Iniciante, Intermediário ou Avançado? Teste quanto você sabe sobre criptomoedas

SAFU, Plasma, UTXO, Vladimir Club…15 termos para testar o conhecimento dos entusiastas das criptomoedas.

A medida que o mercado de criptomoedas aumenta sua capitalização, ultrapassando os US$ 1.4 trilhão, e empresas como Google, Tesla e Facebook, também avançam seus produtos, serviços e termos. Nos últimos anos, a infraestrutura do Ethereum possibilitou que um setor inteiro de finanças descentralizadas fosse criado praticamente do nada. E com o desenvolvimento da comunidade cripto, novos termos e datas comemorativas também são criados. 

Após 12 anos do white paper do Bitcoin (BTC), termos e nomes como ‘HODL”, ”Satoshi Nakamoto”, ”Dia da Pizza” e ”ICO” já estão se tornando comuns no mainstream. Agora, Market Makers Automatizados, Flash Loans, Stablecoins e CBDCs são alguns dos novos termos que tem ocupado cada vez mais as manchetes cripto e começado a se popularizar. 

Conhecer as criptomoedas é tanto estar atento a novos projetos inovadores, como conhecer sua história e termos-chave de seu desenvolvimento.

Para apresentar novos termos e ajudar nossos leitores a testar seu conhecimento, apresento 15 termos divididos em três níveis de dificuldade: iniciante (mas nem tanto), intermediário e avançado. No final, quanto deles será que você já conhece? 

Teste de conhecimento sobre criptomoedas

Iniciante

Airdrop: quando uma nova altcoin vai ser lançada, os responsáveis pelo projeto precisam achar formas de distribuir o ativo e incentivar sua divulgação e marketing. O airdrop refere-se assim, a distribuição gratuita de uma criptomoeda para fins de adoção. Durante um fork – quando uma blockchain se bifurca- é comum que haja um airdrop do ativo da nova cadeia, como um incentivo aos detentores do tokens em uma base pro-rata para utilização da nova rede. 

Secure Asset Fund for Users (SAFU): No dia 3 de julho de 2018, a Binance anunciou a criação de um fundo para proteger seus usuários de possíveis ataques e problemas futuros. A partir da data, 10% de todas as taxas de negociação são destinadas ao SAFU, que é armazenado em carteiras frias dissociadas do resto dos fundos da exchange. No dia 19 de maio de 2018, o youtuber “Bizonacci” criou um vídeo chamado: “Funds Are Safu”, que inaugurou o termo-meme mais tarde. 

Mempool: o ‘cyber-local’ onde as transações que ainda não foram confirmadas são armazenadas antes de serem adicionadas à blockchain de forma imutável. Quando um usuário realiza uma transação, ela é propagada pela rede através dos nodes, até que esteja pronta e para ser adicionada a um bloco. Nesse processo, há uma série de verificações para garantir que a transação seja válida. Transações com fees muito baixas, por exemplo, podem ficar no mempool por muito tempo, caso o valor não seja interessante para nenhum minerador. 

Block Explorer: é como um ”navegador” de blockchains. São serviços online que permitem que os usuários encontrem informações associadas a endereços, transações ou blocos específicos. Um block explorer é muito utilizado para que os usuários possam ver o ”status” de uma transação após realizar uma negociação. 

Fear Of Missing Out (FOMO): O conceito se refere ao sentimento de ansiedade gerada pela rápida expansão do mercado e alto desempenho dos ativos, enquanto um investidor e entusiastas está ”fora”do mercado, perdendo potenciais benefícios. O FOMO é particularmente forte quando o mercado sobe e os investidores querem aproveitar a ‘onda’, tomando muitas vezes, decisões precipitadas. 

Hora de subir um pouco a dificuldade! 

Intermediário

Unspent Transaction Output /  saída de transação não gasta  (UTXO): cada transação de criptomoeda tem sempre uma entrada e uma saída (com exceção da transação que cria novos bitcoins). Ou seja, sempre que uma transação é feita, um usuário usa um ou mais UTXOs como entrada para outra transação. Ilustrando:

Alice tem 0,56 BTC em sua carteira, resultado de dois UTXOs, um de 0,24 BTC e outro de 0,32 BTC. Se Alice precisa enviar 0,3 BTC para alguém, a rede pegará o UTXO de 0,32 e enviará 0,3 BTC para o endereço designado e 0,02 BTC de volta para Alice. Nesse sistema, o 0,32 se tornou uma saída gasta, que não pode ser utilizado e dois novos UTXOs foram criados (0,3 BTC e 0,002 BTC) para outros usos. Se o valor a ser enviado superasse o UTXO disponível, a rede combinaria os dois UTXO para produzir um novo e retornaria da mesma forma, o ”troco” da transação. Antes do desenvolvimento do Segregated Witness (SegWit), quanto mais UTXOs precisassem ser combinados para uma transação, mais cara ela se tornava, devido ao custo de infraestrutura para sua execução. 

