Biodiversidade da Amazônia pode ‘virar’ criptomoeda em novo projeto

Projeto pretende gerar riqueza por meio de criptomoedas e, ao mesmo tempo, ajudar a manter a floresta amazônica em pé.

Um grupo de cientistas brasileiros quer levar a biodiversidade da Amazônia para a blockchain e transformar tudo em criptomoeda. Liderado pelos pesquisadores Carlos Nobre e Ismael Nobre, o projeto Amazon BioBank pretende criar um ecossistema de geração de riqueza para a região por meios indiretos, deixando a floresta em si intacta.

A proposta envolve a criação de um banco de dados que reuniria tanto da variedade biológica da região, quanto o conhecimento das comunidades locais. Desse modo, a ideia seria atender à crescente demanda da indústria de biotecnologia, além de cientistas na área de dados genômicos.

Iniciativas como essa não são necessariamente novas, mas só passaram a ser vistas como viáveis com o surgimento da blockchain. Por meio de um gigantesco banco de dados, portanto, a ideia de compensar o país de origem pelo uso de uma riqueza ambiental poderia, enfim, sair do papel.

Com a blockchain, seria possível, por exemplo, rastrear quando laboratórios farmacêuticos usam o genoma de uma planta amazônica. Dessa maneira, seria possível reverter parte dos lucros para o país detentor da riqueza biológica – no caso, o Brasil.

Amazon BioBank e ‘biocoins’

Os itens do Amazon BioBank seriam tokens digitais na blockchain. A plataforma também teria um sistema peer-to-peer (P2P) para transmissão das informações e utilização de contratos inteligentes como ferramenta para proteger a propriedade intelectual dos participantes

Além disso, o projeto prevê um sistema de incentivos com destinação de “biocoins” para quem colabora com o sistema. A recompensa seria entregue, por exemplo, para quem contribuísse com capacidades de informação ou processamento de dados e largura de banda.

O roadmap do projeto ainda menciona a possibilidade de integração com criptomoedas já existentes no mercado. Uma delas seria a Filecoin e outra a XRP, da Ripple.

Como resultado, o grupo de cientistas pretende desenvolver uma infraestrutura para coletar, armazenar, processar e distribuir dados de DNA. A plataforma seria, portanto, uma maneira sustentável de explorar a biodiversidade da floresta amazônica.

Isso porque projeto pretende estimular a economia local por meio da tokenização de informações de biodiversidade da Amazônia. Desse modo, as comunidades locais teriam maior incentivo para manter a floresta em pé sem deixar de atender o interesse acadêmico e da indústria.

Iniciativa Amazônia 4.0

O projeto de criação de um banco genético em blockchain para a Amazônia está no guarda-chuva do Amazônia 4.0. Trata-se de uma iniciativa que visa criar alternativas de economia sustentável para a região utilizando tecnologias inovadoras.

A iniciativa é capitaneada por um grupo de cientistas renomados, como o climatologista Carlos Nobre, o biólogo Ismael Nobre, o agrônomo Adalberto Veríssimo e a antropóloga Maritta Koch-Weser. Nomes como o da especialista em tecnologias e sustentabilidade Tereza Cristina Carvalho, o da empresária do setor de economia verde Maria Beatriz B. Martins Costa e do biólogo pesquisador da Universidade de Harvard, Bruno de Medeiros, também fazem parte da lista.

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