Bancos devem investir quase R$ 50 bi em IA e cibersegurança, revela Febraban
Este ano, os bancos brasileiros estão preparados para investir cerca de R$ 47,4 bilhões em tecnologia. O dado foi revelado na 1ª etapa da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, realizada pela Deloitte. O valor representa o dobro dos investimentos em tecnologia nos últimos oito anos. Ele passou de R$ 19,1 bilhões em 2015 para R$ 39 bilhões registrados no ano passado, aumento de 104%.
Segurança cibernética e criptografia de dados
A segurança cibernética é uma prioridade estratégica para todas as instituições financeiras entrevistadas. Isso significa que, em 2024, os investimentos estão focados em arquitetura, infraestrutura e ferramentas especializadas para detecção e resposta a ameaças cibernéticas, gestão de identidades e acessos, treinamento dos colaboradores, cloud security, testes de invasão e criptografia dos dados.
Além disso, tecnologias como Cloud, Inteligência Artificial, Blockchain e o projeto de moeda digital do Banco Central, o Drex estão entre as prioridades para 2024.
“A indústria brasileira é protagonista do que há de mais inovador em tecnologia bancária e os investimentos feitos pelos bancos ao longo dos anos comprovam o empenho que as instituições têm em trazer anualmente novidades, experiência personalizada para os nossos clientes e 100% de segurança nas operações financeiras do dia a dia”, avalia o diretor responsável pela Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, Rodrigo Mulinari.
Prioridades para 2024: transformação contínua e foco no cliente
Os bancos estão empenhados em uma agenda de evolução contínua. Eles priorizam principalmente temas como Experiência do Cliente (83%), Inovações Tecnológicas (71%), Personalização de Produtos e Serviços (63%), Segurança e Privacidade (58%), Responsabilidade Social e Sustentabilidade (54%) e Ofertas Integradas de Ecossistema (54%).
Segundo o levantamento, as instituições bancárias querem integrar tecnologia e negócios com soluções que superem as expectativas dos clientes.
“A pandemia acelerou o processo de digitalização da tecnologia bancária, juntamente com o nascimento do Pix, a implementação do Open Finance e, no momento, a chegada do Drex, resultando em uma maior oferta de produtos e serviços para nosso cliente. Tudo isto reflete nestas prioridades dos bancos para explorar novos formatos de atendimento e busca por excelência operacional”, complementa Mulinari.
Força de Trabalho: investimentos em melhoria da experiência profissional
O papel fundamental da Tecnologia da Informação na indústria bancária é evidente na quantidade de profissionais dedicados à área, pois agora chegam a 45.300. Isso significa um aumento de 22% em relação à pesquisa anterior. Desses profissionais, a maioria (33%) são desenvolvedores.
Para 2024, está previsto um investimento de R$ 2,98 bilhões em infraestrutura e soluções tecnológicas para melhorar a experiência de trabalho dos profissionais.
Isso não apenas promove o engajamento e a mudança cultural nas organizações, mas também viabiliza as aspirações pessoais e profissionais dos colaboradores. A intenção de 56% dos bancos é aumentar, em média de 28%, a quantidade de profissionais de TI, chegando a um total de 54,1 mil pessoas.
“As profissões mais demandadas incluem desenvolvedores, especialistas em segurança da informação, cientistas e engenheiros de dados, e especialistas em metodologias ágeis”.
IA Adaptável e Customizável
A Inteligência Artificial (IA), especialmente a generativa (GenAI), utilizada por 54% dos bancos, é altamente adaptável às necessidades específicas de cada área de negócio das instituições.
“Esta tecnologia tem potencial de impulsionar a inovação e a produtividade, além de estimular a eficiência. A pesquisa indicou que, para os bancos que já implementaram a IA, a eficiência dos processos bancários se elevou a uma taxa média de 11%”, comenta o sócio-líder da Deloitte para a Indústria de Serviços Financeiros, Sergio Biagini.
As aplicações de Inteligência Artificial incluem biometria facial (75%), chatbot (71%), RPA (67%), IA Generativa (54%) bem como Inteligência Cognitiva (25%).
Open Finance
Além disso, os bancos continuam trabalhando para oferecer novos produtos e serviços de adesão ao Open Finance. O objetivo é atingir de 6% a 20% de aderência de sua base ativa até o final de 2024.
“Com a necessidade de buscar um posicionamento cada vez mais relevante rumo à diferenciação, os bancos podem se utilizar do movimento do Open Finance para ampliar os dados e o conhecimento sobre seus clientes. Com o uso de tecnologias como IA e GenAI, as informações podem ser exploradas com maior eficiência e assertividade, visando personalizar o relacionamento com os clientes”, conclui Biagini.
Por fim, outro dado que impressiona é que 79% dos bancos pretendem aumentar seus investimentos em Cloud neste ano.
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