Ataque hacker que tentou fraudar eleições custa mil dólares na darkweb e é pago com criptomoeda

O Tribunal Superior Eleitoral foi vítima de uma tentativa frustrada de ataque hacker nas eleições municipais deste domingo (17). Agora, especialistas investigam como aconteceu o ataque DDoS e apontam novos detalhes.

Enquanto milhares de brasileiros se preparavam para eleger seus vereadores e prefeitos na manhã de domingo, o site do TSE estava prestes a se tornar alvo de um ataque hacker

A tentativa falha de derrubar o site da instituição se revelou, posteriormente, como uma clara orquestração de extremistas políticos para colocar em dúvida o sistema eleitoral brasileiro.

O ataque hacker do tipo DDoS (Distributed Denial of Service) ao qual foi vítima o TSE, é utilizado com frequência para sobrecarregar um sistema. Dessa forma, o portal sofre milhares de acessos simultâneos que tentam atingir o limite da rede. E dessa forma, derrubar o site do ar. 

A sobrecarga também pode causar travamentos, o que de fato aconteceu no portal do TSE.

ONG indica baixo custo do ataque hacker

A ONG brasileira de segurança cibernética, SaferNet, está ajudando a investigar o ocorrido. Ao El País, a entidade conta que os ataques DDoS são encomendados com frequência através de páginas da deepweb.

O destaque desse levantamento, no entanto, está no preço. De acordo com a SaferNet, as invasões criminais custam apenas 1.000 dólares, cerca de R$ 5,4 mil. 

Além disso, a contratação desses serviços em redes clandestinas são pagos com criptomoedas, como o bitcoin, para dificultar o rastreamento da transação. 

O bitcoin, vale sempre destacar, é apenas um meio de pagamento. O uso ilegal da criptomoeda por alguns indivíduos, não reflete o real papel do ativo. Há mais de uma década, o bitcoin comprava sua relevância financeira e social.

STE sofre 486 mil acessos por segundo

Conforme investigação da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE, o site sofreu 486 mil conexões por segundo. Os computadores usados na invasão eram do Portugal, Estados Unidos e Nova Zelândia.

De acordo com o presidente do Tribunal, o ministro Luís Roberto Barroso, o ataque foi promovido por milícias digitais e grupos extremistas. Além disso, Barroso ressalta que os criminosos não obtiveram êxito e não causaram qualquer impacto negativo à apuração eleitoral.

A apuração da ONG SaferNet concluiu que o ataque teve início às 10h41 da manhã de domingo. O sistema do TSE sofreu uma sobrecarga de 30 gigabites por segundo, durante uma hora.

O presidente da SaferNet, Thiago Tavares, chamou o ataque de “combustível das teorias da conspiração” ao El País

“Em caso de sucesso, os atacantes só trariam o inconveniente de a população ficar sem acesso ao serviço por um tempo. É uma operação cujo objetivo não era causar um dano material, mas psicológico. É você criar a suspeita, inocular na população o vírus da dúvida sobre a integridade, a lisura e a segurança do processo eleitoral.”

passaporte falso bitcoin

Logo após o ataque, grupos de extrema direita e militantes bolsonaristas difundiram informações falsas na internet, exigindo a implementação do voto impresso.

As instituições brasileiras foram alvos de diversos ataques hackers nas últimas semanas. Um de maior proporções foi o ataque ransomware que atingiu o STJ em 3 de novembro. 

A instituição está se recuperando de forma devagar do ocorrido. Apenas hoje (17), duas semanas após do ataque, as sessões de julgamento por videoconferência do tribunal serão retomadas.

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