Banco Central do Brasil vai lançar a “internet do dinheiro’ e muitos modelos existentes vão morrer, diz empresário

Banco Central do Brasil vai revolucionar o sistema financeiro com o lançamento do sistema de pagamentos instantâneos e o open banking

O Banco Central do Brasil vai ‘inaugurar’ a internet do dinheiro com o sistema de pagamentos instantâneos que o BCB deve lançar em 2020, disse o CEO da Matera, Carlos Netto, em uma postagem na rede social Linkedin.

Segundo Netto, assim como a internet, que é ‘apenas uma rede de computadores conectados’ mudou a vida das pessoas, o sistema que o Banco Central lançará também vai impactar o sistema financeiro nacional e com isso muitos modelos existentes devem morrer, segundo ele.

“Nasci em 65. Presenciei a Internet aparecer. Era uma mera rede que conectava todos computadores do mundo. Fazendo “apenas isso”, vejam o que ela habilitou. Quanta criatividade se tornou possível! Tudo que temos hoje, habilitado por “uma rede de computadores”. O Pagamento Instantâneo, como a Internet, é só uma rede que conecta todas as contas que guardam moeda escritural; todas as contas transacionais: sejam bancárias ou não. Como a Internet, vai ser um território fértil para criatividade. Não esperem apenas um QR Code padrão para conectarmos todas Wallets. Pensem na Internet do dinheiro: não vai parar no que imaginamos hoje; seremos surpreendidos com muita gente criativa e muitos modelos existentes vão morrer.”, destacou

O sistema de pagamentos instantâneos anunciado pelo Banco Central do Brasil, aliado ao Open Banking, vem sendo apontado por especialista como uma espécie de ‘divisor de águas’ no sistema financeiro nacional. As medidas podem ajudar a impulsionar a adoção do Bitcoin e criptomoedas no Brasil na medida em que podem permitir que empresas de cripto se conectem diretamente com os bancos e o sistema financeiro.

“Os pagamentos instantâneos vão trazer uma grande revolução no Brasil juntamente com as outras medidas que o BC vem tomando, open banking, por exemplo”, disse o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, destacando a importância de ter o projeto centralizado no BC e não em um ente privado no intuito de ter um sistema único e interoperável.

Desta forma, transferências de valores entre instituições deve ser feita instantaneamente assim como aplicações que fazem ‘conversão ‘ Bitcoin para reais e de reais para Bitcoin, devem ocorrer ‘em tempo real’ permitindo uma mobilidade financeira nunca antes vista na história do país.

“Iniciar um pagamento instantâneo deverá ser tão simples quanto selecionar uma pessoa na lista de contato do telefone celular (sem a necessidade de inserir informações como número do banco, da agência e da conta e o CPF do recebedor) ou ler um código único de identificação, como um QR Code, por exemplo. Tudo o que deverá ser necessário é um smartphone, uma conta em um prestador de serviço de pagamento (PSP) da escolha do consumidor e o aplicativo desse PSP. O aprimoramento da experiência, o que inclui a facilidade e a simplicidade em iniciar pagamentos é um dos principais benefícios dos pagamentos instantâneos para os usuários pagadores”, destacou o Banco Central sobre o novo sistema.

O sistema de pagamentos instantâneos em debate no Banco Central conectaria as mais de 120 instituições financeiras registradas no regulador e pretende permitir “a transmissão da mensagem de pagamento e a disponibilidade de fundos para o beneficiário final em tempo real e cujo serviço está disponível para os usuários finais durante 24 horas por dia, 7 dias por semana e em todos os dias no ano”

“Tipicamente, a movimentação de recursos se dá entre contas transacionais (que podem ser uma conta corrente, poupança ou conta de pagamento pré-paga), com os recursos em poucos segundos disponíveis para o recebedor em qualquer dia e hora, inclusive fins de semana e feriados”

Desta forma, o Banco Central pretende preencher ‘lacunas’ que a instituição vê como essenciais para impulsionar o sistema de pagamentos no Brasil. Entre os pontos, a diminuição do uso do dinheiro físico, o fim de transações bancárias como DOC e TED, além do uso de cartões de crédito e débito.

Como noticiou o Cointelegraph, o Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, destacou em Audiência na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização no Senado Federal, que o uso da tecnologia blockchain é importante para o BCB avançar na digitalização da economia.

“Trabalhar na modernização do Sistema Financeira Nacional é fundamental para alcançarmos esses objetivos — simplificando e desburocratizando o acesso aos mercados financeiros para todos e dando um tratamento homogêneo ao capital, independentemente de sua nacionalidade ou se provém de um grande ou de um pequeno investidor. Para o sistema financeiro, essa mudança tecnológica significa: democratizar, digitalizar, desburocratizar e desmonetizar. Para criar esse futuro, precisamos dominar novas ferramentas, tais como: blockchain, serviços de nuvem, inteligência artificial e digitalização. Com esse objetivo, a nossa agenda de trabalho, a Agenda BC+, está sendo reavaliada e ampliada”, disse.

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