Banco Central do Brasil inicia os primeiros testes com a tecnologia do PIX
Em um novo passo para implementação do PIX, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, teve início nesta semana os primeiros testes da infraestrutura tecnológica que vai sustentar o serviço.
As instituições que participarão do PIX já estão testando junto ao BC as funcionalidades da base de endereçamento (DICT). Essa infraestrutura permitirá que o pagamento seja feito de um jeito mais prático, com uso de apelidos (tecnicamente chamados de chave de endereçamento).
Também já estão sendo feitos testes de conectividade com o SPI, plataforma que possibilitará a liquidação dos pagamentos em poucos segundos.
Com dados fictícios, os participantes poderão simular funcionalidades de registro, como exclusão e consulta dos apelidos (número de telefone celular, e-mail, CPF/CNPJ), a criação e a assinatura de mensagens, autenticação de canal e verificação de assinaturas (e mensagens) recebidas.
“Os testes de conectividade contemplarão a primeira troca de mensagens de comunicação entre os participantes e o SPI e permitirão a validação dos processos de assinatura e de autenticação dos participantes de acordo com os padrões especificados”, afirma Lilian Holmes, do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do BC, ao portal da instituição.
As demais funcionalidades do SPI, de acordo com Holmes, serão disponibilizadas de forma gradual para testes preliminares dos potenciais participantes.
Vale lembrar que estão obrigadas a participar do PIX todas as instituições financeiras que possuem a partir de 500 mil contas ativas. Esse recorte, segundo o BC, engloba mais de 90% do sistema financeiro brasileiro, de grandes bancos a fintechs emergentes no mercado.
Outras instituições que estão fora desse recorte também podem aderir ao PIX, de forma voluntária.
Próximos passos
A partir dessa etapa, outros testes começarão a ser feitos com o objetivo de deixar uma primeira versão do PIX pronta para operação.
“O próximo passo será disponibilizar o SPI para a realização de testes voluntários de liquidação, que estão previstos para ocorrer em abril”, revela Renan Bonfim, também do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos.
O maior desafio tecnológico, de acordo com Bonfim, é desenvolver um sistema que opere 24 horas, com processamento das transações de ponta a ponta em poucos segundos. E tudo isso com alta capacidade para atender a demanda dos usuários com um elevado nível de segurança.
A primeira versão do PIX foi prometida para 16 de novembro pelo Banco Central. Nessa data, todas as instituições participantes do sistema terão de estar com a funcionalidade pronta para ser oferecida a seus clientes.
“Este é um dos projetos mais importantes que temos neste ano. O mundo demanda um instrumento de pagamento que seja barato, rápido, transparente e seguro”, disse Roberto Campos Neto, presidente do BC, na coletiva de lançamento do PIX.
O que é o PIX
O PIX promete —e deve— promover uma revolução no sistema financeiro brasileiro atual. Operações que hoje podem levar horas ou até mesmo dias deverão ser concretizadas em até 10 segundos, independente do horário, o chamado esquema 24×7 — 24 horas por dia, 7 dias por semana.
A ideia do Banco Central é tornar a transação financeira algo tão simples quanto enviar uma mensagem por WhatsApp.
Essas operações poderão ser feitas com QR Codes ou por meio de “chaves” — que são informações simples dos usuários, como CPF, CNPJ, número de celular ou e-mail.
O PIX permitirá ainda, já na versão prevista para novembro, o pagamento de taxas à União —como as guias para emissão de passaportes, por exemplo.
Para usar o PIX será preciso que o pagador e o recebedor tenham conta em um banco, instituição de pagamento ou fintech. Essa conta pode ser corrente, de pagamento ou mesmo uma poupança.
Com o PIX, os clientes passarão a ter a uma opção a mais de efetuar uma transação —seja via eletrônica, seja informando as “chaves”. Como todas as grandes instituições terão de ofertar o PIX, a tendência é de uma redução de tarifas, o que deve baratear o serviço. Também deve agilizar processos que dependam de compensação bancária.
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