Bitcoin completa 10 anos com status de moeda revolucionária e resiliente

Há exatos 10 anos nascia o Bitcoin, a primeira criptomoeda da história. Durante esse tempo, a moeda, que foi apresentada ao mundo por Satoshi Nakamoto, deixou de ser um assunto restrito ao ecossistema de programação e TI para se tornar um ativo de bilhões de dólares e milhões de adeptos ao redor do planeta.

(Foto: Pixabay)

A origem

A criação do Bitcoin foi precedida de uma dos maiores colapsos financeiros da história: a crise de 2008, que culminou na falência do tradicional banco Lehman Brothers e à queda das bolsas de valores em todo o mundo.

45 dias após a bancarrota da tradicional instituição, uma figura, até então desconhecida, chamada Satoshi Nakamoto publicou um artigo em uma lista oculta de discussão sobre tecnologia.

O famoso documento, ou white paper, descrevia um novo sistema eletrônico “peer-to-peer” que utilizava um livro contábil baseado em hash como “prova de trabalho”. O que mais tarde ficou conhecido como Blockchain.

Inicialmente recebido com ceticismo pelo pequeno número de pessoas que realmente o leram, o começo do Bitcoin não foi nada auspicioso e, mesmo após ter realizado sua primeira transação no dia 3 de janeiro de 2009, a criptomoeda foi largamente ignorada em seu ano inicial de existência.

Foi em janeiro daquele ano (2009) que o Bitcoin teve seu primeiro bloco minerado por Satoshi Nakamoto, o Gênesis Block, contendo originalmente 50 BTC.

O valor inicial da moeda, de US$1 equivalendo a 1.309,03 BTC, foi estabelecido pela New Liberty Standard, que levou em conta uma equação que combinava os custos de eletricidade requeridas para gerar um Bitcoin.

Na época, Nakamoto deixou uma mensagem no código do bloco com os dizeres:

“Tesouro britânico à beira do segundo resgate bancário, 03/01/2009, The Times.”

A mensagem se referia a manchete do artigo publicado no The Times, que discorria sobre o resgate dos bancos pelo governo britânico. E embora Satoshi nunca tenha explicado sua intensão com o recado, muitos acreditam que o programador queria traduzir o espírito da criptomoeda: criar uma moeda das pessoas para as pessoas, ao eliminar a necessidade de intermediários.

Até hoje especula-se se Satoshi Nakamoto era apenas um programador ou um grupo de pessoas que se apropriou desse pseudônimo, o fato é que após minerar aproximadamente 1 milhão de Bitcoins, o desenvolvedor da criptomoeda sumiu do mapa e nunca mais apareceu.

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Aceitação

Com o passar do tempo e melhor entendimento da tecnologia, o Bitcoin conseguiu atrair cada vez mais interessados. E um grupo crescente de pessoas começou a perceber que a inovação criada por Satoshi, para o insistente “problema do gasto duplo” na ciência da computação, também poderia servir de base para a criação de um novo e melhor sistema financeiro.

Não demorou muito para que a primeira exchange de criptomoedas fosse criada, a The Bitcoin Market, em março de 2010.

De lá pra cá, um número cada vez maior de empresas passou a olhar o Bitcoin com outros olhos, seja aceitando-o como meio de troca ou se inspirando na criação de Nakamoto para desenvolver suas próprias criptomoedas, como fez a Kodake a Atari.

Hoje é possível frequentar restaurantes, , comprar carros e viajar, por exemplo, utilizando o Bitcoin como moeda de transação. Ou seja, vantagens infinitas.

Sem contar que com o surgimento do Bitcoin, foi possível aperfeiçoar a tecnologia que o respalda, a blockchain, e ampliar seu uso para além das atividades financeiras. Com aplicações que incluem o setor da saúdeentretenimentoesportes e o campo das artes.

Quer um exemplo? Recentemente a gigante Sony passou a investir no sistema de blocos descentralizados para gerenciar direitos autorais.

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Futuro

Apesar da meteórica ascensão durante esses 10 anos, especialistas defendem que o Bitcoin ainda está em seu estágio inicial, dando seus primeiros passos.

Não à toa, a jovem criptomoeda enfrentou momentos de altos e baixos. Com casos de roubos milionários —e especulações de que seria uma bolha — até uma valorização espetacular vista em dezembro do ano passado.

Para Gustavo Chamati, CEO do Mercado Bitcoin, em conversa com o IDGNow, a moeda, como toda tecnologia disruptiva, está passando por um período de entendimento.

Segundo ele, isso é perceptível na forma como o mercado se comporta em relação ao Bitcoin, já que até julho desse ano pouco mais de 13 mil empresas aceitavam a moeda, sendo 200 delas no Brasil.

“Isso é nada ainda. Estamos muito no começo do potencial que esse tipo de tecnologia pode ter”, afirmou.

Questões regulatórias também se apresentam como uma barreira à criptomoeda, além de certa dificuldade do grande público para comprar e negociar o Bitcoin como um ativo digital.

Para auxiliar o entendimento das pessoas em geral, os atores que compões esse ecossistema têm apoiado a disseminação de informações nos meios digitais e pensado estratégias para tornar a moeda parte do cotidiano — como as ações da Binance para disseminar o uso das criptomoedas em aeroportos e fortalecer a segurança.

É provável que a blockchain também se desenvolva, angariando cada vez mais investidores e adeptos, principalmente no mundo corporativo.

Como diria o ditado, “o futuro a Deus pertence”, mas não se espante se o Bitcoin assumir a dianteira das transações financeiras globais em um horizonte próximo.

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