Binance elimina anonimato e obriga verificação de identidade a todos
A Binance anunciou na manhã desta sexta-feira (20) uma mudança drástica de política interna e passa a exigir que todos os usuários realizem um processo mais avançado de identificação na plataforma. A medida, portanto, também afeta usuários brasileiros.
A partir de agora, todos os usuários são obrigados a concluir a verificação Conheça seu Cliente (KYC) de nível intermediário para continuar acessando os serviços da exchange. A exigência é imediata para novas contas e passa a ser exigida, em fases, a todos os demais clientes para liberar negociações.
Segundo a Binance, usuários que atualmente acessam os serviços da exchange com verificação básica, que inclui apenas nome e data de nascimento, serão comunicados individualmente da necessidade de registro no nível intermediário, que envolve o fornecimento de documento de identificação e escaneamento facial em alguns mercados.
Uma vez sejam notificados da necessidade de verificação, os usuários terão suas limitadas a realizar apenas saques, cancelar ordens, fechar posições e resgatar investimentos em staking, poupança e demais produtos, até que o processo de identificação exigido seja concluído.
Um dia antes do anúncio, os usuários da Binance haviam sido notificados por e-mail de que tinham três dias para realizar o KYC de nível intermediário até o próximo sábado, 21 de agosto. O comunicado enfatizou que, caso contrário, o limite diário de retirada cairia para 0,6 BTC. Em nenhum momento o motivo dessa mudança foi mencionado.
Já em nota nesta sexta, a Binance afirma que as medidas para ajudar a apoiar seus esforços em de identificação de clientes e combate à lavagem de dinheiro, algo que, diz, “aumentará ainda mais a proteção do usuário e combaterá o crime financeiro”.
Regulação
O anúncio da Binance se alinha a declarações recentes do CEO, Changpeng Zhao, que admitiu que a empresa irá atender às exigências regulatórias de órgãos supervisores do mercado de capitais. A nova exigência de verificação também vem um dia depois de a exchange bloquear o acesso a produtos derivativos na Austrália após alerta das autoridades locais.
O caso no país era o mesmo do Brasil, onde a Binance não tem licença para oferecer produtos de futuros, tokens alavancados e outros derivativos, mas ainda assim não bloqueia ativamente o acesso. Em nota recente ao BeInCrypto, a corretora afirmou que implementaria novas restrições no site para brasileiros.
A corrida por compliance começou após alerta da CVM do Reino Unido e bloqueios por bancos como Barclays e Santander, e logo interrompeu depósitos e saques da rede SEPA, o principal corredor bancário da Europa.
Além de aumentar de imediato as exigências de verificação de clientes (KYC), a Binance começou a reforçar seu time de compliance e contratou o ex-diretor da SEC, Brian Brooks, como CEO da Binance nos EUA. O executivo, no entando, deixou o cargo poucos meses depois.
Recentemente, a exchange anunciou um ex-investigador do Tesouro americano como chefe do setor de cumprimento às regras de lavagem de dinheiro.
A Binance assumiu que deseja se tornar uma empresa altamente regulamentada e teria o objetivo final de conseguir aprovação da listagem da Binance nas bolsas dos EUA.
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