‘Meu conselho é: não monte uma exchange de criptomoedas no Brasil. Fuja disso’, destaca Rocelo Lopes

Empresários de criptomoedas do Brasil argumentam que falta de uma regra única para todas as empresas de criptoativos no país beneficiando empresas estrangeiras

A recente publicação do portal Cointrader Monitor com o volume das negociações de Bitcoin no país revelou que a Binance liderou novamente entre as exchanges de criptomoedas no país.

Contudo, a empresa que hoje tem sua sede em Malta, não tem um escritório oficial no país e, tampouco estaria obedecendo alguns princípios da legislação nacional, desta forma, ganhando vantagem em seus custos de operação no país.

Este inclusive foi um dos argumentos utilizados pela Braziliex, uma exchange de criptomoedas do país, ao encerrar suas operações depois de 4 anos atuando no setor.

Para debater o assunto o youtuber, Rodrigo Dash, um dos principais influencers do setor de criptoativos do país, convidou especialistas do setor como Rocelo Lopes, CEO da Stratum, João Paulo, CEO da NoxBitcoin e Rodrigo Monteiro, da ABCripto para debater o tema.

“Meu conselho é, não monte uma exchange de criptomoedas no Brasil. Fuja disso”, disse Rocelo Lopes destacando que a regulamentação atual do Brasil sobre o tema favorece as grandes empresas internacionais em detrenimento das operadoras nacionais.

Durante a discussão todos foram hunanimes em afirmar que as empresas internacionais de criptomoedas que iniciam operação no Brasil ganham uma vantagem em seus custos operacionais por conta da falta de uma regulamentação e de regras para o mercado de criptoativos no país.

Porém, enquanto o CEO da NoxBitcoin afirma que esta vantagem também pode ser aproveitada pelas empresas nacionais desde que elas transfiram seu CNPJ para fora do Brasil o CEO da Stratum, Rocelo Lopes, argumenta que o movimento dos big players internacionais no Brasil acabará ‘matando’ boa partes das empresas nacinais.

‘O cara em algum momento vai fazer a conta e ver que não compensa manter uma oepração no país com todos estes custos enquanto outras empresas atuam no país sem a necessidade de toda esta carga tributária, trabalhista e regulatória. Quando o cara fazer essa conta ou ele vende, ou para a operação, ou se junta com outra empresa ou vai para fora. Não tem outra coisa a ser feita, porque os grandes já chegaram e vão contiuar chegando”, disse Rocelo Lopes.

Regulamentação

Já Rodrigo Monteiro, da ABCripto, defendeu que a instituição vem trabalhando junto aos reguladores não para fechar a porta de empresas estrangeiras e impedir elas de aturarem no país, mas para que haja um mesmo cobertor regulatório para todos com regras iguais.

“Nós acreditamos que a legilsação é capaz de estabelecer uma regra que uniformize a concorrência no Brasil para quem está aqui, para quem vem de fora, para que chegue ou para quem saia. Nós estamos focados nisso, em contruir uma regulamentação mínima e adequada que não diminua ou impeça a concorrência mas, pelo contrário, que a partir daquel ponto todos possam concorrer com as mesmas regras”, afirmou.

João Paulo, CEO da Nox, defendeu que ainda é possível ganhar dinheiro com a compra e venda de Bitcoins, operando uma exchange no Brasil, contudo os modelos de negócios precisam ser mudados para atender aos novos dinamismos do setor.

“Em 2017 qualquer programador montava uma exchange, colocava no ar, cobrava 0,5% de taxa e tinha cliente e ganhava seu dinheiro. Esse modelo saturou e tem espaço para ser reinventado, o mercado mudou e está mudando”, disse.

O empresário destacou ainda que novos modelos de negócio podem ser criados todos os dias e, o mercado de criptoativos está em constante mudança e atualização e, portanto, precisando de novas soluções.

“É igual a internet em seu grande boom, todo mundo queria ser provedor de acesso, mas não era possível todo mundo fazer a mesma coisa, então alguns se especializaram naquilo e a grande maioria desenvolveu novos modelos de negócios que ajudaram a impulsionar e popularizar todo o ecossistema”, finalizou.

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