Ações de big techs despencam e arrastam mercados financeiros e de criptomoedas

Nas últimas 2 semanas, todo o mercado financeiro tomou um tombo e até o mercado de criptoativos também sentiu o baque.

Nas últimas 2 semanas, todo o mercado financeiro tomou um tombo e até o mercado de criptoativos também sentiu o baque. O sincronismo das quedas, em particular com o mercado de ouro, que impulsiona tanto o mercado tradicional de capitais, foi percebida também quanto o mercado de criptoativos. 

Muitos economistas vêm expondo preocupações quanto à possibilidade de estarmos lidando com uma bolha no mercado de ações, diante de uma das maiores recessões dos últimos 100 anos. Mesmo assim, estamos vivenciando uma surpreendente valorização dos mercados de capitais.

As Big Techd, que representam as maiores empresas de tecnologia do mundo, também conhecidas no mercado financeiro por FAANG (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google), perderam mais de US$ 1 trilhão apenas nos últimos três dias.

A Apple, que atingiu um valor de mercado de US$ 2 trilhões em 19 de agosto, caiu cerca de US$ 325 bilhões desde então. Em dois dias, a Apple perdeu o equivalente ao Produto Interno Bruto do Brasil. 

A Microsoft caiu US$ 219 bilhões, a Amazon US$ 191 bilhões, a Alphabet (controladora do Google) US$ 135 bilhões e a Tesla (que caiu 21% na terça-feira para marcar seu pior prejuízo em um único dia em sua história) caiu US$ 109 bilhões nos últimos três dias. Finalmente, o gigante de redes sociais Facebook perdeu US$ 89 bilhões. Números superlativos, sem dúvida.

No início de 2020, as seis maiores empresas de tecnologia valiam cerca de US$ 5 trilhões. Na quarta-feira, 2 de setembro, elas atingiram um valor máximo de US$ 8,2 trilhões e, após o fechamento de terça-feira, elas detinham uma capitalização de mercado combinada de US$ 7,1 trilhões. 

Embora seja uma grande perda em poucos dias, essas seis empresas ainda valem US$ 2,1 trilhões a mais do que no início do ano – apesar da pandemia global de Covid-19 e perdas recordes de empregos nos EUA. 

Imagem: CNBC

Especialistas pedem cautela nos investimentos

No Brasil não ficamos para trás, com a B3 liderando recordes de valorização de ações de empresas ligadas à tecnologia, em particular do setor e-commerce, como a Magalu e Mercado Livre, eleita a empresa mais valorizada da América Latina superando grupos industriais gigantescos como Vale, Petrobrás, Gerdau, Ultragás e Weg.

Diante desse cenário de ‘Exuberância Irracional’ (como preconizava Paul Krugman) Luis Stuhlberger, gestor do maior fundo de hedge do Brasil, a Verde Asset, publicou na quarta-feira, dia 09, uma carta pedindo cautela.  O gestor, que gere R$ 49 bilhões em fundos, escreveu que reduziu a exposição à Bolsa de seu principal veículo multimercado ao menor nível desde fevereiro.   

“Vemos alguns exageros incipientes no mercado e por isso iniciamos setembro com a menor exposição do fundo a ações globais desde o começo da crise em fevereiro. Temos alguns meses complexos pela frente, com a eleição americana dominando o noticiário, e preferimos manter uma postura cautelosa em relação a essa parcela do portfólio”.

Para Stuhlberger, os seguidos recordes na Bovespa em um cenário de tanta incerteza, pode significar riscos potenciais de perdas e exposição à muita volatilidade. 

“Os mercados brasileiros performaram muito abaixo dos pares neste último mês. As dúvidas sobre a gestão fiscal dominaram o debate, e vieram para ficar. Não há saídas fáceis, e o elevado nível de endividamento que fica como herança da Covid demanda prêmios de risco mais altos”, explicou.

Com a crise do coronavírus, o fundo terminou agosto com resultado negativo acumulado em 2020, perdendo 0,25% — contra 2,1% do CDI. Contudo, já apresentou até 8 vezes mais rentabilidade que o CDI de antes da pandemia.

O tombo do mercado de criptoativos e recuperação em curso

Durante a queda do mercado de capitais nas últimas duas semanas, o mercado de criptoativos amargou perdas expressivas na mesma proporção que as bolsas de valores tradicionais. 

De acordo com relatório recentemente divulgado pela Kraken, observou que a “volatilidade anualizada” do Bitcoin amargou uma queda de 15% (no final de julho). De acordo com Kraken, sempre que isso aconteceu e o Bitcoin caiu na faixa de volatilidade anualizada de 15-30%, ele sempre se recuperou mais forte logo em seguida.

Imagem: Kraken

Em média, o aumento da volatilidade do Bitcoin foi marcado por um pico de 140%, durante o qual os investidores geraram retornos de 196% em 94 dias, de acordo com a Kraken.

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