Bitcoin Banco também deve a grandes empresas como Amazon, escritório Nelson Wilians e EY

A Exm Partner, empresa responsável pela administração judicial do Grupo Bitcoin Banco, divulgou nova lista de credores a qual traz débitos com a empresa de auditoria EY, o escritório de advocacia Nelson Wilians e a Amazon. A dívida total do GBB com esses credores é de R$ 2.636.075,59.

O maior crédito é do Nelson Wilians Advogados Associados. Conforme a lista de credores, o GBB deve ao escritório R$ 1.817.123,34. Em seguida vem a Amazon Web Services, responsável por alimentar o sistema do grupo econômico, tendo a receber R$ 730.372,59. A EY (antiga Ernst &Young), por sua vez tem um crédito junto ao GBB de R$ 88.579,66.

Esses três créditos são oriundos de serviços prestados à empresa Bitcurrency Moedas Digitais S/A, a qual compõe o grupo econômico. No entanto, o único crédito que consta como trabalhista é o do escritório de advocacia. Essa espécie de crédito possui preferência sobre os demais que são quirografários. O GBB não possui nenhum crédito tributário em sua lista.

O Portal do Bitcoin entrou em contato com a Nelson Wilians Advogados Associados, por meio de sua assessoria de comunicação. Por questões éticas, o escritório afirmou que não poderia se manifestar sobre a questão. Contudo, foi confirmado que o crédito milionário, em questão, veio de serviços advocatícios contratados pelo GBB ao escritório, pelos quais a Nelson Wilians teve até mesmo que mover uma ação.  

Bitcoin Banco e seus credores

A nova lista apresentada pela empresa administradora da recuperação judicial do Bitcoin Banco ainda trouxe algumas modificações quanto alguns credores. 

Johnny Pablo Santos, Ceo da CLO Investimentos e Participações S/A (única empresa do grupo que não compõe a recuperação judicial), tinha como crédito a receber o total de R$ 92.457.037,40. Sendo que destes, apenas os R$ 30 mil registrados como crédito trabalhista em face da Bitcurrency é que continuam na nova lista.

O mesmo sucedeu aos créditos de Heloisa de Cássia Ceni. A ex-funcionária do grupo tinha pela antiga lista créditos quirografários de R$ 505.328,10. Já na nova lista, sequer consta seu nome entre os credores.

De acordo com um relatório apresentado na última sexta-feira (17) pela administradora da recuperação judicial, os créditos quirografários tanto de Johnny Pablo quanto da ex-funcionária mencionada não correspondiam a um crédito detido por eles.

“Na realidade, algumas operações de transferência de bitcoins entre as empresas do grupo acabavam sendo efetuadas utilizando carteiras abertas com o CPF de alguns funcionários, ou seja, eram utilizados apenas momentaneamente para uma transição de saldos”.

Houve também redução de crédito referente ao filho do dono da BWA. Bruno Henrique Maida Bilibio, pela velha lista teria a receber R$ 625.140,91. Mas após o advento da nova lista, esse valor passou para R$ 28.487,20. Paulo Roberto Ramos Bilibio consta como credor em ambas listas de R$ 6.925.805,56.

Sem resposta

A reportagem entrou em contato com a EY para explicar a origem dos créditos junto ao GBB. No entanto, até o fechamento desta matéria não houve resposta sobre o assunto. 

O Grupo Bitcoin Banco apresentou nos autos da Recuperação Judicial duas listas de credores. A primeira delas com a documentação que acompanhou a inicial, em  04 de novembro do ano passado e outra, retificadora em 12 de dezembro.

O objetivo da segunda lista seria, segundo o próprio grupo, de sanar alguns erros materiais. O GBB, então, declarou a existência de “um passivo concursal que totaliza a importância de R$ 507.381.131,07 correspondente a 6.445 credores sujeitos aos efeitos desta demanda”.

A divergência entre as duas listas é de R$ 108.594.561. Antes da correção, a lista apresentada em novembro trazia como passivo concursal R$ 615.975.692. Grande parte da dívida se remete à crédito quirografário (6.264 créditos dessa espécie). No entanto há 181 créditos trabalhistas.

A empresa responsável pela administração do GBB, porém, deu prazo para até o próximo dia 04, credores venham apresentar suas possíveis divergências em face dessa lista pelo e-mail informado no site da EXM Partners.


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