproximadamente US$ 53.000 por BTC.
Da mesma forma, espera-se que os custos de eletricidade aumentem de US$ 16.300 no quarto trimestre de 2023 para US$ 34.900 por Bitcoin minerado após o halving. Essas despesas crescentes estão levando as empresas de mineração a explorar opções economicamente mais viáveis.
Leia mais: O que é o Halving do Bitcoin?
Empresas como BitDigital, Hive e Hut 8 já começaram a gerar renda com tecnologias de IA, aproveitando seus recursos computacionais além da mineração de criptomoedas. A CoinShares aponta que a TeraWulf e a Core Scientific não só estão ativas no setor, mas também planejam expandir suas operações com a inteligência artificial.
“Empresas como a TeraWulf e a Bitdeer estão expandindo ativamente suas capacidades. A Core Scientific, por exemplo, está hospedando a Coreweave sob um contrato de vários anos. Ao mesmo tempo, a BitDigital planeja dobrar sua capacidade, com o objetivo de atingir uma taxa de execução anual estimada em aproximadamente US$ 100 milhões”, afirma o relatório.
Novo foco em energia ociosa e tecnologia
O autor principal do relatório da CoinShares, James Butterfill, sugere que as operações de mineração de BTC podem gravitar em torno de locais com recursos energéticos ociosos. Ao mesmo tempo, o investimento em IA poderia se proliferar em ambientes mais estáveis.
Essa mudança estratégica poderia ajudar a mitigar a pressão financeira causada pelo envento, já que os mineradores buscam otimizar os custos de energia, aumentar a eficiência da mineração e investir em hardware econômico.
As flutuações no hashrate – o poder computacional combinado usado na mineração e no processamento de transações de Bitcoin – complicam ainda mais o cenário da mineração. As previsões pós-halving preveem que o hashrate acabará subindo para 700 exahash até 2025, embora seja esperada uma queda imediata de 10% à medida que as operações de mineração menos lucrativas ficarem off-line.
Ao mesmo tempo, é previsto que os preços do hash, que refletem os ganhos por unidade de hashrate, diminuirão.
As adaptações estratégicas marcam esse período de transição à medida que as mineradoras navegam pelas novas realidades econômicas pós-halving. Com a integração da IA, as empresas de mineração não apenas diversificam suas operações, mas também aumentam sua resiliência contra a natureza cíclica dos mercados de criptomoedas.
Esse foco duplo em criptomoedas e IA pode anunciar uma nova era na economia digital. Ela combina o blockchain com o aprendizado de máquina e outros aplicativos de IA para otimizar a lucratividade e a inovação.
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