Bitcoin a US$ 25 mil ou a US$ 14 mil: Analista aponta cenário mais provável para preço do BTC no curto prazo

Antes da próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC) do Banco Central dos EUA que vai decidir o tamanho do novo aumento das taxas de juros da economia norte-americana, comportamento das ações e do dólar são os dois vetores determinantes para a ação de preço do BTC.

A julgar pela calmaria que tomou conta do mercado de criptomoedas nas últimas quatro semanas, uma grande tempestade está se armando sobre valor de mercado do Bitcoin (BTC), têm afirmado unanimemente grande parte dos traders e analistas.

Embora as condições macroeconômicas sigam fortemente desfavoráveis, considerando-se ainda estressores adicionais aos mercados também no cenário geopolítico, com o recrudescimento na guerra da Ucrânia e o aumento das tensões na guerra comercial entre os EUA e a China, um movimento forte do preço do BTC no curto prazo pode ter um viés de alta. Ainda que depois, finalmente a maior criptomoeda do mercado encontre o fundo de preço do atual ciclo de baixa.

Nos últimos 30 dias, o Bitcoin desvalorizou 1,3%, de acordo com dados do CoinGecko. Um desempenho que não se pode chamar exatamente de satisfatório para os investidores, ainda assim o preço do BTC tem se saído melhor do que o Índice S&P 500, que acumula uma queda de aproximadamente 9%, e da Nasdaq, com baixa de 11,5%, no mesmo período.

Um dado ao qual os investidores devem ficar atentos: a correlação de 30 dias do Bitcoin com o índice S&P 500 está voltando a se aproximar de uma marca importante: o menor patamar desde janeiro de 2022.

No entanto, ainda não é possível afirmar que a temporada de forte correlação do Bitcoin com o mercado acionário chegou ao fim. Especialmente porque nesta segunda-feira, à medida que se inicia uma nova semana sem grandes acontecimentos no calendário econômico dos EUA, tanto o índice S&P 500 quanto o Nasdaq abriram em forte alta e o Bitcoin os acompanhou, mesmo que com um ímpeto menor.

Ou seja, uma alta no mercado acionário, provavelmente seguirá tendo um reflexo positivo sobre o mercado de criptomoedas, conforme afirma Diego Consimo, fundador da Crypto Investidor, em uma análise exclusiva para o Cointelegraph Brasil:

“O índice S&P 500 precisa confirmar seu fundo rompendo os 3.700 pontos, que foi a máxima da vela da semana passada. Caso isso venha acontecer, os próximos alvos estarão entre 4.000 a 4.200 pontos. Por outro lado, as circunstâncias macroeconômicas são muito delicadas e o suporte dos 3.500 pontos não pode ser perdido pelos touros de forma alguma, pois daria início a uma correção mais forte, com alvos em 3.400 a 3.200 pontos.

Gráfico semanal índice S&P 500 com níveis de suporte e resistência de curto prazo. Fonte: Crypto Investidor (TradingView)

Conforme destacou a plataforma de dados econômicos Ecoinometrics em um thread publicado no Twitter no domingo, 16, o índice S&P 500 está apenas 27,9% abaixo do seu topo mais recente, concluindo que ainda há bastante espaço para quedas a níveis mais severos.

A Ecoinometrics compara o nível atual de desvalorização com as sete maiores quedas históricas do índice S&P 500 para tentar antever até onde os mercados podem cair no ciclo atual. A amplitude varia desde a queda de 86% que se seguiu ao crash de 1929 até o recuo de 35% causado pelo Covid-19, passando pelas correções de 50% pós-estouro da bolha ponto com, e de 58% depois da crise do subprime em 2008.

O S&P 500 caiu -27,5% em relação ao seu último pico e há chances de que isso esteja longe de terminar.

Nos últimos 100 anos, o mercado de ações passou por 7 grandes desvalorizações.

Em comparação, a atual não está nem perto de ser grave.

Confira

— ecoinometrics (@ecoinometrics)

Índice do Dólar (DXY)

Um fator macroeconômico importante e decisivo para o movimento dos ativos de risco no curto prazo é o índice do dólar (DXY), que mede a força da moeda norte-americana em relação a outras moedas de reserva. Um dólar forte gera pressão vendedora adicional para ações e criptomoedas, mas o DXY abriu a semana em queda. Em torno de 112 pontos, encontra-se no seu patamar mais baixo desde 7 de outubro, de acordo com dados da TradingView.

Segundo Consimo, são boas as chances de que o DXY confirme sua divergência baixista, abrindo espaço para ralis de alívio nos mercados de ativos de risco:

“Acredito que o DXY irá ditar a direção do mercado essa semana: a divergência bearish ainda continua ativa e como podemos observar no gráfico a LTA (Linha de Tendência de Alta) do RSI (Índice de Força Relativa) semanal está prestes a ser testada com grandes chances de ser perdida. Caso o DXY confirme essa perda, teremos um rali de alta no mercado especulativo, favorecendo as criptomoedas e as bolsas.”

Gráfico semanal Índice do Dólar (DXY), com destaque para o RSI. Fonte: Crypto Investidor (TradingView)

BTC precisa romper resistência chave para almejar voos mais altos

O Bitcoin, por sua vez, tem seus próprios suportes e resistências a observar e que serão determinantes para definir se o rumo mais provável do preço da maior criptomoeda do mercado é a faixa de US$ 25.000, testada pela última vez na primeira metade de agosto, ou a região dos US$ 14.000, a qual não visita desde novembro de 2020:

“O Bitcoin está aguardando a confirmação de um possível fundo do S&P 500 para iniciar um rali de alta mais consistente com alvos em US$22.500 e US$25.000. Para isso, no entanto, o BTC precisa romper sua principal resistência nesse momento, situada em U$20.500. Em contrapartida, caso venha a perder seu principal suporte momentâneo em US$ 18.200, os próximos suportes são US$17.600 e US$14.000.”

Como se pode ver no gráfico abaixo, o par BTC/USD está preso em um canal descendente desde a forte queda de agosto, como se pode ver no gráfico abaixo. 

Gráfico diário BTC/USDT (Binance) com destaque para canal descendente. Fonte: Crypto Investidor (TradingView)

Um canal descendente indica uma tendência de baixa, com a linha de suporte conectando mínimas menores consecutivas e a linha de resistência conectando máximas menores consecutivas. De um modo geral, a linha de resistência de um canal descendente é uma zona de venda, enquanto a linha de suporte é uma zona de compra. O rompimento do canal em uma das duas direções, atua como um indicativo dos rumos do mercado.

Na tarde desta segunda-feira, o Bitcoin é negociado em torno de US$ 19.500, com uma alta de 2% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinGecko, ainda preso a uma estreita faixa de preço que tem como limite inferior a marca de US$ 18.125 e US$ 20.475 como limite superior.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, o trader e analista Michaël van de Poppe acredita que em breve a volatilidade estará de volta ao preço do BTC após quatro meses de lateralização. Apesar de a maioria dos analistas apostar na consolidação de um novo fundo para o Bitcoin no atual ciclo de baixa, van de Poppe disse acreditar que “as chances de impulso ascendente aumentaram.”

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