Após alta histórica do bitcoin, corretora brasileira quer faturar R$ 20 mi

São Paulo – Após a alta histórica de valorização do bitcoin, que atingiu 18 mil dólares por unidade no final de 2017, uma nova corretora de criptomoedas brasileira chega ao mercado. Chamada Modiax, ela chega ao mercado com um investimento inicial de 2 milhões de reais, a meta de ser uma plataforma simples para compra, troca e retirada de valores em criptomoedas e uma divisão de tecnologia liderada por Vinícius Gracia, ex-chefe de tecnologia global e fundador do aplicativo Easy, rival da Uber. Com esse conjunto, a empresa espera faturar 20 milhões de reais em 2018.

Para crescer, a empresa não irá cobrar taxas de depósito e negociação nos primeiros três meses de operação–que terminam em outubro. Depois disso, haverá cobrança, ainda não definida, mas que a empresa almeja ser abaixo da média de mercado. Inicialmente, apenas a taxa de 0,9% cobrada na retirada de valores será parte do lucro da empresa. Logo nas primeiras horas, mais de 5 mil cadastros foram feitos no site da companhia.

No seu primeiro momento no mercado, apenas o bitcoin, criptomoeda mais popular, será negociado. Outras 10 (ou 15) opções serão oferecidas nos próximos meses. Para essa expansão, a Modiax negocia uma rodada de investimento de 5 milhões de reais, que contará com investidores externos–a primeira veio apenas da Mosaico Digital Assets, holding que cria empresas de ativos digitais que usam o livro-razão virtual blockchain.

Ythalo Silva, CEO da Modiax, conta que a empresa tem como referência serviços internacionais de troca de criptomoedas, como o Binance e o Coinbase, que transacionam diversas moedas virtuais.

Divulgação

Apesar de o site da empresa demonstrar que um investimento de 500 reais em bitcoins em 2011 poderia ter se transformado em 25.500.696,93 reais hoje (valor sem taxas), Silva ressalta que a compra de criptomoedas não é um investimento seguro, como a renda fixa (CDB ou Tesouro Selic), e sim de alto risco. O bitcoin que valeu 19,7 mil dólares no fim de 2017, hoje é negociado por 6,7 mil.

“No final do ano passado, houve um boom do bitcoin, mas essas altas e baixas existem desde 2009. A popularidade do Bitcoin continua aumentando. A tecnologia que ele traz com os contratos inteligentes possibilita que outros ativos sejam capazes de estar em blockchains, em exchanges de ativos digitais”, afirmou Silva, em entrevista a EXAME.

O break-even da empresa é de longo prazo porque a expectativa é de entrar em outros mercados além do Brasil dentro de um ano. México e Argentina são alvos em potencial.

Para não perder oportunidade de cadastros em meio às euforias coletivas esporádicas, como fez a Foxbit no ano passado, a Modiax tem um sistema de cadastro automatizado que faz checagens em bancos de dados, listas de terroristas e de pessoas politicamente expostas para a criação de novas contas. Não há intervenção humana, exceto no caso de problemas com documentos. Todo o processo é feito pelo site e o CEO afirma que o processo de aprovação é rápido e acontece em cerca de 15 minutos. Além da Foxbit, a Modiax tem como rival no mercado brasileiro a empresa chamada Mercado Bitcoin.

Entre as equipes de tecnologia, segurança e produtos financeiros, a Modiax conta com 20 funcionários. O atendimento ao cliente é feito via chat, fórum, e-mail ou redes sociais. Os dados dos usuários são armazenados em servidores terceirizados, da Amazon Web Services. Apesar de não ter os dados in-house, a companhia diz se comprometer a oferecer segurança em primeiro lugar aos seus clientes.

Ainda sem aplicativos para smartphones, o sistema da Modiax funciona somente em seu site, também adaptado para dispositivos móveis. A expectativa da empresa é a de ter apps no prazo de um ano.

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