Melhor da Semana: ATH do ETH, DeFi no Top 20 e as maiores compras institucionais da história

Disputa entre baleias e institucionais, Chainlink superando o Bitcoin Cash, US$ 1 bilhão diário na Uniswap e tudo que marcou o mercado

 

No início da semana, o  Bitcoin (BTC) lutou para manter o suporte os US$ 35 mil, mas ontem, o ativo teve uma queda de 15% e chegou a ser negociado a US$ 28 mil. Hoje, o ativo finalmente começou a reagir, e está sendo negociado na faixa dos US$ 33 mil. 

Com a queda, a capitalização do mercado de criptomoedas perdeu  US$113 bilhões, fazendo com que a maior parte das altcoins também sofressem uma  correção. Apesar disso, Ether (ETH),  dobrou de valor no último mês e atingiu sua máxima histórica de 2018 no par ETH/USD na terça-feira, 19.  Apesar da grande queda do dia 21, a pressão de venda não foi forte o suficiente para derrubar o preço do ETH abaixo dos US$ 1 mil. 

O ”atraso” do rompimento do ETH também faz parte de uma tendência cíclica já conhecida no setor cripto, em que altcoins aguardam a consolidação do Bitcoin para reter seu capital e atingir novas máximas. Mas é interessante observar que enquanto o ETH faz novas máximas, projetos concorrentes, centrados em contratos inteligentes, não acompanham o rali de Ether. NEM, EOS e Tron, perderam respectivamente 24% ,11 % e 11% nos últimos 30 dias, em relação ao dólar. 

Assim como várias criptomoedas no top 100 ainda não o fizeram, apesar de verem aumentos de preços substanciais. As moedas de privacidade sofreram com incêndio regulatórios que continuam a reprimir o setor e não entregaram grandes retornos, assim como os tokens de exchanges centralizadas, que também podem sofrer com regulação.  

Talvez, devido às incertezas  regulamentadas futuras parece que há uma mudança geral no interesse em se tratando de altcoins e isso é claro quando vemos os tokens DeFi começarem a ocupar seu lugar na lista dos 20 principais valores de mercado. Exemplo disos é a a Chainlink que essa semana ultrapassou o valor de mercado do Bitcoin Cash e é agora a oitava criptomoeda mais valiosa, com uma capitalização de mercado de US$9 bilhões. Outro destaque foi da Uniswap, que continua a liderar o setor, já que se aproxima de uma média de US $ 1 bilhão por dia em volume de negociação no mês de janeiro.

Macro

No cenário internacional, a posse de Biden trouxe novos ânimos ao setor. O antigo conselheiro da Ripple deve ser nomeado chefe do Gabinete do Controlador da Moeda de Biden. No início da semana, Janet Yellen, a nova nomeada secretária do Tesouro de Biden, fez alguns comentários críticos às criptomoedas, dizendo que elas são usadas “para atividades  ilícitas” .Nesta sexta-feira, porém, Yellen afirmou que as criptomoedas tem ‘potencial para melhorar o sistema financeiro’

Felizmente, o  presidente Joe Biden congelou todos os processos regulatórios, incluindo as regras propostas do Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN) sobre o compliance das carteiras que os usuários enviam os fundos. Se aprovado, exigiria que os bancos e empresas de serviços financeiros apresentassem relatórios, mantivessem registros e verificassem a identidade dos clientes que fazem transações de e para carteiras de criptomoedas privadas.

Mas o premio de polemica da semana vai para Craig Wright, que processou dois sites por hospedaram ”seu white paper’‘. 

Transferência de riqueza

Grayscale Holdings

A gigante Grayscale fez um novo aporte de 16.244 BTC (US$607 milhões) na segunda-feira, 19 de janeiro. A quantia é 18 vezes o valor minerado no dia e o maior buy-in da empresa até o momento, que seguiu no quatro trimestre de 2020, uma média de US $251 milhões em Bitcoin por semana.  Com o novo buy-in, o AuM da Grayscale  totaliza 642 mil BTC, aproximadamente 3,2% de todo o suprimento do Bitcoin.  Após o buy-in, JPMorgan até comentou que a Grayscale é a chave para o Bitcoin chegar aos US$40k

BlackRock

Na terça,  a BlackRock, maior administradora de ativos do mundo, com mais de US$ 6 trilhões de AuM, enviou um documento à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), indicando intenção de entrada no mercado de derivativos Bitcoin (BTC). 

MicroStrategy

Durante a queda desta sexta-feira, a MicroStrategy,  que tem feito aportes cada vez maiores de Bitcoins, confirmou uma compra de 314 BTC,  totalizando seu AuM em 70.784 BTC.

Mas, se há encontradas tão grandes sendo feitas pelos institucionais, porque o preço caiu essa semana?

Enquanto os institucionais compraram durante a semana, os mineradores fizeram grandes vendas. A F2Pool, o maior pool de mineração do Bitcoin – responsável por quase 15% da taxa total de hash-, diminuiu em 20% suas reservas de BTC  em uma semana, foram mais de 10.000 BTC que moveram-se de suas carteiras e mais de 270 mil Bitcoin sairam das exchanges nos ultimos 30 dias. 

Além disso, no dia 20 de janeiro, o número de carteiras contendo mais de 1.000 BTC (US$ 35 milhões) atingiu uma nova máxima histórica, com mais de 2.400 carteiras. 

Quando juntamos todas as informações três métricas ( buy-in dos institucionais, aumento do número de carteira com mais de 1 mil BTC e grande saida das exchanges, há um cenário macro extremamente positivo no longo prazo. Os institucionais são investidores recentes que continuam aumentando suas posições, eles ainda não estão em posições de realização de lucro e buscam novas máximas. A queda recente do preço provavelmente está sendo liderada por varejistas de longo prazo, que estão realizando seus lucros advindos de investimentos das máximas de 2017 e por baleias que tamém já estão no setor há algum tempo.  

As novidades do mercado brasileiro: café, expansões, IPO e o CriptoAwards 

Além do preço volátil, as empresas e iniciativas brasileiras também lançaram iniciativas muito interessantes. Agricultores de café do Brasil fizeram parceria com a Microsoft  para criar uma criptomoeda própria ‘lastreada’ no quilo do café, a Coffe Coin. 

Pela primeira vez em sua história, XP irá ofertar fundo 100% em Bitcoin, o fundo é o Hashdex Bitcoin Full 100 FIC FIM. A Hashdex essa semana também anunciou um novo fundo, que une Bitcoin e ouro.

E por falar de empresas pegando fogo, o Mercado Bitcoin recebeu um  aporte da GP Investimentos e anunciou que investirá R$ 200 milhões em expansão internacional. Animado com a conquista de novas terras, o  diretor do Mercado Bitcoin, Fabrício Tota, anunciou no Twitter seu interesse em fazer um IPO da empresa

Pra finalizar com chave de ouro os melhores da semana, o CriptoAwards 2021, a a premiação dos players mais importantes do mercado cripto brasileiro já tem data. Ela será realizada  em março, de forma completamente gratuita e online. 

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