Especialista em Bitcoin dá dicas sobre ‘como perder dinheiro com criptomoedas’
Em artigo irônico, Helena Margarido elenca motivos para perder dinheiro com o mercado de criptomoedas, destacando a desinformação e a falta de timing.
A advogada e especialista em criptomoedas da empresa de educação financeira Inversa, Helena Margarido, escreveu um artigo para o blog do jornalista Fausto Macedo, no Estadão, com uma provocação: três dicas aos leitores “perderem dinheiro com criptomoedas”.
No artigo, recheado de ironia, Margarido abre dizendo que há uma máxima no mercado financeiro de que um ano comum corresponde a sete no mercado cripto, dizendo que portanto ela já passou 63 anos-Bitcoin (BTC) no mercado financeiro, ou 9 anos no mercado financeiro.
Na primeira dica, ela lembra que nos primeiros anos de criptomercado o BTC era uma “moeda de nerd e criminoso”, já que quase toda a mídia veiculada sobre a criptomoeda era negativa:
“Coincidência ou não, foi nesse momento que vi a maior quantidade de pessoas perder dinheiro com criptos: com o Bitcoin cotado na casa dos US$ 200, nenhum argumento que eu desse era suficiente para desmanchar a péssima imagem que o noticiário em geral conferia a esse tipo de ativo. Então, de todos meus conhecidos, praticamente nenhum comprou BTC à época. Motivo: o medo do desconhecido e excesso de informação desencontrada da realidade.”
Por isso, a primeira dica (irônica) da especialista cripto não poderia ser outra: “esteja desinformado”.
Ela passa então para a segunda dica, lembrando que muita gente perdeu dinheiro com criptomoedas durante a grande oscilação dos anos entre 2016 e 2017.
Nesta época, surgiu a máxima “Blockchain sim, Criptomoedas não”, como se os dois pudessem ser dissociados – este tipo de “ideário” é defendido até hoje por alguns países do mundo para basear a legislação cripto. Também foi neste período que milhares de ofertas iniciais de moedas desconhecidas surgiram no mercado – para depois sumir na mesma velocidade.
“Por conta disso, foi um período marcado por incontáveis projetos se auto proclamando de “o novo Bitcoin”, desde iniciativas cripto – até bacanas -, a golpes escrachados e outras porcarias que não tinham o menor sentido, nem como criptomoeda, nem como modelo de negócio. Mas com o Bitcoin batendo novas altas, dia após dia, muita gente movida pela mais pura e destilada ganância buscou nessas alternativas a possibilidade de ter altos retornos. Infelizmente, a maior parte dessas iniciativas não vingou e muita gente perdeu dinheiro.”
Ela resume sua segunda dica: “desinformação somada à ganância desmedida dará um resultado desastroso”.
A terceira e última dica da empresária trata sobre o famoso “timing” para os investimentos. Segundo ela, “por mais que o ativo seja bom e o mercado esteja em alta, a falta de timing pode fazer você perder dinheiro”. Ela explica melhor:
“Para explicar essa questão, vale a pena lembrar a teoria das cinco ondas de Elliot aplicada ao mercado. Segundo ela, todo movimento possui cinco ondas: três de impulso e duas de correção, sendo essas ondas alternadas. Ou seja, um movimento de alta de determinado ativo tem a onda 1; de alta, uma onda 2, de correção, onda 3, novamente de alta, superando a máxima anterior, uma onda 4 de correção e a onda 5, que é quando o ativo alcança o preço máximo daquele movimento maior.”
Portanto, se o investidor de criptomoedas investir sempre nas ondas de alta e mostrar “mãos fracas” a cada grande correção, o resultado só pode ser catastrófico. Segundo Margarido, a dica final é: “Errar o timing várias vezes e ser corajoso quando decidir acertar. Você só tem a perder com isso”.
Ao fim do artigo recheado de ironia, a especialista em criptomoedas lembra que todo investidor busca o lucro, reforça o bom momento do mercado, diz que 2021 é “o ano das criptomoedas”, mas que informação e timing são extremamente importantes, para sentenciar: “A hora é agora”.
LEIA MAIS