Polygon no hype: especialistas explicam o interesse de empresas nessa blockchain
Baixo custo de desenvolvimento e compatibilidade com o Ethereum estão entre os motivos apontados
No decorrer de 2022, a Polygon se tornou a blockchain procurada por grandes marcas que buscam lançar produtos no ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês). Nike, Meta, JPMorgan, Disney e Starbucks são alguns dos nomes. O resultado foi um forte início de quarto trimestre para o token MATIC, nativo da rede, além de estabelecer uma base forte de fundamentos para o projeto.
Especialistas contam ao Cointelegraph Brasil o que faz a Polygon ser a “queridinha do mainstream” ao adentrarem em DeFi.
Baixo custo para desenvolver
O maior diferencial que faz a Polygon ser escolhida para desenvolvimento de projetos é o preço das taxas, afirma Bruno Leão, CTO da Lumx Studios. Em comparação ao Ethereum, o custo do gas é bem menor, permitindo mais flexibilidade no desenvolvimento de plataformas e contratos. “Podemos implementar ideias sem tanta preocupação com o custo”, diz Leão.
A redução no custo operacional favorece também os usuários, diz o desenvolvedor, umas vez que a empresa pode custear as transferências no lugar do investidor. Além disso, a Polygon é compatível com as aplicações do Ethereum. Ou seja: é possível desenvolver aplicações em ambas as redes e integrá-las. Tendo em vista que o Ethereum é a maior rede para contratos inteligentes, essa relação é importante.
Para que a Polygon seja uma rede fértil para a construção de projetos, é necessário que desenvolvedores continuem realizando melhorias no projeto. Nesse ponto, Rony Szuster, analista do MB Research, avalia que a Polygon está muito bem capitalizada, além de ter firmado boas parcerias ao longo dos anos.
“Eles [Polygon] conseguiram levantar um bom dinheiro nos últimos anos, o que é vital não só para o desenvolvimento do ecossistema, mas também para sobreviver aos ciclos de baixa enquanto constroem novos produtos”, completa Szuster.
O que é a Polygon?
De forma simplificada, a Polygon inicialmente era uma sidechain compatível com a Ethereum Virtual Machine (EVM), ferramenta usada no desenvolvimento de aplicações descentralizadas (dApps) da rede. Por ser uma sidechain, a Polygon é uma rede autônoma, e que não compartilha os mesmos validadores do Ethereum. Isso é vantajoso para a escalabilidade da rede, mas a torna relativamente mais vulnerável a ataques.
Embora tenha sido criada como uma sidechain do Ethereum, a Polygon já possui planos de conectar outras redes. Além disso, sua sidechain não será a única solução de escalabilidade. Szuster, do MB Research, conta que, em 2021, a Polygon fez a aquisição da Hermez Network por US$ 250 milhões. A Hermez é um zk-rollup do Ethereum, uma solução de escalabilidade em segunda camada.
Além disso, a Polygon oferece também a solução Nightfall, que é um optimistic rollup do Ethereum focado em privacidade. Isso faz com que esta solução em Camada 2 seja útil a empresas que desejam utilizar blockchain, mas não querem que suas informações sejam expostas. A Ernst & Young, uma das maiores empresas de auditoria do mundo, está trabalhando em parceria com a Polygon no desenvolvimento da Nightfall.
Futuro segue promissor
Apesar da queda nos preços dos criptoativos, causada pelo colapso da FTX e pelo risco da Genesis naufragar pelo impacto causado, os fundamentos da Polygon se mantêm firmes. Para Rony Szuster, as propostas de solução de escalabilidade sendo exploradas pelo projeto fazem com que seu futuro continue promissor.
“Tem a sidechain, que é barata e útil. Eles contam ainda com a Hermez, solução de prova de conhecimento zero que é compatível com EVM e bem promissora. E, ainda, a Polygon conta com diversos outros projetos menores que fazem com que ela esteja bem preparada para oferecer uma solução vencedora, seja ela qual for.”
Bruno Leão, da Lumx Studios, afirma que a Polygon “justifica todo o hype” criado em torno dela. Desde que começou a usar a sidechain, ele conta que se sente mais livre para criar soluções, deixando de pensar se o acréscimo de uma funcionalidade em um projeto seria “muito cara”.
“Com o aumento da adoção de projetos voltados à Web3, surgirão novas ideias para as quais a rede Ethereum se mostrará cara demais. Isso abrirá espaço para redes como a Polygon, que vem mostrando um volume de projetos cada vez maior”, conclui Leão.
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