Bitci: Pequena exchange turca lançou fan token da seleção brasileira e quer se tornar líder mundial de blockchain

A Bitci não figura entre as principais exchanges da Turquia, onde fica a sua sede, mas tem fechado contratos com grandes entidades esportivas de diversos lugares do mundo.

Uma pequena exchange cuja sede fica no sudoeste da Turquia tem chamado a atenção recentemente pelos contratos que têm fechado com importantes entidades do mundo dos esportes.

No Brasil, a Bitci foi escolhida pela CBF para o lançamento do fan token da seleção brasileira, o BFT, cujas vendas iniciais foram um sucesso absoluto, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil na época. Apesar de a oferta inicial ter esgotado os 30.000.000 tokens disponibilizados ao preço unitário de R$ 3,06 em menos de uma hora, a CBF e a Bitci não ficaram isentos de críticas.

Embora tenham arrecadado cerca de R$ 92 milhões, não ficaram claros quais seriam os benefícios oferecidos como contrapartida aos detentores do BRT nem houve maiores esclarecimentos sobre a divisão e a destinação da receita obtida com as vendas.

Também não foram divulgados nem quando nem onde os fan tokens da seleção brasileira passarão a ser comercializados no mercado secundário, embora a Bitci tenha garantido que isso deve acontecer.

Depois da seleção brasileira, Ceará e Botafogo anunciaram parcerias com a exchange para o lançamento de seus próprios fan tokens. No caso do clube carioca, a parceria foi fundamental para viabilizar a contratação de Rafael, mesmo antes da realização da oferta inicial do fan token do alvinegro carioca. Inspirado no acordo fechado pelo Paris Saint-Geirman com Lionel Messi, o Botafogo acertou um bônus ao jogador que será oferecido através do fan token ainda a ser lançado. 

No caso do Ceará, além da oferta de tokens, a Bitci tornou-se patrocinadora do clube e desde o jogo contra o Grêmio no último domingo, estampa sua marca na na face frontal da camisa do clube.

Para adquirir os fan tokens emitidos pela Bitci, o processo é similar ao desenvolvido pela Sports.com, atualmente a empresa líder do setor de blockchains dedicadas ao esporte. Os interessados devem adquirir o Bitcicoin, a moeda nativa do ecossistema da Bitci, para então trocá-los pelo fan token desejado.

Altas ambições

Embora tenha sede no interior da Turquia e não esteja qualificada como uma das principais exchanges do país, de acordo com ranking da CoinGecko, a Bitci voltou seu foco de atenção para as potencialidades tecnológicas e econômicas da tecnologia blockchain no campo do marketing esportivo e a partir dessa iniciativa tem conseguido se expandir rapidamente em diversas regiões do mundo.

A empresa tem contratos para lançamento de fan tokens com oturas seleções do primeiro escalão do futebol mundial, como Espanha e Uruguai, além de clubes intermediários do futebol europeu, como o Alavés, o Celta, o Espanyol e o Cadiz, da Espanha, o Sporting, de Portugal, e o Glasgow Rangers, da Escócia, segundo informações dispníveis em seu site oficial.

Recentemente, chamaram atenção os anúncio de duas parcerias com federações internacionais de modalidades esportivas populares. Em julho, a Bitci tornou-se patrocinadora oficial do Campeonato Mundial de Motovelocidade (Moto GP), e agora tem seu adicionado a todas as provas da categoria.

Depois, foi a vez da Federação Internacional de Basquete (FIBA). Com esta última, além do lançamento do fan token oficial da entidade, o contrato com validade de dois anos prevê o lançamento de uma coleção de NFTs nos moldes da “NBA Top Shot”, uma das precursoras da febre dos tokens não fungíveis em voga neste ano.

Diante desses anúnicos, a Bitci credencia-se como rival da Socios.com, que até então reinava praticamente absoluta no setor, sendo responsável pelos fan tokens de gigantes do futebol europeu, como Juventus, Barcelona, Manchester City e até um dos maior times turcos, o Galatasaray, e dos clubes de maior torcida do futebol brasileiro, o Corinthians e o Flamengo.

Entretanto, em uma entrevista recente ao portal turco Hürriyet, o fundador da Bitci Tecnology Çağdaş Çağlar revelou ter planos de expansão dos negócios da empresa que vão muito além das criptomoedas dedicadas ao setor esportivo. Ele afirma estar conversando com as autoridades turcas competentes para estabelecer um marco regulatório favorável ao desenvolvimento da tecnologia blockchain na Turquia, colocando-o em vantagem competitiva em relação a outros países no cenário global.

“Quanto mais rápido o governo definir o marco regulatório, mais rápido poderemos nos desenvolver nesse campo. É necessário avaliar corretamente esta tecnologia que vem se expandindo por todo o mundo para sermos pioneiros. Para isso, é fundamental fazer decisões acertadas no que diz respeito à regulação. Se dermos os passos certos, podemos nos tornar um dos países líderes no campo do blockchain. ”

A Bitci está subordinada à Çağdaş Holding, uma holding turca fundada em 1987 que atua em diversas áreas, como construção civil, varejo, turismo e comunicação. De acordo com Çağlar, os próximos passos da Bitci tem a ambição de integrar outras funcionalidades à blockchain da empresa, além do campo dos esportes, para transformá-la em uma das líderes globais do setor.

Eu quero fazer um ‘super aplicativo’. Em outras palavras, pretendemos tornar a nossa blockchain uma plataforma que permite fazer reservas de hotéis e compras, onde você pode até criar seus próprios tokens, e fazer seus pagamentos diretamente com criptomoedas em países onde isso é permitido, embora atualmente seja proibido aqui na Turquia.”

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