Binance responde às restrições impostas pelo Reino Unido
Em uma série de tuítes publicados na noite de domingo (27), a Binance respondeu a uma declaração recente da Financial Conduct Authority (FCA) do Reino Unido. O regulador, no fim de semana, afirmou que a empresa Binance Markets Limited não tem permissão para operar de maneira regular no Reino Unido, uma vez que a exchange não possui licença para realizar negócios.
Especificamente, a FCA alertou os consumidores da Binance Markets (BML), em comentários que envolveram também a empresa-mãe Binance Group. O comunicado veio com uma declaração dizendo que a BML não estava autorizada a conduzir atividades de negociação regulamentadas sem o consentimento por escrito da FCA.
A Binance esclareceu que a BML é uma entidade separada da Binance.com e não oferece produtos ou serviços associados. Ela também disse que sequer chegou a começar a operar no Reino Unido ou mesmo usou as permissões regulatórias mencionadas pela FCA.
A corretora também esclarece que o alerta não tem impacto direto sobre os serviços prestados pela Binance.com.
Binance vai reforçar compliance
Em tom conciliatório, a nota da Binance diz que a empresa adota uma “abordagem colaborativa” para trabalhar com os reguladores e que leva a regulamentação a sério. A exchange agora está enfrentando o escrutínio de reguladores em vários países, à medida que as autoridades começam a explorar formas de controlar o mercado de criptomoedas.
Corretoras populares como Binance têm sido as mais visadas porque têm uma grande base de usuários e presença em vários países. A Binance é uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo em volume de trade, e os governos estão cada vez mais preocupados com o impacto que o mercado cripto pode ter sobre os investidores de varejo.
A FCA anunciou, em dezembro de 2020, um regime de registro temporário contra empresas de criptomoedas até julho de 2021. Canadá e Japão, entretanto, também emitiram alertas à Binance.
Movimento global contra exhanges
O Reino Unido é um dos muitos países que estão reprimindo as operações do setor de criptomoedas em meio a preocupações relacionadas principalmente a proteção do investidor, manipulação de mercado e lavagem de dinheiro.
A mudança está em linha com outras organizações globais que também tentam conter o crescimento até então irrestrito do mercado de criptomoedas. A Força-Tarefa de Ação Financeira (FATF), que trabalha na contenção da lavagem de dinheiro e do uso de fundos para atividades ilícitas em nível global, recentemente repreendeu as autoridades de Malta por negligenciarem sua regulamentação de criptomoedas.
A Ontario Securities Commission, do Canadá, que também intensificou ações de regulamentação, acionou as corretoras Poloniex e KuCoin e acusou as empresas de não cumprirem a regulamentação. A Binance deixou a província de Ontário como resultado dessa repressão.
Essas iniciativas ocorrem em nível global e surgem como sinal de que os governos acreditam que é hora de toar alguma atitude com relação ao mercado de criptomoedas – o que pode não acabar com o setor, mas certamente irá restringi-lo.
Os EUA, por sua vez, também estão se concentrando na regulação do mercado, mas nenhuma ação em grande escala ocorreu ainda. A administração Biden está supostamente trabalhando em uma ampla estrutura de regulamentação de criptomoedas, e comentários e ações tomadas por indivíduos e organizações sugerem que isso pode acontecer em breve.
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