Banco Central do Brasil não tem informações suficiente sobre a Libra do Facebook
O Brasil poderá adotar medidas econômicas em relação a Libra, a criptomoeda do Facebook. Pelo menos esse parece ser o entendimento do atual presidente do Banco Central do Brasil. Para Roberto Campos Neto, as informações sobre a Libra ainda são insuficientes para que seja tomada qualquer medida contra o projeto.
A Libra foi anunciada pelo Facebook há algumas semanas atrás. O projeto visionário de Mark Zuckerberg promete criar uma “criptomoeda global”. Porém, nem todos os países receberam positivamente o anúncio da Libra, que chega no mercado em 2020.
Criptomoeda do Facebook pode ganhar política econômica
A Libra poderá ser pautada pelo Banco Central do Brasil. Em coletiva recentemente publicada, Campos Neto afirma que possui poucas informações sobre o projeto do Facebook. Sem informações consistentes sobre o projeto, o presidente do Banco Central não pode criar uma política econômica direcionada à Libra.
Em coletiva divulgada nesta quinta-feira (27), Campos Neto falou sobre o projeto inovador do Facebook. Para o executivo, uma modernização tecnológica está acontecendo no setor econômico mundial.
Demonstrando entendimento sobre a Libra, Campos Neto afirmou que a criptomoeda do Facebook será lastreada. Assim como já acontece com parte do Tether (USDT) e outras stablecoins, a Libra terá seu preço relacionado a outro ativo. Dessa forma, o dólar norte-americano, ou até mesmo o real brasileiro, poderia ser utilizado como parâmetro de uma cotação controlada para a criptomoeda do Facebook.
O Brasil ainda não sabe se adotará medidas econômicas contra a Libra do Facebook. Para algumas nações, o projeto de Mark Zuckerberg pode significar risco a soberania de moedas locais. Vários países demonstraram certa preocupação com o lançamento da Libra em 2020.
Libra preocupa França e Estados Unidos
A França é um dos países que pretender apresentar algum tipo de regulação para a Libra. Para que a criptomoeda seja amplamente utilizada em todo o território francês, o projeto deverá ser submetido ao governo daquele país. A mesma preocupação praticamente já declarou os Estados Unidos sobre a criptomoeda da rede social.
No país atualmente governado por Donald Trump, a Libra deverá ser analisada por parlamentares. Antes do projeto ser aprovado em solo norte-americano, a Libra poderá ser questionada no congresso dos EUA. O mesmo poderá vir a acontecer com o Brasil, que ainda não se posicionou oficialmente sobre o projeto.
Presidente do BC demonstrou preocupação com avanço tecnológico
A Libra e o mercado de criptomoedas representam um avanço tecnológico inquestionável. A tecnologia blockchain permite que ativos digitais sejam considerados mais rápidos e com menos custos para transações. Para muitos, as criptomoedas representam o futuro do que entendemos como dinheiro atualmente.
E parece que o presidente do BC no Brasil compartilha com esse pensamento. Campos Neto esboçou sua preocupação com o avanço tecnológico relacionado ao mercado financeiro em geral. Para o economista, é necessário que os bancos centrais assumam um papel de digitalização de seus processos.
Sem mencionar o que claramente seria a tecnologia blockchain e as criptomoedas, Campos Neto acredita que os bancos centrais devem participar dessa revolução tecnológica. O executivo afirmou que empresas podem oferecer soluções digitais que os bancos centrais ainda não dominam.
O assunto sobre a Libra do Facebook foi abordado no último relatório trimestral divulgado pelo governo. Com a economia brasileira estagnada, soluções tecnológicas poderiam garantir o controle do Banco Central sobre operações financeiras. Por outro lado, o mercado de criptomoedas representa uma descentralização que pode não ser facilmente rendida a bancos centrais.
Um dia antes do relatório trimestral ser divulgado, Roberto Campos Neto reuniu-se com parlamentares para apresentar soluções sobre a modernização do sistema financeiro no Brasil. Dentre os políticos que estiveram presentes na reunião estava Joice Hasselman, deputada federal eleita pelo PSL em São Paulo. Além da deputada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ).
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