Bitcoin foi uma das inspirações para a criação do Pix, diz presidente do Banco Central
O modelo eficiente das criptomoedas que permite transações rápidas, seguras e transparentes, foi inspiração para a criação do Pix.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a falar nesta quarta-feira (4) sobre o Pix e as motivações para a implementação do sistema.
Em conversa com a consultora financeira Nathalia Arcuri do canal Me Poupe!, Campos Neto afirma que os brasileiros têm necessidade em utilizar o dinheiro com mais agilidade no país. Como como resposta a isso, surge o Pix.
Na sua análise, o presidente do BC falou que a ideia do sistema veio quando ele observou um movimento mundial de demanda por criptomoedas, como o bitcoin.
“Olhando o que estava acontecendo no mundo e essa demanda por criptomoedas e stablecoins, a gente buscou entender o que as pessoas queriam. Por que estavam fazendo negócios com bitcoin? Porque elas demandavam uma forma de pagamento que fosse rápida, barata, transparente, segura e aberta.”
Dessa maneira, o BC se inspirou nos pontos positivos do bitcoin para criar uma alternativa regulada e centralizada, o Pix.
Campos Neto faz uma analogia para explicar seu pensamento. Num cenário onde as pessoas têm acesso, através de um sistema do BC, a essas características do bitcoin, a demanda por criptoativos não seria tão forte como é agora.
“Se o mundo inteiro fosse um país e se nesse país a gente tivesse um pagamento instantâneo que fosse rápido, barato, transparente, seguro e aberto, as pessoas teriam demanda por outro tipo de moeda eletrônica? A resposta provavelmente é não.”
Presidente do BC traz novidades sobre o real digital
Líderes do governo se mostram cada vez mais otimistas com a ideia do real digital. No mesmo dia em que Paulo Guedes confirmou que o real digital está à caminho, o presidente do Banco Central também trouxe atualizações sobre o CBDC.
Ele afirma que a criação Pix e do Open Banking no Brasil, culmina no futuro para a implementação efetiva do real digital. Anteriormente, ele já havia projetado que a versão digital da moeda deve estar circulando no país até 2022.
Além disso, Campos Neto revela as que conversas do grupo de estudos do CBDC está dando avanços significativos.
Nesse momento, no entanto, existem mais perguntas do que respostas. As principais questões de acordo com ele, são:
“O banco central deveria ser o custodiante da moeda digital? Sim ou não? A moeda digital deveria pagar juros? Ela deveria ser emitida só pelo Banco Central ou outras pessoas poderiam emitir também? O real digital será rastreável ou não?”
Conforme disse o presidente do BC, o grupo de estudos se debruça agora para encontrar as respostas.
Não só no Brasil essas questionamentos são levantados. Campos Neto abre que “quando converso com outros banqueiros centrais, eles têm as mesmas dúvidas”.
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