Associação de criptomoedas pela qual Atlas Quantum pagava R$ 200 mil por mês não existe mais

Com o site fora do ar, a Associação Brasileira de Criptoativos e Blockchain (ABCB) parece ter morrido junto com a sua idealizadora, a Atlas Quantum. O Portal do Bitcoin entrou em contato com seis pessoas envolvidas com a associação e nenhuma soube dar informações.

A ABCB era mantida totalmente com o dinheiro da Atlas, que, segundo a própria empresa, tinha um custo de R$ 200 mil por mês — do qual parte expressiva era com os altos salários da diretoria.

Ao entrar em contato com a sua antiga assessoria de imprensa, a reportagem foi informada que a Caravelas não está mais com este atendimento. 

Sem Atlas Quantum

A situação da ABCB está tão capenga que o site saiu do ar. Nenhum dos responsáveis pela Associação parece querer falar sobre esse fato. O antigo vice-presidente, Felipe França, apenas mencionou “estou em reunião e não trato mais sobre a ABCB” e pediu para que se falasse com Fernando Furlan, o antigo presidente.

Contatado Furlan, afirmou que seu compromisso com a ABCB se encerrou com o caso no Cade, que ele ainda tem acompanhado mesmo sem receber: 

“Desde agosto tenho cuidado do caso no Cade pro bono”, disse.

Ele mencionou, entretanto, que sua saída não significa “que não possa assumir novos projetos com a ABCB no futuro”.

Ao ser questionado sobre os escândalos envolvendo a Atlas Quantum e se ele achava que poderia se tratar de um esquema fraudulento, Furlan foi bastante cauteloso: “Minha percepção é que não. Mas vamos aguardar para ver”. 

Pedro Damasceno, diretor de operações da ABCB, ao ser contatado por telefone pela reportagem afirmou que estaria indo para uma reunião. Ele procurou desconversar sobre o assunto envolvendo o possível fim da associação e pediu, então, para que falar por meio do WhatsApp. Até a publicação desta reportagem, Damasceno ainda não havia entrado em contato.

Os perfis no Linkedin tanto de Damasceno quanto de Furlan apontam como se eles estivessem na Associação. Já o de França deixa claro que ele deixou a função de vice-presidente da ABCB em fevereiro do ano passado. 

Courtnay Guimarães, antigo diretor-técnico, afirmou que havia saído em agosto e que não sabia se a associação continuava ou não com as suas atividades.

Por fim, a reportagem procurou Rodrigo Borges, que havia substituído Emília Campos como advogado da ABCB em maio de 2019. Borges não quis comentar o assunto. No início de outubro de 2019, porém, ele deu uma entrevista como diretor-jurídico da associação criada pela Atlas para o Noomis, portal de notícias da Febraban. Em uma nova entrevista publicada em janeiro, o advogado só ostentava o título de especialista em direito digital.

ABCB, a origem

A Associação Brasileira de Criptoativos e Blockchain (ABCB), quando foi fundada no início de 2018, causou um grande alvoroço no mercado. O motivo era porque já havia um grupo de exchanges também tinha planos de lançar uma outra associação.

Desde novembro de 2017, então, as maiores exchanges (Mercado Bitcoin, Foxbit, Bitcointrade, Walltime, Braziliex e FlowBTC) vinham se organizando para criar uma entidade. A Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) teria a finalidade de defender os interesses da categoria em Brasília. 

A ABCripto, porém, somente foi fundada no final de agosto de 2018. Antes desse tempo a ABCB já estava na ativa. Ela, no entanto, só tinha como associados a Atlas Quantum e a Thera Bank. 

Desconfiança do mercado

Numa das reuniões para viabilizar a entrada de novos associados à ABCB, houve até uma discussão acalorada. E, ela se deu justamente pelo fato de haver desconfiança em face da Atlas.

Marcelo Rozgrin, sócio da Braziliex, que naquele período questionou o porquê de as corretoras de criptomoedas não terem sido chamadas para a fundação dessa associação em especial, não titubeou e disse: 

“A Atlas, com todo respeito, é uma caixa-preta. Pode ser até pirâmide, sinto muito. Como fica a minha imagem caso caia no futuro?”.

Rozgrin à época parecia ter feito uma viagem ao tempo e previsto que a Atlas Quantum passaria por essa suspeita e por fim caísse, levando até mesmo o seu responsável, Rodrigo Marques, a ser chamado para se explicar numa audiência realizada na Câmara do Deputados.

A reunião havia ocorrido ainda em maio de 2018 e na pauta estava incluída a discussão sobre o início do processo administrativo no Cade contra os bancos que vinham encerrando contas das empresas do setor de criptomoedas. O processo foi aberto de junho daquele ano após o Banco do Brasil encerrar a conta da Atlas Quantum.


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