Tokens Sintéticos: renBTC, wBTC, tBTC, DIGG, UMA são exemplos de tokens sintéticos cujo valor está atrelado a um ativo subjacente, mas que sua infraestrutura permite maiores funcionalidades. A ideia dos sintéticos é expor investidores ao preço, sem que eles precisem realizar a custódia do token ao mesmo tempo que possam aumentar as possibilidades. Sintéticos de Bitcoin (sBTC) permitem que usuários estejam expostos ao preço do BTC ao mesmo tempo que ganham taxas em juros de empréstimos e “yield farming” em Exchanges Descentralizadas (DEX) com o ativo, o que não é possível com o BTC em sua forma original. 

Gwei: um termo conhecido entre os mineradores de Ether (ETH) ou entusiastas de DeFi . O Gwei é uma das ”unidades”  de medida do ETH, tal como satoshi é do Bitcoin. O termo normalmente é usado para falar o gás da rede – a fee paga pela transação ou execução de uma função em um contrato inteligente. 1 Gwei é igual a um bilionésimo  (0,000000001/ 10-9) de um ETH. Mas, diferente do Bitcoin, o ETH tem várias denominações para suas frações, tais como:

  • 10-3 ETH = Milliether

  • 10-6 ETH = Microether

  • 10-0 ETH = Gwei

  • 10-12 ETH = Mwei

  • 10-15 ETH = Kwei

  • 10-18 ETH= Wei

Nonce: é um número pseudo-aleatório que os mineradores precisam encontrar para ganhar o direito de registrar um bloco. Os mineradores competem com poder computacional através de sucessivas tentativas para adivinhar o nonce que atenda requisitos específicos. O minerador que for capaz de encontrar o nonce que resulte no hash do bloco tem o direito de adicionar o próximo bloco no blockchain e ser recompensado com bitcoins recém criados e a taxa das transações. Basicamente é pelo que os ‘mineradores’ ficam disputando. 

Oráculos: ”pontes” entre o mundo on-chain e o mundo off-chain. Através da infraestrutura dos oráculos, um contrato inteligente pode utilizar fontes de dados externas verificadas e autenticadas com segurança. Como uma blockchain é ‘um mundo em si mesmo’, os oráculos permitem a comunicação de eventos do mundo real com os contratos inteligentes. Os oráculos podem colocar a blockchain em comunicação com sensores RFID,  programas externos e APIs, outros oráculos e etc. O oráculo mais conhecido no mercado cripto é a Chainlink (LINK). 

Especialista

Plasma: como a Lightning Network para o Bitcoin. O Plasma é uma solução para a construção de aplicativos escaláveis na rede Ethereum. Proposto por Vitalik Buterin e Joseph Poon em 2017, o Plasma pretende funcionar como um framework de cadeias secundárias que irão interagir o mais moderadamente possível com a blockchain Ethereum (a cadeia principal). Através das ‘cadeias filho’, é possível desafogar a cadeia principal e permitir maior flexibilidade para desenvolvedores criarem casos de uso particulares. 

Merged Mining/ Mineração Mesclada: diz respeito à ideia de mineração de duas ou mais criptomoedas ao mesmo tempo através da Prova de Trabalho Auxiliar (AuxPoW). Utilizando o AuxPoW, um minerador poderia usar o poder computacional para extrair blocos em várias cadeias simultaneamente, aproveitando o trabalho feito em uma blockchain (pai/com maior hash rate) em outra cadeia (auxiliar-pequeno hash rate). A teoria atrás dessa ideia é aumentar a segurança de uma cadeia pequena, que poderia aproveitar o hash de cadeiras menores para reduzir a chance de um ataque de 51%. O caso mais ‘famoso’ de merged mining é do Ethereum Classic (ETC) com a Ziliqa (ZIL)

Vladimir Club: o conceito, criado no BitcoinTalk em 2012, refere-se a sugestão de um usuário Vladimir sobre uma ”quantia ideal” de Bitcoin para se ter: 0,00001 do suprimento máximo de Bitcoin, que é o equivalente a 2.100 BTC. Na época da postagem, o ativo havia acabado de atingir uma dezena de casa de dólar, de forma que qualquer pessoa com US$ 21.000 poderia ser do Clube Vladimir. Atualmente, seria necessário ter US$ 93.715.860,00 ou R$ 502.776.217,23.

Blocos Órfãos: blocos órfãos eram comuns no passado e são aqueles cujo ”pai” é desconhecido ou inexistente. Atualmente, o termo também se refere a blocos válidos que foram descartados, também conhecidos como “blocos obsoletos”. Blocos obsoletos são gerados quando dois mineradores retransmitem seus blocos válidos quase ao mesmo tempo. Isso faz com que a rede se divida em duas versões concorrentes do blockchain até que um dos blocos seja descartado (a cadeia mais longa prevalece enquanto a outra é abandonada).

Subjetividade Fraca (Weak Subjectivity): Antes de um bloco ser incluído na blockchain e ser validado, há vários caminhos possíveis e igualmente válidos. A cadeia válida sempre será a cadeia com mais trabalho (ou a cadeia mais longa). A objetividade na blockchain diz respeito à capacidade de um nós identificar a cadeia mais longa e se sincronizar de acordo com suas regras. O conceito de subjetividade fraca foi criado por Vitalik Buterin para se referir a cadeias que, diferente do BTC, apresentam subjetividade na definição de qual cadeia é a ” correta”, principalmente no momento de re-conexão do nós após período de grande inatividade ou de ingresso na rede.  

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