B4: Brasil ganha ‘bolsa’ de tokens de crédito de carbono que prevê R$ 12 bilhões em negociações em um ano

Criptoativos serão atrelados projetos ESG para facilitar compensação de empresas, segundo a empresa.

Apresentando-se como “primeira bolsa do Brasil voltada ao mercado de créditos de carbono”, a B4, uma plataforma de tokens atrelados em projetos ESG (sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança) começou a operar no país esta semana. O lançamento da B4 aconteceu na última quarta-feira (16) no AYA Earth Partners (AYA Hub), em São Paulo (SP), de acordo com informações do jornal O Estado de São Paulo.
Segundo a publicação, a plataforma baseada na tecnologia blockchain tem como foco a listagem de tokens atrelados a projetos voltados à sustentabilidade, que poderão ser adquiridos por empresas interessadas em compensar suas pegadas de CO2 na atmosfera.
Ao Estadão, os cofundadores da B4 Odair Rodrigues e Kaue Vinícius informaram que a plataforma não representa uma alternativa à B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), a Bolsa de Valores do Brasil, já que a proposta inicial é a listagem de utility tokens, que dão acesso a serviços e benefícios. 
Segundo eles, a expectativa inicial é que a B4 movimente até R$ 12 bilhões em seu primeiro ano de funcionamento, após o lançamento da plataforma, cifra que teria sido estimada a partir da demanda de empresas que teriam pedido para serem listadas e outras manifestando interesse na compra de tokens, cuja demanda, segundo eles, supera a oferta em 10 vezes. 
Por outro lado, a B4, que relatou pretensões de se tornar uma “bolsa de ação climática”, deve iniciar suas operações somente com a listagem de tokens de crédito de carbono, já que a plataforma não está regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para oferta de security tokens (tokens de segurança), que são criptoativos que espelham ativos reais, embora a expectativa relatada pela B4 seja de que a plataforma consiga a chancela da autarquia federal até dezembro desse ano. 
Entretanto nem tudo representa flores no caminho do avanço do mercado de tokens de crédito de carbono. No final de julho, por exemplo, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) descartou o uso de tokens de crédito de carbono em terras indígenas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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