BID quer usar blockchain para combater violência a minoras no Brasil e na América Latina
O Banco Interamericano de Desenvolvimento anunciou o lançamento do desafio “Blockchangel” que pretende encontrar soluções, baseadas em DLT, destinadas a proteger minorias e grupos vulneráveis de situações de violência e maus tratos
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do BID Lab, anunciou uma parceria com a Fundação Everis para o lançamento de uma desafio chamado “Blockchangel” (Blockchain – Challenge – Angel) que pretende encontrar soluções, baseadas em DLT, e que sejam destinadas a proteger minorias e grupos vulneráveis de situações de violência e maus tratos.
Segundo o BID a tecnologia blockchain pode ser muito útil para desenvolver estratégias com o intuito de alertar, defender e acompanhar as vítimas, agir junto às autoridades e possivelmente deter os agressores. O prazo para a apresentação de propostas teve início em 9 de março e termina em 29 de maio de 2020.
O foco do projeto são países da América Latina e do Caribe e podem participar do desafio empresários, empresas, startups, ONGs, fundações etc., individualmente ou em consórcio. Segundo o BID as propostas precisam contemplar as atender determinadas áreas complementares.
1. Área preventiva – “Chega de vulnerabilidade” – soluções que permitem, por exemplo, a geolocalização ou registro de comportamentos violentos, identificação de fatores de risco, etc.
2. Área de atuação – “Chega de impunidade” – soluções que facilitem o registro e a autenticação on-line, com validade legal.
3. Área de controle – “Chega de preconceitos” – soluções que possibilitem, por exemplo, identificar as vítimas e ativar protocolos de ação correspondentes aos seus níveis de vulnerabilidade.
4. Área restaurativa – “Chega de solidão” – soluções que sejam ativadas on-line, de forma anônima, para assistência e atenção integral às vítimas.
Os projetos selecionados receberão um pacote completo de aceleração para seu projeto, incluindo apoio econômico, empresarial e tecnológico dos organizadores. Além disso, podem tornar-se uma ferramenta essencial na luta contra problemas sociais, que são particularmente alarmantes na América Latina.
“Nos últimos dois anos quase 8.000 mulheres foram assassinadas na América Latina e no Caribe vítimas de feminicídio. Na América Latina e no Caribe, a taxa de feminicídio é o dobro da registrada em outras regiões do mundo. Por outro lado, quase 300 milhões de crianças são vítimas de algum tipo de disciplina violenta, cerca de 130 milhões de estudantes sofrem bullying e aproximadamente 15 milhões de adolescentes já foram forçados a fazer sexo em algum momento de suas vidas. Além disso, há um número crescente de maus-tratos a pessoas idosas dentro das próprias famílias”, destaca o comunicado do BID.
O BID destaca que entre as instituições colaboradoras dos propósitos da instituição de promover o uso de blockchain na América Latina estão as autoridades do governo digital na Argentina, Colômbia e Costa Rica, assim como várias das principais entidades globais de blockchain, como Adhara, Alastria, AidTech, Blockchain Research Institute (BRI), Consensys, everis, Grupo Sabra, Idemia, ioBuilders, LegalBlock, Multiledgers, MIT Media Lab, NTT Data, RSK, Tradel e o World Data
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