Bancos estavam ‘na cola’ da Unick Forex desde 2017 e informaram transações suspeitas ao Banco Central

Bancos reportavam transações suspeitas ligadas a Unick Forex, desde 2017, revela documentos obtidos pelo Cointelegraph

Documentos referentes à investigação da Polícia Federal contra a Unick Forex revelaram que os bancos já estavam “na cola” da empresa e de seus operadores desde 2017.

Os documentos foram obtidos pelo Cointelegraph e são parte do inquérito em curso contra os operadores da Unick.

Assim, segundo os arquivos obtidos, praticamente desde o início das operações da Unick os bancos já identificaram movimentações suspeitas.

Bancos reportaram ao Banco Central

De acordo com os documentos, assim que identificaram as transações suspeitas os bancos comunicaram o Banco Central do Brasil.

Contudo, apesar das transações atípicas, as autoridades demoraram quase 2 anos para desmontar a Unick Forex.

Em parte das transações que o documento compartilhado com o Cointelegraph recebeu está o nome de Sebastião Lucas da Silva Gil, apontado como um dos diretores administrativos da Unik.

Sozinho, Sebastião teria feito saques de até R$ 8.098.598,12

Porém, segundo o relatório da Polícia Federal, Sebastião teria feito 57 transações suspeitas.

“R$ 37,56 milhões em operações a crédito suspeitas e R$ 33,88 milhões em operações a débito suspeitas, totalizando 71,44 milhões”, revela.

Assim, segundo a Polícia Federal, Sebastião movimentaria em sua conta bancária valores da Unick Forex.

Além disso, também atuaria na criação de um banco digital (OURBANK).

O empresário foi preso durante a Operação Lamanai junto com outros 12 integrantes da Unick Forex.

Unick Forex foi uma empresa que afirmava atuar no mercado Forex por meio de operações com Bitcoin.

Contudo desde o seu lançamento a empresa é acusada de ser uma pirâmide financeira.

Prometendo rentabilidade garantida de até 4% ao dia a Unick Forex foi alvo da polícia federal em 2019 que acabou com a empresa e prendeu 13 pessoas acusadas de serem líderes da empresa e portanto, organizadores do suposto golpe.

Denúncias

Antes de realizar a operação sobre a Unick Forex a Polícia Federal recebeu várias denúncias do Ministério Público Federal e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Além disso, clientes da empresa também procuraram as autoridades para denunciar a companhia.

A operação revelou o poder que a Unick Forex teve no Brasil e também as tramas e estratégias da empresa que teria contratado hackers para derrubar sites que falavam mal da empresa.

Coagido agentes da Polícia Federal a atuar em favor da empresa e fornecer informações sobre investigações, inclusive delegados ligados a Lava Jato.

Contratado seguranças para intimidar líderes que cobravam a empresa.

A empresa também teria usado diversas empresas ‘de fachada’ para lavar o dinheiro obtido dos investidores e, segundo a Polícia Federal.

Até mesmo uma escolha infantil teria sido usado no esquema.

Além disso, Leidimar teria aberto empresas usando como ‘laranja’ pessoas de sua própria família, incluindo pai, mãe, esposa e filha.

Operação Lamanai

No total, segundo a Polícia Federal a Unick Forex teria movimentado mais de R$ 18 bilhões e teria uma dívida com seus mais de 1 milhão de clientes, de R$ 1 bilhão, valor que segundo a Polícia Federal é impossível de ser ressarcido pela empresa.

A Polícia Federal apreendeu com a Unick Forex

  • 44 carros de luxo, totalizando mais de R$ 5 milhões em valores da tabela da Fipe
  • Duas BMW X6, avaliadas em R$ 390 mil.
  • Um Porsche Panamera, de R$ 400 mil
  • Uma Range Rover Velar, avaliada em mais de R$ 400 mil
  • 1550 Bitcoins
  • Bloqueio judicial de 9 imóveis (valor não divulgado)
  • R$ 200 milhões em diversas contas bancárias
  • R$ 747 mil reais em dinheiro
  • R$ 85 mil reais em moedas estrangeiras
  • Diversas jóias, que estão passando por perícias para identificar autenticidade

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