Lições de um hodler australiano que acumulou R$ 3 milhões em criptomoedas morando dois anos em um carro
Obstinação e uma estratégia de investimentos bem definida foram os segredos do sucesso de um australiano anônimo que transformou um investimento de R$ 158.000 em R$ 3 milhões em três anos.
As criptomoedas atraem cada vez mais investidores por conta do mito do enriquecimento fácil e rápido. Casos deste tipo até podem acontecer, mas já não são tão comuns nos dias de hoje. A história de um investidor australiano anônimo mostra que uma estratégia de investimento bem sucedida depende de conhecimento, perseverança e objetivos bem definidos.
No caso de Max (nome fictício), sua obstinação e as privações a que se submeteu foram fatores fundamentais, conforme explicou em uma reportagem publicada no site Cointimes na quinta-feira.
Max trabalhava na área de mineração e passava a maior parte do tempo viajando a trabalho, com os custos de acomodação e alimentação pagos pelo empregador. Seu sonho era ter uma casa própria e para isso ele vinha poupando há bastante tempo. No entanto, os R$ 336.000 anuais que ele ganhava no trabalho não eram suficientes para que ele se sustentasse e ao mesmo tempo realizasse o seu sonho.
Estudando o mercado
Foi então que, em 2017, pela primeira vez ouviu falar de criptomoedas. A euforia do ciclo de alta que teve seu ápice em dezembro daquele ano não o convenceu de que ativos digitais eram um investimento razoável. Max não se deixou contaminar pelo que lhe pareceu uma bolha no primeiro momento, mas resolveu estudar aquele novo mercado.
Após mais de um ano seguindo o clássico jargão cripto de fazer sua própria pesquisa (DYOR – do your own research), em pleno ciclo de baixa, ele finalmente sentiu-se seguro para fazer seus primeiros investimentos. Baseando-se no comportamento cícilico do mercado, ele apostou que investir em um momento de fuga de capitais do mercado poderia trazer ganhos massivos no futuro.
O australiano separou parte do dinheiro que vinha guardando para a compra da casa própria e escolheu uma estratégia prudente, porém reconhecidamente bem sucedida, para iniciar sua jornada no mundo dos criptoativos. Ao mesmo tempo, optou por morar no seu carro para não ter que arcar com os custos do aluguel de um apartamento que na maior parte do tempo ficaria vazio.
As refeições ele fazia em Hungry Jack’s (franquia australiana de fast-food que pertence ao Burger King) e os banhos eram tomados em banheiros públicos de academias de ginástica ou bibliotecas.
Ao longo dos dois anos seguintes, realizou aportes mensais médios de R$ 158.000, diluindo em frações o montante destinado ao investimento em uma estratégia conhecida como Dollar Cost Averaging (DCA). Basicamente, ao invés de investir uma larga quantia de uma vez só, as aplicações são feitas mensalmente para minimizar eventuais perdas em caso de volatilidade extrema do mercado.
Quando ele fez o seu primeiro aporte, 1 BTC estava cotado a cerca de US$ 5.000. Max conta também que costumava comprar as quedas e que aos poucos foi incluindo também altcoins ao seu portfólio. Em setembro de 2020, comprou seus primeiros Ether quando a cotação do par ETH/USD estava em US$ 250.
Já em 2021, conta que adicionou Solana (SOL) e Terra (Luna) ao seu portfólio. Desviando-se da análise fundamentalista que o norteara até então, arriscou-se comprando um pouco de Shiba Inu (SHIB), mas conta que vendeu logo em seguida, depois de ter obtido um lucro razoável.
Hodl!
Exceto no caso do SHIB, Max contou que o segredo fundamental do seu sucesso foi ter mantido suas posições, sem ficar fazendo operações de compra e venda em função de lucros pontuais.
Hoje, a partir de um investimento inicial de R$ 158.000, ele conta ter acumulado R$ 3 milhões em criptoativos. No meio do ano, conseguiu dar uma entrada de R$ 200.000 para comprar o imóvel dos seus sonhos e, hoje, vive em uma casa própria com dois quartos. Largou o emprego e vive administrando o patrimônio adquirido, mantendo os mesmos princípios de sucesso que o conduziram até aqui.
Embora menos galmurosa, a história de Max configura um verdadeiro manual de melhores práticas de um investidor do mercado de criptomoedas:
- Conhecer a tecnologia e os projetos no qual se está investindo;
- Investir apenas uma parte do patrimônio, sem precisar se preocupar com eventuais imprevistos financeiros no curto prazo;
- Dividir os aportes investidos em quantias que configurem um bom preço médio dos ativos;
- ter sangue frio para comprar nas baixas do mercado e não vender na alta – em uma palavra: hodl!
Sorte ou esperteza, o momento em que o hodler australiano entrou no mercado também contribuiu bastante para o seu sucesso. Após acumular moedas durante pelo menos um ano de baixa do mercado, quando a corrida dos touros começou os seus retornos foram exponenciais – e fora da curva.
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