Bitcoin como ativo de refúgio na desaceleração da economia mundial e o risco fiscal brasileiro

A economia brasileira dá pequenos sinais de melhora, mas como os investidores irão se comportar diante da recessão?

A economia brasileira dá pequenos sinais de melhora, em especial nos setores de serviços e indústria, de acordo com dados divulgados recentemente pela Ibre/FGV.

No auge da pandemia no país, em maio, o volume do setor de serviços caiu 0,9% frente a abril e 19,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do IBGE.

Enquanto isso, indústria e vendas no varejo já mostraram recuperação sobre o mês anterior, com altas de 7% e 13,9%, respectivamente, ainda que na comparação anual tenham caído 21,9% e 7,2%.

O Ibre calcula que o Produto Interno Bruto fechará o segundo trimestre com queda de 9,0% entre janeiro e março, e crescerá 5,6% no terceiro trimestre. Isso quer dizer que o Brasil ainda não atravessa uma crise econômica? Na verdade, já há um sinal de alerta no radar: o risco fiscal. 

No cenário mundial, o FMI emitiu alerta para uma desaceleração da economia mundial devido ao risco de uma segunda onda da Covid-19 nos países europeus. França, Inglaterra e Espanha já estão sofrendo com aumento de contágio e o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que vai liberar mais dinheiro para os 27 países do bloco, aumentando a liquidez da União Europeia.

Imagem: JSBlokand

O que o cenário de excesso de liquidez na zona do euro significaria na prática? Com mais de 3 trilhões de euros em circulação e incentivo às empresas, o excesso de caixa para o sistema bancário da zona do euro busca manter a zona do euro estável em um cenário de desaceleração mundial. 

Risco fiscal dentro e fora do Brasil

Outros indicadores de liquidez, como o balanço de bancos centrais e crescimento da oferta de moeda também estão em níveis recordes tanto dentro quanto fora do Brasil. Embora seja discutível se esses indicadores aumentam a inflação dos preços do consumidor, eles definitivamente impactam a inflação dos preços de ativos, como no caso do preço do arroz no Brasil. 

Deste ponto de vista, qualquer desaceleração da liquidez representaria um ambiente desafiador para ativos de risco, para as ações em particular. Como inflação ainda está longe das metas dos bancos centrais, e a recuperação econômica permanece frágil e desigual, com os bancos centrais adotando uma postura hesitante para reduzir a liquidez no curto prazo. É neste ponto que também que reside o risco fiscal.

Portanto, é com esse cenário de excesso de liquidez nos mercados desenvolvidos e risco fiscal no caso do Brasil que coloca o país diante de um cenário de muita incerteza.

Segundo o FMI, é necessário que os governos realizem investimentos públicos na ordem de 1% do PIB para fortalecer a confiança na recuperação e impulsionar o PIB até 2,7%, os investimentos privado em 10% e o desemprego em 1,2%. Além disso, os encargos da dívida pública e privada também não podem enfraquecer a resposta do setor privado a este estímulo.

Imagem: FMI

A Moody’s projeta que as despesas do governo brasileiro devem cair para perto de 39% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, abaixo dos 42% deste ano.

Bitcoin como investimento anticrise

O ouro e o Bitcoin estão entre os ativos de melhor desempenho desde o início do ano. O ouro subiu 27% no acumulado do ano, enquanto o Bitcoin ganhou mais de 40%, ambos sendo vistos como ativos de refúgio contra incertezas econômicas e políticas.

O Bitcoin ainda traz a vantagem de ser maleável e ter portabilidade mais fácil do que o ouro, que na maioria das vezes é vendido como um título ao portador e não o metal físico. Com o Bitcoin, o comprador detêm a posse do ativo na carteira de criptomoedas, com os devidos cuidados para não esquecê-lo em exchanges e de armazenar suas chaves de segurança em local seguro.

Recentemente, o Cointelegraph Brasil publicou sobre os tipos de hardwallets e software wallets para guardar seus Bitcoins. 

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